segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

CARNEIROS, O CARIBE DA GENTE


Tiramos 4 dias de féiras. Esta semana foi dureza pra mim. Gravei ao vivo a Banda da Polícia Militar num disco de frevos de rua muito bom. Depois falarei sobre ele. Então, as férias caíram como uma luva. Precisava mesmo de descanso e silêncio. E tive bastante disso, da quinta até hoje pela manhã. Confiram nas fotos. Carneiros é atualmente o melhor destino praieiro do Brasil, podem crer... Dizem que as cartas não mentem jamais. E eu digo: as fotos também !






NOVO ENDEREÇO / NOVO DOMÍNIO

Estou de volta.. e com uma novidade.
O blog agora está hospedado em seu próprio domínio.
para acessá-lo você digita: seteinstrumentos.com
Pronto ! nada mudou, na verdade.. enquanto estamos em fase
de transição, podem acessar o usando o mesmo http://fredcrux.blogspot.com/
O Blogger redirecionará esse endereço para o atual.  E mesmo depois de
consolidado o novo domínio, podem usar o endereço antigo, ok?
Amanhã estarei postando algumas fotos da Praia dos Carneiros, um pequeno
pedaço do Paraíso, para quem ainda não conhece.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

BLOGUEIRO DE MINI-FÉRIAS

Bom dia, meus queridos !
O blogueiro e sua esposa vão dar um tempo, desta quinta-feira até a próxima segunda..
Recarregar a bateria é essencial, né?  E na Praia dos Carneiros, melhor ainda..
Até a volta !!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

22 DE FEVEREIRO, UMA DATA MUITO ESPECIAL


Há datas mágicas na vida da gente. No caso dos Monteiro da Cruz descendentes de Frederico e Maria, uma dessas datas é 22 de fevereiro, aniversário do nosso Patriarca. Hoje, em sua homenagem, vou falar musicalmente desta data. Vou relembrar, especialmente para os meus irmãos, cunhados e cunhadas, filhos e sobrinhos, a música que moveu nossos sentimentos durante anos a fio e que continuará nos emocionando toda vez que a escutarmos. Todos vocês, queridos leitores, tenho certeza, também serão tocados por esta música. Além de ouvi-la, gostaria que vocês conhecessem sua história.

O grande Maestro Nelson Ferreira, certa vez convocado pelos diretores da União dos Viajantes de Pernambuco compôs letra e música do Hino dos Viajantes. Desde a mais tenra infância, isso a partir dos anos 60, todos nós aprendemos e cantamos juntos com nossos pais essa marcha-hino.

Com muito garbo e orgulho, repetíamos melodia e letra em qualquer ocasião de reunião familiar. Por que? Ora... porque sentíamos o quanto nosso pai amava sua profissão de vendedor-viajante, sem medir esforços para tirar o sustento da família e a educação dos filhos nessa tarefa extenuante de percorrer todo o Estado e Estados vizinhos, na labuta do seu dia-a-dia, mesmo tendo que afastar-se temporariamente de nós todos para executá-la.

Uma frase em especial nesta música, toca fundo o coração de qualquer um de nós: o seu tema maior, que era o lema da União dos Viajantes: “Enquanto houver madrugada, haverá um viajante” !

E foi assim que resolvi gravar este hino com um coral de quase 20 vozes, formado por nossa Mãe, todos os irmãos e irmãs, minha filha, alguns sobrinhos e sobrinhos-netos. É esta a versão apresentada, muito embora eu tenha conseguido com o pesquisador musical e grande amigo Samuel Valente um raríssimo exemplar do disco original em 78 rpm, da gravadora Rozemblit, cujo selo ilustra também esse post. Cantem conosco e participem desta emoção !

MANGUEIRAS, VITÓRIAS-RÉGIAS E TACACÁ


Igarapé no Rio Guamá
 
Bar do Parque
Um passeio por Belém nos remete aos bons tempos das cadeiras nas calçadas e das manga-espadas verde-amareladas, cheirosas e suculentas, pendentes dos galhos frondosos de mangueiras pelas ruas, ao dispor dos transeuntes.  Tantas frutas, tantos sabores, tanta sombra, que esquecemos de ter saudade delas.



Cerâmica marajoara - Icoaraci

Estivemos em Belém por volta de 1998, comemorando nossas bodas de prata. Apesar do calor úmido, a cidade é acolhedora e convidativa a passeios intermináveis por suas eternas alamedas de mangueiras, pelos seus vetustos edifícios de talhe europeu, bem conservados e ainda bastantes imponentes. O Theatro da Paz, na Praça da República lembra, até pela localização e  o nosso Teatro de Santa Izabel, também plantado na recifense praça do mesmo nome. Apesar da semelhança não é obra do francês Louis Vauthier, como o nosso, mas sim do engenheiro militar José Tiburcio de Magalhães, inspirado no Teatro Scala de Milão. 

Theatro da Paz
 Mas lá, na Praça da República de Belém, há lindos coretos moldados em ferro, quiosques da época, como o Bar da Praça, fotogênico e simpático.  As construções religiosas também são notáveis, destacando-se a Igreja de Nazaré, pela famosa Festa do Círio e a Sé de Belém.  O Mercado  Ver-o-Peso, habita o imaginário de todo turista que não lhe pode negar uma visita de manhã inteira, em meio a ervas, frutas, peixes, amuletos de toda espécie, artesanato variado do urbano ao indígena, enfim, tudo o que atrai os viajantes.


Tacacá no fim da tarde

Um capítulo à parte, em Belém é o Museu Goeldi, um oásis verde em meio ao burburinho da capital.  Próximo a Belém, outras visitas inesquecíveis: Icoaraci, famosa pelo artesanato em cerâmica que tem no Mestre Anísio uma expressão eloquente da arte marajoara e tapajônica. 


Praia do Paraíso - Mosqueiro
De Icoaraci pode-se fazer uma travessia para a Ilha de Marajó, ou simplesmente quedar-se nas areias brancas das praias do Mosqueiro, em especial a praia do Paraíso. Outros passeios imperdíveis partem para vários igarapés no entorno do Rio Guamá, onde podemos presenciar a colheita do açaí e saborear essa iguaria vegetal numa tijela rústica, acompanhada por farinha branquinha e crocante de mandioca. Belém é daqueles destinos brasileiros a que pedimos bis.




 
 

Vitórias-régias no Parque Goeldi


domingo, 20 de fevereiro de 2011

CINEMA EM CASA - O CINE MONTEIRO

Totó, em Cinema Paradiso
  
É difícil para mim externar minhas emoções em público.  O que não quer dizer que eu não as externe.. pelo contrário. Emociono-me com alguma facilidade e o cinema é para mim um agente facilitador ou desencadeador desse estado de alma. Mas não sou um cinéfilo chorão, não... Para chegar às lágrimas é preciso alguma carga de emoção que as faça valer. Como, por exemplo, a história terna e saudosa de um filme que tem tudo a ver comigo: Cinema Paradiso, filme autobiográfico do italiano Giusepe Tornatore. A história de Totó, garoto amante dessa Arte maravilhosa me comoveu profundamente.  Vi-me, naquela fita, transportado no tempo dos meus dias de criança em Casa Forte, nas matinês do Cinema Luan e nas sessões improvisadas de cinema que eu fazia na nossa casa.  
cena do seriado Flash Gordon

A sessão de cinema tinha público certo: um monte de irmãos pequenos de todas as idades. Mas, às vezes, contava com o honorável e prestigioso público formado pelos irmãos mais velhos e (glória total!) até mesmo dos nossos pais.  Aprendi,  não sei se com um colega de escola ou em algum volume do “Tesouro da Juventude”, a fazer um arremedo de projetor de cinema: uma lâmpada transparente oca, cheia de água, servia de lente de projeção. O tal engenho funcionava movido a luz do sol, dirigida ao projetor por um espelhinho redondo, que não podia faltar em qualquer bolso de calça de menino daquele tempo, junto ao pente “Flamengo” de ‘matéria-plástica’.   

Roy Rogers e seu cavalo Trigger
 
O projetor era uma caixa de madeira com a figura de um leão gravada a fogo e os dizeres: ‘Matte Leão: já vem queimado’. Dois retângulos cortados a canivete, um atrás, outro na frente. No meio da caixinha, a lâmpada oca e cheia d’água, isto é: a lente de projeção. Botava na frente da lente , em posição invertida tudo o que era possível projetar: papel celofane de ‘confeitos’ da Renda Priori & Cia., de várias cores e sabores, desenhos feitos com tinta nanquim sobre celofane, recortes de letras e figuras que eu vazava em papel com tesoura ou gilete... eram os créditos de abertura e o famoso letreiro “the end”.
Ah.. do meio para o fim da sessão havia a grande atração, a fita principal: pedaços de filme que eu achava no lixo do Cine Luan e colecionava com todo carinho. Tinha cenas de Flash Gordon, Rock Lane, Hopalong Cassidy, Zorro e Tonto, o outro Zorro e o Tenente Garcia, Sansão e Dalila, Jornal da Tela, Carlitos, O Gordo e o Magro, A ilha misteriosa, até mesmo da Paixão de Cristo ainda em preto-e-branco. Enfim.. tudo quanto era sobra de filme que eu achasse na caixa de lixo do Cinema ia para a coleção particular do Cine Monteiro, a melhor sala de cinema que eu operei e frequentei na minha infância.
No final da sessão, Dedé (nossa segunda mãe), providenciava um lanche para premiar o bom comportamento da plateia que, aliás, batia palmas e assoviava demais, quando aparecia na tela de lençol a palavra FIM, ou melhor THE END !
(Do meu livro de crônicas "Caçador de Lagartixas", Ed.do Autor, impr. pela Editora Livro Rápido - Elógica, Recife, 2008)

DUDA, SETENTA ANOS DE FREVO !


Duda e Hugo Martins, no FSTUDIO

                                                                          
Este ano tem o Carnaval do Recife tem um homenageado especial : o Maestro Duda. Goianense, começou a tocar ainda menino na Banda Saboeira de Goiana-PE. Gênio musical, maestro, arranjador e exímio saxofonista, Duda é um ícone da Música Pernambucana e brasileira. Reconhecido nos quatro cantos do Mundo como um dos maiores arranjadores para música de metais de todos os tempos, Duda é a simpatia personificada, conservando ainda seu sotaque matuto e sua risada franca.



Duda e Mida, sua esposa, com Fred Monteiro
no Bloco Flor da Vitória Régia
Não cabe, nesse espaço tão modesto, traçar uma biografia do Maestro Duda e tentar mostrar um mínimo que seja da sua valiosa Obra Musical. Há cinco anos atrás, compus, em sua homenagem, um frevo-de-bloco exaltando seus 70 anos de idade, que denominei “ Duda, Setenta Anos de Frevo”. O arranjo é do Maestro Ademir Araújo (Formiga), outro grande músico, arranjador, compositor e amigo. Participei também com meu banjo, junto aos excelentes músicos de Ademir e um coro formado por Rosaura Muniz, Sevy Nascimento e Margarete Cavalcanti. Esta música está presente na seleção anual do Centro da Musica Carnavalesca de Pernambuco-CEMCAPE (O tema é frevo – pesquisa).

Ouçam e aplaudam junto comigo este grande pernambucano, o Maestro Duda !


Duda mixando uma gravação no FSTUDIO

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

CORRER É O MELHOR REMÉDIO CONTRA O TÉDIO

Um dos meus objetivos deste ano de 2011 era escrever um livrinho, ou um pequeno manual, narrando minhas experiências e observações de corredor veterano. Ou duas vezes veterano, porque, aos 65 de idade e com 28 anos ininterruptos de corrida acho que passei por tudo o que um corredor veterano tem que passar.

Esse tempo todo, posso assegurar, sem grandes traumas, sem qualquer contusão mais séria, a não ser aquelas dores normais da fase de condicionamento físico (as famosas dores nas canelas, nas panturrilhas e coxas, na musculatura das costas, tendinites e unhas roxas, etc). Todas absolutamente previsíveis e perfeitamente superadas sem grandes problemas, sem remédio nem internação. Ou como eu costumava dizer.. às vezes a gente cura uma dor de corrida com repouso, às vezes com mais corrida, mas sempre com muita cautela.

Eu falei duas vezes veterano porque já comecei a correr “velho”, isto é aos 37 anos de idade.

Na linguagem popular eu já era um “vovô” para começar um programa sério de treinamento para quem ambicionava correr a prova-tabu de todo corredor de longa distância: a Maratona.

Antes de mais nada, porque este blog é lido também por leigos no Atletismo, cumpre dizer que Maratona é aquela prova de 42.195 metros e não, como infelizmente muitos organizadores de provas ainda insistem em fazer, qualquer corrida pedestre, ou rústica. Dito isto, passemos ao que interessa.

Correr é uma atividade humana tão natural quanto andar, comer, falar, etc.. Ninguém nos ensina a balbuciar os primeiros sons, ou a nos levantar nas duas pernas e, desajeitadamente, sair andando, aos poucos (mesmo depois de alguns tombos). Ninguém também ensinou aos nossos ancestrais a fugir do perigo representado por um enorme tigre ou leão faminto, correndo em busca da segurança da caverna (ou da árvore) mais próxima.

Não vou aqui me meter na seara de treinadores e professores de educação física, que têm por objetivo aperfeiçoar nos seus pupilos aspectos técnicos do treinamento, da dieta, dos cuidados paralelos com calçados, roupas adequadas e planilhas de treinamento. De forma alguma.

Essas linhas são escritas para aquelas pessoas que, como eu, querem se iniciar na corrida sem grandes pretensões, mas com um mínimo de conhecimento do que os espera pela frente.

Eu li bastante sobre corrida, a medida em que iniciava minhas primeiras aventuras no esporte.

De vários livros e revistas sobre corrida, tirei ensinamentos úteis e necessários para evitar cometer muitos erros (porque erros sempre cometemos). Agradeço de coração, hoje, a gente que preocupou-se em transmitir suas experiências pessoais, pondo outros milhares de corredores pelas ruas, trilhas e estradas do mundo afora, a usufruir dos maravilhosos benefícios da corrida. Destaco, dentre esses, os livros de Kenneth Cooper (Aerobics- Aptidão física em qualquer idade), James Fixx (The complete book of running – Guia completo de corrida), Werner Sonntag (Spass am Laufen – Alegria de correr) e um manual muito simples e eficiente escrito por um veterano corredor brasileiro chamado Airton Ferreira – Diário do Corredor.

Bons artigos em revistas de corrida foram de grande utilidade no meu aprendizado dessa arte-esporte, em especial os cuidadosamente selecionados e publicados pela VIVA-A revista da Corrida, cujo editor foi o José Inácio Werneck, também competente corredor, como todos os demais citados.

A VIVA tinha, aliás um acordo editorial com “The Runner”, uma das grandes revistas de corrida da época. Estamos aqui falando dos anos de ouro da corrida pelo mundo, os anos 80, que coroaram o “boom” do esporte iniciado por Cooper, nos anos 60, com a publicação de “Aerobics” e o lançamento dos fundamentos científicos do condicionamento aeróbico, oriundo principalmente do treinamento da Força Aérea Americana dirigido aos seus pilotos e astronautas em plena “corrida espacial”, sendo K. Cooper o cardiologista-chefe da US Air Force, por aqueles anos.

Dito isto (o que já foi muita coisa para se ler em tela de computador), parto para uma primeira e óbvia afirmativa, repetida por todos os grandes mestres da corrida:

O SEGREDO DO ESTILO É CORRER NATURALMENTE !

Observa James Fixx : “Seu corpo é um sistema biomecânico singular. É diferente de todos os outros corpos. Possui seus próprios centros de gravidade e articulações. Por isso é que se comete um erro ao se tentar imitar o estilo de correr de outra pessoa. Simplesmente mantenha o corpo empertigado, a cabeça alta, e fique ligeiramente inclinado para a frente. Não exagere os movimentos dos braços. Corra com os cotovelos  dobrados, mas não comprimidos contra o corpo. As mãos devem estar relaxadas, não se correndo com os punhos cerrados. A tensão em uma parte do corpo causa tensão em outra. Ao correr, não se preocupe com a extensão da sua passada; faça apenas o que sentir que for natural."

E segue Fixx demonstrando com muita competência outros aspectos como respirar naturalmente, coisa que preocupa demais treinadores e orientadores de corrida e principalmente os corredores iniciantes.   Já Werner Sonntag faz melhor minha cabeça:   “A corrida não exige uma técnica complicada. Aprendemos a andar e a correr na primeira infância, sem que ninguém nos desse lições de estilo. A corrida é uma função natural no ser humano. Todos os erros que cometemos no início da mesma foram adquiridos no decorrer da vida e por isso, em minha opinião, podem ser corrigidos. Por que iniciar a correção justamente no primeiro dia de corrida? Comece a correr conforme seu gosto. Com o tempo, o corpo racionalizará os movimentos. Quase sem perceber você passará a movimentar-se de maneira mais racional e desse modo adquirirá um “estilo”. E se você nunca adquirir um “estilo”, não se importe. Zatopek, a “locomotiva”, cultivou o anti-estilo. .... Mas é bom você saber como se corre certo. Só lhe peço que não fique treinando diante do espelho.”

O importante de tudo isso, penso eu, é iniciarmos a prática da corrida, ou de outro exercício aeróbico que se escolha, o mais breve possível. Depois de visitar o seu médico, fazer um teste de esteira ergométrica para saber do seu nível de condicionamento físico e ter dele a sua aprovação para a prática do exercício, comece imediatamente ! Na corrida aprendemos uma coisa curta e certa: correr pode não aumentar a duração da sua vida, mas certamente acrescentará muito mais vida aos anos que você ainda tem por viver !



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

UM CÃOZINHO OBSTINADO



Em 1990, na Itália, jogou-se mais uma Copa do Mundo. Um dos jogadores da Esquadra Azzurra destacou-se nessa edição da Copa: Totó Schillaci. Mas tão rápido quanto apareceu, sumiu logo depois, como acontece, de qualquer forma a tudo e a todos. Mas, um outro Schillaci jamais será esquecido. Falo de um cachorrinho fox-terrier, em que pusemos o nome do ex-famoso jogador. Quando era bem pequeno, Schillaci chorava muito à noite e queria a todo custo dormir dentro de casa, como acontece com todos os filhotes.









Ele tinha sua casinha, que ficava no terraço da casa, mas nem por isso se conformava em dormir sozinho. Como era muito insistente comecei a chamá-lo de "cãozinho obstinado", por isso o título desse post.  Schillaci surgiu na nossa vida através de Tatiana, que havia pedido um cachorrinho de presente. Era um grande companheiro, corria comigo pela praia (em Catuama, onde tivemos uma casa), brincava o dia todo com os meninos. Mas, logo conquistou a família inteira com sua esperteza e suas brincadeiras.


Saltava como uma pulga, corria como um coelho e era valente demais. Um dia, porém, mudamos da nossa casa térrea para um apartamento. A convenção de condomínio do prédio não permitia animais. Hoje isto é assunto ultrapassado, mas naquela época tivemos que aceitar o fato e Schillaci foi morar numa fazenda de um amigo em Bonito (PE). Tornou-se, eu soube depois, um grande caçador por aquelas bandas, muito requisitado pelos amigos do fazendeiro.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

EU SOU ASSIM



Eu sou assim:
tenho meus defeitos, mas olho pra cima
Poeta bissexto, procurando rima
Pra caber no xote do meu coração...

Eu sou assim:
Pareço menino, só penso besteira
Esse é meu destino, perco a vida inteira
Sempre dividido entre Amor e Razão !

Mas, veja bem:
De que adianta a vida, se a gente não canta
De que adianta o canto, se a gente não liga
Para a maravilha que se chama Amor

Pra que dinheiro?
Se a gente não leva, quando vai embora
E o que vale mesmo é a dor de quem chora
Pelas coisas boas que a gente deixou...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

SANTA CATARINA, MOSAICO DE BELEZAS


garça na lagoa da Conceição
 Quantas faces tem Santa Catarina ? Muitas e as mais diversas.  Ao mesmo tempo, uma só.  A face brasileira, sempre.  Multicultural, influenciada por portugueses, germânicos, açorianos, italianos, brasileiros imigrantes do Norte e do Sul, do Nordeste e do Centro-Oeste.  Todos deixaram e deixam um pouco de si nessa “Ilha da Magia” que é Florianópolis, no “Vale Europeu”, no litoral privilegiado desse Estado que tão bem sabe acolher  os que lhe procuram, seja por duas semanas de passeios inesquecíveis, seja por toda uma vida de envolvimento pessoal, profissional, familiar, afetivo.
Ponte Hercílio Luz
O prazer de visitar Santa Catarina e de privar da amizade do seu povo gentil e hospitaleiro somente se iguala, em volume, à nostalgia de retornar à nossa rotina.  Iguala-se, ainda, ao desejo de retornar, sempre, para revisitar, redescobrir e continuar a amar essa terra fantástica.
A vida intensa de Santa Catarina reflete-se na beleza de Florianópolis com belas e tão diversas praias: Joaquina, Campeche, Pântano do Sul.. Aliás, um passeio pela vila açoriana de Santo Antonio de Lisboa, é um imperdível retorno ao passado colonial de Santa Catarina e do Brasil. Cidades que são pedaços da Europa encravadas no vale do Itajaí, como Timbó, Pomerode, Nova Trento e Brusque. Blumenau é um capítulo à parte, com todo o esplendor da sua arquitetura enxaimel, suas praças floridas e seus cristais nascidos das mãos de experimentados mestres da vidraçaria secular. 
Santo Antonio de Lisboa
Uma das melhores viagens que fizemos por este Brasil afora e que pretendemos ainda repetir, para abraçar novamente amigos como o Rafael Hilbrecht, a Cléa Braganholo, o Paolo Piermarini e tantos outros que nos receberam em suas casas e em suas almas generosas.
 


lagoa da Conceição

Casa do Imigrante - Pomerode

barco em Pântano do Sul

gaivota na praia da Joaquina


sábado, 12 de fevereiro de 2011

CHAPADA DOS VEADEIROS E ALTO PARAÍSO-GO

Gosto muito e viajo sempre que posso e tenho tempo pelos Parques Nacionais brasileiros. De Norte a Sul, de Leste a Oeste, temos Parques incrivelmente belos.  Alguns bem cuidados e com excelente estrutura de atendimento turístico, outros nem tanto, mas todos com atrações naturais e beleza ímpar.  Uma das coisas que me fascina são as cachoeiras.  Sou capaz de passar horas numa trilha, seja ela leve, moderada ou pesada, somente para tomar banho em uma ou várias cachoeiras dos muitos parques que visitei. 
A Chapada dos Guimarães tem cachoeiras fantásticas, a Diamantina idem, Alto Paraíso de Goiás e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros também. São famosas as que ficam ao longo do Rio Preto. Famosas e também algo perigosas.

O Rio Preto passa por corredeiras entre as pedras, entra por um cânion estreito e desaba numa primeira queda d'água de 80 metros, prossegue caindo mais adiante entre as pedras da Cachoeira das Carioquinhas e a seguir deságua em duas formosas quedas de 120 metros de altura, tudo em meio a uma vegetação de cerrado fechada e muito bonita.
Noutro ponto do Parque, o Rio da Água Fria também é um atrativo de uma imensa beleza. Nesse vale a pena experimentar o "cascading" (descida em rapel no meio da cachoeira, de 52 metros, com uma descida em negativo de cerca de 20 metros, onde você pode admirar uma bela vista das cascatas do Rio dos Couros, mais adiante.
As trilhas do Parque, assim como as da região de Alto Paraíso são muito lindas e, com alguma sorte, você ainda pode ver veados campeiros (que deram nome ao parque, perseguidos e caçados que foram pelos caçadores "veadeiros" da região, no tempo em que inexistia proteção à fauna e flora e caçar era uma ato natural para os nativos).

Outra coisa que admiro nesses Parques é a diversidade das suas árvores e principalmente das suas flores. As flores do cerrado têm um encanto primitivo e ao mesmo tempo fascinante. Deixo que algumas fotos falem por mim a respeito da beleza ainda selvagem desses lugares.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

9 DE FEVEREIRO - DIA DO FREVO !

Não poderia este blog deixar passar em branco uma data tão importante para nós pernambucanos como esta. Na verdade, nem pernambucano eu sou.. Nasci em Maceió, Alagoas e vim pro Recife bem pequeno ainda. Aqui cresci, aqui crei minhas raízes e hoje me considero também um pernambucano, um recifense completo e apaixonado. Quem me conhece sabe quanto eu amo o frevo e tudo quanto diga respeito ao Carnaval de Pernambuco. Um amor incondicional, traduzido em quase 30 frevos de bloco, 7 frevos de rua, 5 frevos-canção, 3 marchas de La-Ursa e 3 maracatus, todos devidamente gravados por mim e pelos meus amigos e amigas músicos e cantores (as) no meu pequeno estúdio de gravação.
Escolhi, para ilustrar essa homenagem ao frevo, um frevo-canção gravado originalmente por Ivanildo Silva e regravado anos depois pelo grande Claudionor Germano. Nesse frevo eu conto um pouco desse amor que tenho pelo Recife e pelo seu Carnaval. Chama-se “Coração Recifense” e faz parte de um CD-coletânea somente de músicas minhas. Curtam e digam se não tenho razão de me sentir recifense !

                                                       


SONETO PARA VOVÓ ANNA

(Para Vovó Anna, meu anjo guardião, no seu centenário)


Pernambucana de Palmares nata
No signo da Cruz foi concebida
De doce mel de engenho impregnada
Doçura transferiu às nossas vidas

Um século depois de amor constante
Prossegue a cativar com augustos modos
A alma dos seus filhos, netos, todos
Por força de um sorriso estonteante

Ternura no falar, aconselhando
Aos novos compreendendo e aos maduros
A sua experiência transmitindo

Merece Vovó Anna cem mil hinos
Lavrados em louvores de ouro puro
Por nós, que ainda somos seus meninos..


Recife, julho de 1996