segunda-feira, 15 de agosto de 2011

KEY WEST - A ILHA DE HEMINGWAY

Fachada da Angelina's Guest House
Promessa é dívida.. E eu prometi que atualizaria o blog mesmo nas férias.
Na intenção única de quebrar em dois um vôo entre o Recife e Seattle que dura boas 14 ou 15 horas, resolvi passar 4 dias na Flórida.  Fizemos um tour rápido por Miami para no dia seguinte viajar para Key West e ficar dois dias por lá.  Key West me atraiu por sua história e por sua arquitetura.  Casario secular, de uma beleza cativante.





O belo edif'icio da Corte do Condado

"Cayo Huesso", ou Ilhota dos Ossos, para os seus primitivos habitantes, foi anglicanizado para Key West, por sonoridade similar.  É a mais ocidental das Keys, dezenas de ilhotas interligadas pela US-1, a Overseas Highway, que avança sobre o mar do Golfo, de um lado e o Atlântico, do outro.  174 milhas, cerca de 280 quilômetros de belas paisagens que desfilam pela janela do ônibus.  Interessante notar que Key West fica mais próxima da caribenha Cuba (90 milhas ou cerca de 150 quilômetros) do que do continente americano.




Nomes nas portas

Escolhemos para hospedagem uma pousada simpática, chamada Angelina's Guest House, instalada numa casa de madeira (como praticamente todas da ilha), do início do século XX e que um dia foi um bordel cujas "meninas" divertiram sobremaneira os elegantes da ilha, incluido aí o seu mais importante frequentador, o famoso Ernest Hemingway.  Aliás, esse grande escritor é onipresente em Key West.  Sua casa-museu é o pricipal  ponto de atração turística, para onde acorrem todos os aficcionados da sua valiosa obra literária capitaneada pelos premiados romances O Velho e o Mar, Adeus às Armas e Por Quem os Sinos Dobram, entre tantos.



Casa-museu Ernst Hemingway

A família proprietária (Mr Kevin, Mrs Janet e sua filha Stephane) recuperou e decorou com extremo bom gosto cada canto da casa, atendendo os hóspedes com uma amabilidade inesperada.
Um dos detalhes interessantes são as plaquinhas pintadas em cada porta de quarto, com o nome das "meninas" da época: Susie, Dolly, Kitty, etc.
Passeios em Key West não faltam, museus e lugares interessantes se contam às dezenas; parques e praças, restaurantes e bares para todos os gostos.  Sinceramente, é o tipo do lugar que mereceria uma visita bem mais demorada. Famosos são os bares que Hemingway frequentava, sendo o principal o chamado Captain Tony's Saloon, que ainda nos anos 30 mudou para uma quadra adiante, na Duvall Str, a rua principal da cidade e passou a chamar-se Sloopy Joe's Bar.. A briga é feia, para disputar a primazia do ilustre cliente.  Outro passeio bem interessante é pelo mar caribenho. 


Capt Tony`s Saloon, na Duvall Str

 Uma visita aos corais próximos à costa (cerca de quarenta minutos navegando num enorme catamarã com casco formado por placas de vidro, por onde temos uma excelente visão do fundo do mar, dos corais e dos peixes e outros animais marinhos.
Visitamos alguns dos museus muito bem organizados e que despertam de imediato o interesse do turista: o museu do caçador de tesouros Mel Fischer é um dos principais.. Imperdível, a coleção de moedas, jóias e barras de ouro que renderam ao descobridor cerca de 200 milhões de dólares, tudo resgatado do galeão espanhol Nuestra Señora de Atocha, valendo lembrar que Mel Fischer também descobriu outro galeão similar, o Santa Margarita.

Jardins de Hemingway
Museu interessantíssimo, também, é o que cuida da história dos faróis da região das Keys, o Lighthouse Museum, com farta documentação, objetos, iconografia e uma subida ao topo do farol, que tem cerca de 90 degraus e 25 metros de altura, com uma vista panorâmica da cidade e do mar nos arredores.
O mais importante de todos é -novamente- o museu-casa de E. Hemingway, uma bela residência cercada por um rico jardim tropical, com muitas palmeiras e até plantas bem conhecidas nossas como ninféias primas da vitória-régia. 
Um patrimônio muito querido do escritor eram seus gatos polidáctilos (com 6 e até 7 dedos) que
transmitiram à descendência até hoje esse defeito genético. 

Descendente de algum  dos gatos do Escritor

Os contemporâneos do escritor estão sepultados num insólito cemitério em meio aos jardins e os seus tataranetos passeiam dolentemente pela casa toda às dezenas, fazendo a alegria dos visitantes.

Para não estender demais esse texto, acho que vão ser necessários mais uns posts falando sobre esse destino muito legal, incluindo ainda Miami e Everglades.  Voltaremos depois.