sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

SÍNDROME DO PÂNICO E EXERCÍCIO - UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL

É meio difícil falar de nossas fraquezas ou doenças.
Nem mesmo sei se aqui e agora são o momento e o lugar certo para isso.
Mas, hoje veio-me à lembrança um fato real, um drama pessoal que teve solução e final feliz, graças ao ciclismo, à corrida e à natação, esportes que comecei a praticar, nessa exata ordem, num momento de muito estresse na minha vida.

Começo de vida profissional, casado, 27 anos, muito trabalho, pouco lazer, muita responsabilidade, pouco dinheiro, muito cigarro, zero exercício.  Uma receita completa e acabada para... muito estresse.
E o estresse se manifesta com força total, quando a nossa vida, por isso tudo, se torna sedentária.

Por essa época, comecei a ter episódios da "síndrome do pânico", um mal estar que hoje é rotineiro nas grandes cidades e que - infelizmente - não é tratado com o devido cuidado pela maioria dos médicos, eles mesmos, na maior parte dos casos, sedentários, fumantes, hipertensos, tudo por culpa -aí também- do excesso de trabalho e da falta de exercício físico.

Procurei um dos melhores Clínicos da cidade e ele -sem mais conselhos- receitou-me um ansiolítico e me assegurou que o tomasse sempre, para evitar uma úlcera ou algo semelhante.  E assim foi, durante cerca de 10 anos.   Resultado:  por mais que eu não quisesse, terminei dependente e fui levando assim minha agitada vida.
Fumante inveterado de 30 a 40 cigarros por dia, fui piorando a cada dia, a ponto de não conseguir sair de casa sem que me assegurasse de que havia um comprimido do tal ansiolítico no bolso.

Um dia, porém, dei um basta nisso tudo.  Resolvi deixar de fumar e o fiz de uma só tacada.  Largado o cigarro, senti-me bem melhor.  Cuidei mais da alimentação, tomava bastante água, mas ainda dependia do remédio.
Foi quando resolvi dar meus primeiros passos na corrida lenta e de resistência aeróbica, depois de ter lido um livrinho que já citei aqui no blog:

A ALEGRIA DE CORRER,   

Um santo remédio, desta vez definitivo e de efeito quase imediato.
Por alguns meses, à medida que progredia no exercício, ia esquecendo o remédio e logo não tomava praticamente nada durante toda uma semana, até que o larguei definitivamente.


No princípio, durante 3 ou quatro meses, eu somente caminhava e trotava lento, durante meia hora. Ao final de 6 meses já conseguia correr sem parar os primeiros 10 quilômetros. Oito meses depois corri minha primeira prova oficial de 10 km e com um tempo abaixo dos 60 minutos.

Até hoje, quase 29 anos depois ( que serão completados em abril de 2012 ) só tenho tido alegria com o exercício físico.  Quando não estou pedalando, de madrugada, estou correndo ou caminhando, diariamente, ou ainda nadando, sempre que posso.  E em breve, vou voltar a nadar todo dia, se quiser, pois estou mudando para um condomínio que tem uma piscina com raia semi-olímpica e que será o meu mais novo "ansiolítico".. Que me perdoem os clínicos que continuam optando pelos produtos farmacêuticos.  Jamais passarei perto de um deles.  Meu receituário é um par de tênis, uma magrela, uma sunga de natação e um par de óculos.  E muita "alegria de correr". E de viver !