segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

MEMÓRIA DO BLOG - AS MAIS LIDAS POR ASSUNTO (7)

Sob esse marcador, publico de tudo: crônicas, poesia, cordel. Afinal tudo é literatura e se não é da melhor qualidade, debitem o blogueiro pela decepção. Mas a intenção é a  melhor possível. Portanto, relevem as falhas, as faltas de estilo ou de inspiração e tenham paciência com esse aprendiz das coisas.  O post mais lido e que é reproduzido aqui foi o da edição do dia 30.07.2012, com 399 visitas e 4 comentários. Teve o título VERSOS A GRANEL 4 (CORDEL VIRTUAL - POESIA E PARCERIA).

No Jornal da Besta Fubana (JBF), comandado pelo Escritor Luiz Berto, autor do premiado Romance da Besta Fubana e de inúmeros sucessos editoriais como "A prisão de São Benedito", "A Serenata", "Nunca houve guerrilha em Palmares", a Poesia corre solta, junto à crítica, à sátira e ao humor político sempre presente.  
Gente famosa da literatura nordestina e brasileira em geral ali pontifica, mantendo colunas e participando ativamente dos comentários às postagens sempre interessantes e atuais.

Entre estas está a poetisa Dalinha Catunda, membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, entusiasta dessa forma de versejar e que viaja o Brasil de Norte a Sul promovendo esta Arte poética multisecular, que encontrou solo fértil no Nordeste prodigalizado por um número que vai, certamente, aos milhares de poetas populares, que cantam seus versos de repente, acompanhados pelas suas violas, pandeiros ou ganzás, vendendo nas feiras seus cordéis ou promovendo entre si "pelejas" poéticas inolvidáveis, muitas delas antológicas.
O cordel, como movimento literário vem passando atualmente por uma revitalização impressionante e chama a atenção do público interessado nessa forma popular de poesia, a grande quantidade de eventos sobre o tema.  
Nossa seção de hoje tem a finalidade de apresentar a vocês algo do trabalho que Dalinha e eu vimos desenvolvendo nos comentários e "pelejas" virtuais nessa importante arena literária, que é o JBF.  Aliás, em breve, um projeto da Dalinha Catunda estará saindo às ruas: um cordel enfeixando uma dessas "pelejas virtuais", bastante interessante. Aguardem. Enquanto isso, curtam essas estrofes que, de ontem para hoje, escrevemos no Blog Cantinho da Dalinha e no JBF.
Trata-se de um conjunto de estrofes rimadas (na parte de Dalinha) em versos de sete sílabas, nas modalidades quadra, sextilha, septilha, oitava e décima (estrofes com 4,6,7, 8 e 10 versos, respectivamente).
Na minha parte, eu inverti a ordem das estrofes, começando pela décima e terminado pela quadra, mas com versos decassílabos (de dez sílabas), também conhecidos como heróicos.



MEU CANTO CRESCENTE
(Dalinha Catunda)
*
Sou lua nova crescendo
Do Jeitinho que eu queria
Assim vou resplandecendo
Nos braços da poesia.
*
Minha cantiga de amor
Eu canto na lua cheia
Porque tenho meu barqueiro
Que me chama de sereia
Com ele cato conchinhas
Que o mar sacode na areia.
*
Em noite de plenilúnio
Eu dispenso meu colchão.
No alpendre, numa rede,
Eu me deito em meu sertão
Pra ver a lua surgindo
De prata à noite tingindo
Com seu mágico clarão.
*
Eu sou uma retirante
E da minha terra amante.
Foi numa lua minguante
Que deixei o meu rincão.
Caminhei léguas a fio
Senti sede senti frio
Mas venci o desafio,
E voltei pro meu sertão.
*
A lua é sua madrinha
Me disse mamãe um dia
Confirmou a minha tia
E acreditar me convinha,
Pois quem se chama Dalinha,
E foi no sertão parida,
É pra lua prometida
Reza a lenda do lugar.
Eu que não vou contestar!
Gosto de ser iludida.
*

DECRESCENDO
(Fred Monteiro)
*
A Dalinha, poeta consagrada
aportou pelas praias do cordel
aumentando o valor do menestrel
sugerindo um estilo na jornada
e eu aqui vou topar essa parada
começando nas décimas tão boas
pra cantar todas essas minhas loas
à poesia e à cultura sertaneja
pois, então, doravante que assim seja
para a oitava eu remo essa canoa
*
Oito versos e também outras idéias
vou buscar entre terras galiléias
tal inseto vagando entre as colméias
busco o mel pr 'uma rima num floral
nordestinos terrenos parecidos
feito a terra de Cristo são feridos
pela seca e o calor tão repetidos
mas com tanta beleza visual
*
Pois agora no meio do percurso
da poesia ordenada como quis
minha amiga e parceira de cantar
a Dalinha do verso Imperatriz
Poesia ela guarda na su'alma
e transborda de forma leve e calma
cristalina qual canto do concríz
*
Em seu blog bebi sabedoria
pura fonte de rimas bem traçadas
conduzidas na pena da magia
uma arte por Deus presenteada
Academicamente ela porfia
dos cordéis pela vida consagrada
*
Finalmente chegando a porto firme
decassílabos em quadra eu confirmo
para que a parceira me confirme
se está certa a chegada que afirmo !