sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

MISSÃO CUMPRIDA.. QUE VENHA 2012 !

Caminhar é preciso... Lembrar dos caminhos é necessário, para  que voltemos às origens
Último dia do ano.. Tempo de reflexão e agradecimentos.

Comecei este Blog em janeiro deste ano, pensando nele como uma forma de conversar com meus familiares e amigos, contar minhas histórias, compartilhar experiências, fatos, fotos, vídeos, músicas, retalhos de vida...No fim de tudo, coisas que parecem pessoais, mas na essência pertencem a todos nós.

É bom saber que temos tanto em comum, senão não estaríamos aqui, nos olhando nesse espelho cristalino que é a Vida, refletida em todos nós pela luz do Tempo.

Uma memória qualquer, que parecida tão íntima, tão pessoal, pode e deve ser compartilhada, porque às vezes basta uma pequena faísca de algo vivido por outrem, para que se acendam em nós sensações e sentimentos de um trecho de vida que também foi nosso.

Comecei fazendo isso no "Caçador de Lagartixas", cujas crônicas tenho publicado aqui, por partes. Jaime, meu irmão que o prefaciou, já me cobrava uma continuação.  Talvez, por generoso que é, achando que eu realmente tinha dons de escriba. 

Dizia ele, naquele texto tão lindo que abre o meu livro:

"Fred, de forma despretenciosa, faz uma narrativa de vários episódios que ora desnudam a alma do menino de então e ora nos reporta aos valores que estão sendo esquecidos nos tempos atuais.... Espero que o mano, em outra ocasião, se sinta estimulado a dar continuidade a este desafio, relatando as suas peripécias, nos outros estágios de sua vida."  

E é exatamente isso o que eu estou fazendo, querido irmão, queridos irmãos, queridos leitores, que vêm aqui me prestigiar e dar atenção a este sonhador.  Nunca tive pretensões literárias. Aliás, textualmente, falei na contracapa do livrinho: 

Em Diogo, revivo meus sonhos de menino
"Na verdade, o que eu queria era apenas registrar umas lembranças de infância, umas saudades que teimavam em se apresentar, sem hora certa e sem motivo aparente, verrumando aqui e ali meus pensamentos, pedindo para vir à tona, sem mais aquela."

Se tenho conseguido esse objetivo, compete a vocês dizer.  Pelo que tenho visto e pela participação valorosa e gentil de vocês, estimulando, comentando, aplaudindo e me fazendo ficar emocionado a cada resposta que me dão, acho que venho sim, atingindo meu objetivo, que é o nosso objetivo, afinal: fazer vivas nossas lembranças, congelando o tempo naqueles minutos em que nos deparamos com nós mesmos, conduzidos por um texto de um blogueiro ao nosso baú comum de memórias.

Agradecer, finalmente, de coração a todos vocês que vieram comigo nesta caminhada por todo este 2011.  Agradecer pelo carinho e pela participação, é o que me resta fazer.   E abraçá-los.  Com todo carinho, também.  Como um irmão que acabou de chegar de longe.  Do longe dos tempos, do longe das memórias e também por que não, do longe das distâncias.  Mas, sempre voltando para contar como foi, maravilhado com as descobertas, entusiasmado porque vocês estão me ouvindo.  Muito obrigado a todos. Feliz 2012 !

A SOPA DE RIO DOCE

Não era uma sopa qualquer, de legumes ou canja de galinha. Nada disso.

Falo de outra "sopa".. um ônibus antigo que fazia a linha Recife - Rio Doce e cuja última viagem, no finalzinho da tarde, por volta das cinco horas, deu margem a esse apelido original.

Chegando no destino ao escurecer, na hora da ceia noturna, isto é, da sopa, era natural que o povo, na sua criatividade, assim a nomeasse.

Nesse pequeno ônibus a gente ia para a praia, nas férias de verão.

Sempre tinha algum tio que alugava casa para a temporada, ou mesmo para um mês (janeiro ou fevereiro) e a gente era convidado pra passar uma ou duas semanas por lá.

As casas de veraneio naquele tempo eram pouco mais do que cabanas de pescador e nisso estava a beleza delas: na sua simplicidade.

De madeira ou de taipa, com cobertura quase sempre de palha de coqueiro, às vezes de telhas sem forro, não tinham água encanada e a gente tinha que bombear água de poço, que ficava invariavelmente nos fundos ou no oitão da casa.

O quintal e a varanda?.. de areia da praia mesmo. Era muito gostoso botar, à noitinha, uma cadeira na frente da casa e ficar com os pés enterrados na areia olhando a lua nascer e ouvindo o marulho das pequenas ondas de uma maré baixa nos acalentando para mais uma noite de sono reparador.

De manhã, a gente ganhava o mundo e passava boa parte do dia dentro d'água, ora pescando, ora mergulhando nas piscinas formadas nos arrecifes para olhar os peixes coloridos e ariscos, como saberés, mariquitas e budiões, cuidando sempre de não pisar nos ouriços que enchiam trechos das "pedras", junto aos escorregadios "beiços de boi", corais lisos e traiçoeiros.

As "pedras", como chamávamos os arrecifes de coral, eram o nosso mundo e de tanto andar sobre elas, quase nunca nos acidentávamos.

Saíamos procurando um bom pesqueiro, ora num pequeno poço, ora numa piscina maior e quase nunca voltávamos pra casa de mãos vazias.. ao menos uns siris e mariscos carregávamos de volta nessas pescarias infantis.

De tarde a ocupação era outra: “pelada”, voleibol ou "pega". Perto das seis da tarde, ainda arranjávamos tempo pra ir comprar o pão do jantar e algum outro complemento, como uma bolacha d'água redonda chamada "bolacha praieira". A da Padaria de Rio Doce era excepcionalmente gostosa.

Depois de uma canja ou um peixe frito, um "bate-papo" na frente de casa onde muitas histórias de assombração faziam tremer os menores, até que o sono chegava e todo mundo se recolhia.

E assim se passavam nossas férias de verão, naquele tempo em que o relógio era mais preguiçoso, os dias eram mais claros, a lua mais prateada e a areia da praia mais fina e branca.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

RETALHOS DE AGRESTE




Nos anos 70, meu pai, menino nascido e criado no Engenho Barra do Dia, Palmares, Mata Sul de Pernambuco, aposentou-se e alugou uma fazendola em Sairé, para voltar a sentir o cheiro da terra, criar galinhas, alguns animais e curtir seu merecido descanso.  Por esse tempo eu tinha comprado uma camera Super 8 mm e entrado na onda do famoso "Ciclo do Super 8" do Recife (e do Brasil).  Então, nos fins de semana que passava em Sairé, Gravatá e Bezerros, passei a fazer alguns "takes" enfocando a vida do sertanejo/agrestino.  Assim nesta, como em outras oportunidades, cometi alguns "documentários" que apresentei em vários Festivais de Cinema Amador (Sergipe, Bahia, Petrolina, Recife). Em um deles, obtive duas indicações o que me valeu um pequeno troféu e um orgulho muito grande de ter dado o meu recado no telão.  Em outra oportunidade, participei como jurado no Festival do Recife, indicado por um dos órgãos participantes, a Sudene. Trago aqui em vídeo, essa cópia de um curta bem artesanal (o possível, para essa época de tecnologia rudimentar e preços de primeiro mundo, num país de terceiro).  Posteriormente, sonorizei o texto que me inspirou o roteiro desse "curta" com pretensões de documento.  Curtam.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

40 ANOS DE CASA GRANDE E SENZALA - RECIFE 1974

OS 40 ANOS DE CASA GRANDE E SENZALA

                Em 1974, O Instituto Joaquim Nabuco de Pequisas Sociais hoje FUNDAJ, na presença do seu fundador , Sociólogo Gilberto Freyre, comemorava os 40 anos da primeira edição de “Casa GrandeeSenzala”, o livro que marcou a vida daquele genial Escritor.

Entre inúmeros expoentes da cultura pernambucana ali representada, destacam-se os compositores Nelson Ferreira e Capiba, os Escritores Mauro Mota e Mário Souto Maior, os Sociólogos Renato Carneiro Campos e Valdemar Valente.

Convidado pela Direção daquele Órgão, produzi este documentário focalizando a solenidade e Exposição comemorativa ao evento.

O filme foi realizado com uma câmera Super-8mm e dele só resta esta cópia, uma vez que as enchentes de 1975, no Recife, destruíram a película original.


Assim, numa homenagem sempre atual ao Mestre Gilberto, evoco essas imagens que tive imenso gosto em fazer e que, embora mudas, porque a tecnologia do cinema-amador da época não nos brindava ainda com as facilidades das câmeras digitais de hoje, falam muito da cultura pernambucana, por seus grandes expoentes.

Tornando-as públicas, ponho à disposição de quem as quiser copiar, no endereço do Youtube.  Quem não souber como baixá-las mas quiser o vídeo para seu arquivo, pode me contactar pelo email fredcrux@gmail.com.

Coisas assim, penso eu, têm que ser publicadas para serem melhor aproveitadas e terem melhor uso, do que ficarem adormecidas no fundo de uma gaveta.

domingo, 25 de dezembro de 2011

SERRA GAÚCHA 2003 - UM FRIOZINHO GOSTOSO E UMA XING-LING PRIMITIVA

Quarto do Poeta Mário Quintana-Hotel Majestic
(Casa da Cultura Mário Quintana, Porto Alegre)
Em julho de 2003, mês frio de Inverno na Serra Gaúcha, chegamos em Gramado depois de uma parada em Porto Alegre.  Passamos ao todo uns 15 dias entre a Serra e a capital gaúcha.  O espaço seria pequeno para descrever essa maravilha de viagem. Por curiosidade, para quem gosta do tema e também de fotografia, lembro aqui, rapidamente, alguns momentos passados entre Canela, Gramado e Nova Petrópolis. Voltarei depois com mais fotos de Cambará do Sul, São Francisco de Paula, Bento Gonçalves, Caxias, Porto Alegre, Três Coroas, etc.




Pinheiro gigante, em Nova Petrópolis
Para o  post de hoje escolhi essas fotos por terem sido feitas com a primeira câmera digital que possui.  
Comprada em início de 2003, era uma quase buginganga:  pequena, carcaça de plástico azul, com uma ridícula memória de 1 Mb, em que mal caberia uma foto qualquer feita por um bom celular, hoje em dia.  Mas, pelo tamanho reduzido, em comparação com minha grotesca, enorme e pesada Zenith russa, que também poderia servir como arma de defesa num eventual assalto, ou quem sabe para partir um côco, ou bater uma estaca, até que esta maquininha quebrou o galho em alguns passeios.

A Serra Gaúcha é um lugar maravilhoso, natureza plena e pura, frio gostoso no Inverno, que nos proporcionou, inclusive, temperaturas negativas em alguns dias.  Não tivemos a sorte de ver neve, mas geava, quase toda noite lá para as bandas de Cambará do Sul e São Francisco. Fizemos passeios maravilhosos por diversas regiões da Serra.  Eu tinha alugado um carro em Gramado e o entreguei antes de voltar (como cheguei) num ônibus confortável, no percurso Porto Alegre/Gramado, somente para evitar dirigir nessa subida/descida de Serra muito movimentada e perigosa.  

Foto em Canela, caracterizados como imigrantes alemães
Divirtam-se, então com as “fotinhas” da minha mini-mini câmera digital (e agora, como era mesmo o nome dela ? )... Sei não, essas  “xing-ling” às vezes nem nome têm.. Mas foi com ela que experimentei a rapidez das fotos digitais e aderi à moda, quando voltei, comprando em setembro daquele ano, uma “Sony Cybershot P-72” que usei por algum tempo com excelentes resultados. 
Lago Bier - Gramado

Cascata do Caracol-Canela

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

SÍNDROME DO PÂNICO E EXERCÍCIO - UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL

É meio difícil falar de nossas fraquezas ou doenças.
Nem mesmo sei se aqui e agora são o momento e o lugar certo para isso.
Mas, hoje veio-me à lembrança um fato real, um drama pessoal que teve solução e final feliz, graças ao ciclismo, à corrida e à natação, esportes que comecei a praticar, nessa exata ordem, num momento de muito estresse na minha vida.

Começo de vida profissional, casado, 27 anos, muito trabalho, pouco lazer, muita responsabilidade, pouco dinheiro, muito cigarro, zero exercício.  Uma receita completa e acabada para... muito estresse.
E o estresse se manifesta com força total, quando a nossa vida, por isso tudo, se torna sedentária.

Por essa época, comecei a ter episódios da "síndrome do pânico", um mal estar que hoje é rotineiro nas grandes cidades e que - infelizmente - não é tratado com o devido cuidado pela maioria dos médicos, eles mesmos, na maior parte dos casos, sedentários, fumantes, hipertensos, tudo por culpa -aí também- do excesso de trabalho e da falta de exercício físico.

Procurei um dos melhores Clínicos da cidade e ele -sem mais conselhos- receitou-me um ansiolítico e me assegurou que o tomasse sempre, para evitar uma úlcera ou algo semelhante.  E assim foi, durante cerca de 10 anos.   Resultado:  por mais que eu não quisesse, terminei dependente e fui levando assim minha agitada vida.
Fumante inveterado de 30 a 40 cigarros por dia, fui piorando a cada dia, a ponto de não conseguir sair de casa sem que me assegurasse de que havia um comprimido do tal ansiolítico no bolso.

Um dia, porém, dei um basta nisso tudo.  Resolvi deixar de fumar e o fiz de uma só tacada.  Largado o cigarro, senti-me bem melhor.  Cuidei mais da alimentação, tomava bastante água, mas ainda dependia do remédio.
Foi quando resolvi dar meus primeiros passos na corrida lenta e de resistência aeróbica, depois de ter lido um livrinho que já citei aqui no blog:

A ALEGRIA DE CORRER,   

Um santo remédio, desta vez definitivo e de efeito quase imediato.
Por alguns meses, à medida que progredia no exercício, ia esquecendo o remédio e logo não tomava praticamente nada durante toda uma semana, até que o larguei definitivamente.


No princípio, durante 3 ou quatro meses, eu somente caminhava e trotava lento, durante meia hora. Ao final de 6 meses já conseguia correr sem parar os primeiros 10 quilômetros. Oito meses depois corri minha primeira prova oficial de 10 km e com um tempo abaixo dos 60 minutos.

Até hoje, quase 29 anos depois ( que serão completados em abril de 2012 ) só tenho tido alegria com o exercício físico.  Quando não estou pedalando, de madrugada, estou correndo ou caminhando, diariamente, ou ainda nadando, sempre que posso.  E em breve, vou voltar a nadar todo dia, se quiser, pois estou mudando para um condomínio que tem uma piscina com raia semi-olímpica e que será o meu mais novo "ansiolítico".. Que me perdoem os clínicos que continuam optando pelos produtos farmacêuticos.  Jamais passarei perto de um deles.  Meu receituário é um par de tênis, uma magrela, uma sunga de natação e um par de óculos.  E muita "alegria de correr". E de viver !

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

FANFARRA SILVA JARDIM (UM DISCO ESPECIAL)

É grande meu amor pelas Bandas. Também pelas Fanfarras.
Quem, garoto ou rapaz feito, na sua juventude, não sonhou em tocar na banda da Escola e desfilar, garboso, nas paradas do Sete de Setembro ? As meninas sonhavam ser balizas e fazer malabarismos à frente da Fanfarra, sempre aplaudidas pela multidão que acompanhava os desfiles, sob o sol inclemente do Recife.
Sob um sol também inclemente, num dia quente de setembro de 2003, entrei na Quadra esportiva do Colégio Estadual Silva Jardim, para atender a um pedido da minha irmã Dulce.
Professora muito querida por todos de lá, hoje aposentada, havia-me solicitado que gravasse algum número da banda do Grupo. Dulce vivia me elogiando a banda, porque muitos dos seus alunos tocavam nela, eram meninos e meninas carentes e sonhavam em um dia ouvir a Fanfarra gravada. Desde logo, ela explicou que o Grupo Escolar, como todos os da rede pública, não tinha a menor condição de pagar um tostão que fosse pelo trabalho.  Não seria um disco oficial, pois. Não estava nos planos orçamentários da escola, que não dispunha de verba própria para qualquer pagamento desse tipo de coisa.
Eu disse a ela que não queria saber de dinheiro e que faria mais. E resolvi fazer. Gravei um disco inteiro. Seria meu presente para ela e para a meninada da banda.
Com autorização da Direção, ela combinou com o regente uma tarde para a gravação e lá vou eu, com toda a tralha de um estúdio de gravação, mesa digital portátil, microfones, pedestais, fones de ouvido, etc.
E lá estou eu, nesse belo dia, preparando tudo sob o sol das duas da tarde.  Alvoroço geral, quando entram na quadra cerca de 70 moças e rapazes, com uniforme impecáveis, prontos para a gravação e as fotografias.  Sim.  Porque também levei câmera e tripé para fotografar toda a turma, antes da sessão, a fim de preparar uma capa condigna para o disco.  Feitas as fotos, (foram muitas, por naipes de instrumentos e depois com toda a banda formada, com suas bandeiras e cartazes), iniciamos a gravação. Tudo realizado a contento, desmontei minha tralha e durante os dois dias seguintes, tendo o disco já mixado e masterizado, providenciei a impressão da capa, mandando fazer um número suficiente de cópias para entregar à Direção do Grupo, ao Regente e a cada um dos jovens músicos.

Missão cumprida.  Não me perguntem se a existência desse disco -ou o próprio- chegou aos ouvidos do Secretário de Educação, do Governador, ou de alguma outra autoridade do Estado.

Acho que não. Na verdade, tenho certeza que não.  Foi apenas um disco de uma banda juvenil.
Se bem que -pelo que sei- é um dos raros discos de Fanfarra gravados no Brasil todo.  Tenho conhecimento de uns dois ou três, de escolas do Sul do País, não mais que isso.
Apesar de tudo, levei o disco ao meu amigo Hugo Martins, da Rádio Universitária, onde ele apresenta e produz vários programas culturais, inclusive um dedicado à música marcial, e fizemos o devido "lançamento".
Tudo isso me veio à mente agora, 8 anos depois de ocorrido, quando eu estava catalogando meus muitos trabalhos de produção musical em 18 anos de atividade que farei no próximo mês de março de 2012.
Na verdade, eu fiz esse disco por 3 motivos: 1. para agradar a minha irmã; 2. para realizar o sonho de cada jovem musicista e músico ou baliza daquela fanfarra juvenil tão vibrante e sonora; 3. acima de tudo, fiz este disco para o menino que ainda existe em mim, e que sonhava tocar na banda da sua Escola também, marchando numa parada estudantil do Sete de Setembro, pelas ruas do Recife, tocando o seu tarol.
Só por isso.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O HOMEM DA SOMBRINHA DE OURO

O Detetive 008, personagem de Hugo Martins, que já enfoquei aqui no Blog, é um abnegado defensor do frevo, tal como seu criador.  Certa vez, Hugo pediu-me para criar um roteiro e seus personagens, para que pudéssemos gravar mais um dos vídeos da série.  Assim, escrevi um enredo de humor-suspense, que chamei " O Homem da Sombrinha de Ouro", passado em plena folia do Recife e Olinda, tratando de um espião que queria sabotar a saída de troças e clubes de frevo.




O vídeo não chegou a se concretizar, mas gravamos cerca de metade do roteiro.  Por dificuldades técnicas de filmar em pleno carnaval olindense com um equipamento amador e uma equipe minúscula, desistimos de finalizar o projeto.  Restaram, entre as cenas gravadas, alguns momentos descontraídos de erros de fala, que terminam se tornando também algo engraçado para se ver depois e que aqui repasso para vocês.

O vídeo segue aí embaixo:

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O BOLICHE DO NATAL

Natal na Praça de Casa Forte-dezembro 2007


(no áudio, Luiz Bordon e " A Harpa da Cristandade", um disco que marcou nossos Natais)


  Ainda havia uma certa novidade em torno da figura do Papai Noel, que começava a aparecer por essas bandas nordestinas, onde antes imperava a tradição lusitana do Presépio e do Pastoril, que tão bem se adaptaram ao gosto pernambucano.

  Uma aura de mistério envolvia o velhinho de barbas brancas, faces rosadas e óculos de aro, com suas renas e seu trenó mágico.

  As lojas, em dezembro, pleno verão nordestino, ficavam brancas da neve de algodão, cheias de pinheiros de outras florestas, que nem sequer se assemelhavam às nossas casuarinas ou às araucárias sulistas.

  Mas se ele veio parar por aqui, fazer o que?.. Já havia, vê-se, uma antecipação à chamada "aldeia global", hoje uma realidade incontestável, que a tantos agrada e a tantos não.

  Meu pai, como todos os outros da época,  a partir de então adotou a moda de presentear à meia-noite do dia 24 de dezembro, e àquela hora, esgueirava-se nas sombras do quarto das crianças e debaixo de cada cama deixava um pacote de presente.

  Num desses Natais, eu então com 4 anos, ganhei um jogo de boliche.


Natal na Praça de Casa Forte-dezembro 2007
Na minha visão de menino, não era um boliche qualquer. Todo de madeira torneada, pintado a mão, tanto as garrafinhas quanto as bolas. Foi o primeiro presente que ganhei de que me recordo com nitidez.

  Inesquecível, meu boliche. Brinquei muito com ele, nas tardes em que -preso à agonia da asma- ficava em casa, enquanto meus irmãos saiam a passear com Dedé, nossa segunda-mãe, minha madrinha de batismo.

  Aquele boliche, singelo e contido, mas honesto e colorido, como são os bons brinquedos, muito me ajudou a superar o "cansaço" provocado pela asma e eu quase tinha pena dos "soldadinhos" pintados nas garrafas quando os atingia em cheio com as bolas vermelhas e azuis

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

POENTE


O ano agoniza.
Cai, desfalecido, céu abaixo, amortecendo a queda num colchão de nuvens.
Da minha janela eu observo tudo.
Saudade dos momentos bons, também dos momentos tristes.
Duas faces da mesma moeda, duas texturas diversas da mesma massa que nos modela: sentimentos.  Sentimentos, o motor dos humanos. Animais, dizem alguns, também os têm.
Mas, penso eu, não tão exacerbados quanto os humanos (os seres e os sentimentos).
E, apesar de tudo, o ano agoniza.
Vai embora, aos pouquinhos, sem pensar na gente.
Cumpre sua rotina.  Amanhecer, anoitecer, amanhecer, anoitecer, amanhecer..
O ano resume-se em cada dia que lhe cumpre existir.
Amanhece a primeiro de janeiro, anoitece a trinta e um de dezembro.
E agoniza. E agonizamos nós, solidários.
Cada dia nos acrescendo bons e maus momentos. 
Não maus de todo.
Tristes, apenas.  Tristes momentos de que temos até saudade.
Cada dia, sua agonia. Cada dia, um fio de cabelo branco, um segundo que se foi.
Desperdiçado, algum.  Aproveitado, outro.
Todos passando, todos desfalecendo, todos agonizando.
Negro, o céu agora.  Em repouso mortal.  Para ressuscitar em janeiro.
Sob o barulho dos fogos, sob o clarão do Ano Novo.



quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

AS CRIANÇAS E OS COMPOSITORES

Professora Raquel Eduardo, Maestro Edson Rodrigues
e os Alunos da E.M. Engenho do Meio

O que eles têm em comum?
A resposta está  na ponta da língua, para todos os que tiveram o privilégio de assistir a uma festa de civismo, cultura e amor ao Frevo de Bloco.

Promovida pela Escola Municipal do Engenho do Meio, produção da Professora Raquel Eduardo, uma abnegada defensora dos Blocos do Recife, esse Encontro encheu de emoção a todos que dele participaram.  E não foram poucos.
Toda a criançada da Escola, educadamente sentada, vibrou e participou a cada segundo das apresentações de músicas dos blocos carnavalescos líricos do Recife.
Os compositores convidados viram e ouviram, emocionados, a criançada a interpretar suas canções, com toda garra e entusiasmo próprios da idade e também de quem descobre a sua verdadeira cultura, as suas verdadeiras raízes.
Uma tarde inesquecível, de que tive a honra e o prazer de participar.
Em meu nome e em nome de todos os amigos e amigas compositores que lá estiveram um enorme agradecimento a Raquel e seus pequenos alunos. 


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

MEUS AMIGOS ANIMAIS (6)

Foz do Iguaçu é um privilégio para quem gosta de Natureza.
Os Everglades, na Flórida, também. O Pantanal de Mato Grosso (Norte), idem.
Têm em comum, a exuberância das plantas, a força das águas, a beleza da fauna.

Borboleta - Foz do Iguaçu


Paisagens e seres assim, são um colírio para os olhos e para as lentes das câmaras de fotógrafos do mundo inteiro.
Onça - Itaipu Binacional
Nesta série, mais um apanhado das plumagens e cores, das formas e da diversidade de pássaros, insetos e animais de toda espécie que temos fotografado nesses lugares mágicos.
Joaninha - Duvall, WA-USA
Diz o jargão surradíssimo que "uma imagem vale mais que mil palavras".
Economizemos, pois, as palavras.

Borboleta - Foz do Iguaçu

Esquilo (serelepe) - Puerto Iguazu

Lagarto - Itaipu Binacional

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

MINIBIOGRAFIAS DOS TÁRTAROS (DIDI)


Ou melhor, Waldilson.  Irmão do nosso Walter.  E do Waldir, da Waldjane, da Waldilene, do Walney, da Waldja e haja "dabliú" !  


Outro caso de nomes diferentes.   Nosso mascote, caçula da turma, tinha uns quinze anos quando começou a "centrar" guitarra com a gente.  
Não sei como nunca tivemos problemas com o Juizado de Menores.  Entrou quando o Raimundo Carrero saiu.

Criança por fora, maduro por dentro.  Mais sério do que o necessário para sua idade, até hoje continua o mesmo.   

Solidário até a doação da medula a quem primeiro precisasse. Jeito de frade franciscano, fala macia, grande coração.



Mas, quando entrava no clima de brincadeira da turma... sai de baixo !
Formou-se em Direito, como eu.  Aliás, recentemente formamos um trio, com outro Advogado, o Geraldo Azoubel, excelente gaitista, só para tocar em reuniões de beneficência e chás de caridade.  O trio ainda não tem nome (eu sugeri "Petição Inicial" e o Didi falou em "Despacho Saneador".  Coisa de louco! 









(do inédito "Tártaros, Os Seis do Recife")