Os patolões na seção de frutos do mar do Pike Place Market, em Seattle |
Por exemplo: quebrar caranguejos, deve ser uma atividade das antigas, da idade das cavernas, do tempo do ronca.
Só assim se explica você chegar num restaurante especializado em frutos do mar, lá no outro lado do mundo, perto da fronteira do Canadá, mais precisamente em Bellevue, região de Seattle e de repente pensar que entrou em alguma barraca na Praia do Futuro, em Fortaleza, ou em Porto de Galinhas, Pernambuco, ou na Lagoa do Mundaú, Alagoas, por aí.
Fui experimentar o “caranguejão” do Alaska, aquele que se transformou até em seriado de TV (Pesca Mortal). O chamado “King Crab”,”jumbo crab” ou algo que o valha. O Restaurante foi “The Crab Pot” e o serviço de lá justifica minha surpresa.
Detalhe do avental de comedor de caranguejo |
Até aí, tudo bem.. O garçon traz, então um avental de papel plastificado e ... um batedor com sua respectiva tábua, para quebrar os caranguejos. Pra auxiliar quem não tem a prática dos papa-guaiamum do Nordeste brasileiro, vem também um “quebra-nozes”, que pra nós foi de uma inutilidade total.
Pra imitar nossa bagunça, e até ultrapassá-la, os bichos vêm dentro de uma bacia de aço inox de bom tamanho, cheia até em cima. Só que a dita bacia vai servir para acondicionar os restos das patas já devidamente quebradas e prazerosamente degustadas. Porque em cima da forração da mesa que é feita com uma longa toalha de papel, o garçon derrama, ao longo dela, toda aquela caranguejada cheirosa e pra lá de gostosa.
Família reunida |
Diogo e seu martelão de caranguejo |
Aí é só partir pro abraço e lembrar-se de agradecer à turma da pescaria, que vai lá pros gelados mares polares buscar essa delícia, fechar os olhos e na medida do possível pensar que está numa praia pernambucana ou alagoana, debaixo de uma barraca forrada de palha de coqueiro, ou mesmo na beira de um manguezal à margem de um rio, no tempo dos Flinstones, com um olho no caranguejo e o outro no tigre de bengala que pode chegar a qualquer momento pra te jantar !