domingo, 26 de maio de 2013

77.777, UM RECOMEÇO, UM NOVO BLOG


77.777

Passei parte da tarde botando em dia a leitura de emails e dividindo minha atenção com o contador do Blog.  Queria poder "congelar" a tela de abertura para mostrar a vocês, o nosso contador de visitas marcando 77.777, como fiz certa vez, quando chegamos às 55.555 visitas.

Infelizmente, por um número, não acertei. Tinha interrompido a leitura quando o contador ainda marcava  77.764 e fui reler uns trechos de um livro do poeta Gonçalo Ferreira de Lima (Vertentes e Evolução da Literatura de Cordel). Quando voltei para conferir, já era tarde: a marcação era essa aí da foto: 77.778.  E por que eu queria tanto aquele número redondo?  Simples.  O Blog chama-se "Sete Instrumentos" e eu já havia planejado dividir o seu espaço em dois. E é o que vou fazer a partir da próxima semana, tão logo acabe de organizar o mais novo.  Vai se chamar "PROS&RIMA" e terá como tema exclusivo a Literatura, em prosa e rima. O "Sete Instrumentos" seguirá como meu blog pessoal, onde continuarei postando matérias sobre Viagens, Vídeo, Fotografia, Família, Esportes e Música. "Prosa&Rima" cuidará apenas de Crônicas e Cordel. Um dia, quem sabe, vou me aventurar em alguns Contos, também.  Muito remotamente, penso num plano mais ambicioso: um Romance.  Vai demorar, claro, preciso amadurecer bastante ainda essa idéia.

Voltando ao contador de visitas. Já deu pra perceber que tenho um fascínio pelo número 7, não é ?
Sete Instrumentos é o nome do Blog, sete eram seus marcadores originais... Nada mais lógico que eu encerrasse esta primeira fase exatamente no número 77.777.  Abraços a todos, muito obrigado pelas 77.778 visitas (até agora)  e continuem ligados no "Sete" !

segunda-feira, 20 de maio de 2013

PEGA O PEIXE, PESCADOR !


Praia dos Carneiros-PE - foto do autor



PEGA O PEIXE, PESCADOR !

Eu que sempre morei no litoral
e conheço o sertão só de passagem
não queria dizer muita bobagem
pois então vou louvar a capital
que tem praia bonita e original
e um mar que é cheio de magia
águas verdes e claras como o dia
onde nadam peixinhos tropicais
que na graça e na cor são maiorais
representam da vida a harmonia


Mariquita, Olhão, tem mais Arraia
Budião, Xira, Gato e Agulhinha
tem o Galo, também tem a Tainha
tem Cioba e Sargento lá na praia
quando a noite já vem e o sol desmaia
pescador pega logo o seu puçá
e na beira do mar vai fachear
pra pegar a Saúna e o Camarão
samburá fica cheio de montão
e ele já garantiu o seu jantar


De manhã bem cedinho sai de novo
a maré já baixou e ele insiste
na jangada com sua vela em riste
pra pescar a Lagosta usa seu covo
pois além do Guajá, cutuca o Polvo
que se esconde na loca do arenito
no ganchinho de ferro é expedito
e com sorte inda fisga uma Moréia
vai feliz prosseguir nesta odisséia
e assim garantir seu peixe frito

sexta-feira, 17 de maio de 2013

MAIS UMA DO CHIQUINHO

Pimentinha, o alter-ego do Chiquinho



Cena bem comum num apartamento qualquer do Recife.

O avô prepara um suco de laranja e está cortando as ditas cujas, para passá-las no extrator de suco.

Chiquinho, de lado, de olho, quem sabe querendo aprender a fazer o seu.
A faca, amoladíssima, escorrega na casca da laranja e corta o dedo de Vovô Bita, que reage:

- Putaquipariu !!!

Chiquinho, corre para Vovó, na sala e "dedura":

- Vovó, eu "uvi" tudo... Vovô Bita disse um nome feio !

- Foi não, Chiquinho.. eu também ouvi daqui.  Ele falou "A fruta que caiu".

- Ah, foi, Vovó ?  Então agora eu posso dizer:  que gol do baralho, né ?

E o "cabra" só tem 6 anos.  (Os nomes foram trocados para preservar as fontes.)


quarta-feira, 15 de maio de 2013

O SERTÃO SE DESMANCHA EM POESIA

A Lua, nos Cariris paraibanos, abençoando a Poesia - foto: Fred Monteiro
"Quando o sol, de manhã, rasga a cortina
O sertão se desmancha em poesia"


Com esse mote, o Poeta Hélio Crisanto trouxe para o Jornal da Besta Fubana, ontem, um momento de paz e poesia experimentado por todos os que amam essa arte tão cultivada nos nossos interiores nordestinos. Momentos como esse, de reflexão sobre a beleza da Vida, que continua bela, apesar do sofrimento causado pelas intempéries naturais na nossa Região, não são raros, pelo contrário, são muitos, são constantes, naquele Jornal virtual.  Reuni, então, algumas glosas e aqui as divulgo, com a licença dos poetas envolvidos.

Quando ouço o cantar da seriema
Se coçando na trave da cancela
Um sanhaço voando perto dela
Parecendo uma tela de cinema.
Uma cobra no ninho bebe a gema,
A cigarra completa a melodia,
Uma cabra deitada dando cria,
Um cavalo pastando joga a crina;
Quando o sol, de manhã, rasga a cortina
O sertão se desmancha em poesia
(HÉLIO CRISANTO, autor do mote)


Canta a Luz na campina avermelhada
Dança o Sol alegrando o amanhecer
vai a Lua nas serras se esconder
Já cansada em cumprir sua jornada
E tão logo se acorda a passarada
Sanhaçus vão trinando uma sinfonia
Um canário improvisa com alegria
desafios aos Galos de Campina
“Quando o sol, de manhã, rasga a cortina
O sertão se desmancha em poesia”
(FRED MONTEIRO)


Já cedinho o cabra tá de pé
No curral bem sentado tira leite
A ‘muié’ preparando seu banquete
De cuscuz, tapioca, e um bom café
No terreiro já cisca uma guiné
O anu lá de longe assobia
Dois cabritos pulando na folia
O cantar do concriz é coisa fina
“Quando o sol, de manhã, rasga a cortina
O sertão se desmancha em poesia”   
(JEFFERSON SOUZA)


Poesia, aqui, amigo Hélio
é artigo comum e corriqueiro
porque todo poeta brasileiro
tem paixão pelo nosso Sertão velho
esse amor que não cabe num “Aurélio”
é que explica essa imensa simpatia,
é motivo pra tanta cantoria,
que os poetas jamais esgotam a mina
“Quando o sol, de manhã, rasga a cortina
e o sertão se desmancha em poesia”
(FRED MONTEIRO)

domingo, 12 de maio de 2013

O AVENTAL DE MAMÃE



Não me ocorre, neste Dia das Mães, coisa mais justa que amanhecer cantando para ela, como sempre fiz, a música que tornou-se a imagem das mães de todos os tempos.  Desde as do início do século passado até as atuais mães modernas e independentes.  Todos os anos, até hoje inclusive, homenageamos nossa querida Maria, hoje e desde três anos atrás reunida em outra dimensão com o nosso querido Frederico.  Morreu de amor.  Não suportou mais que cinco meses a ausência dele.  Por isso, mesmo sendo hoje o Dia das Mães, não pude separá-los nessa fotografia.  Aliás, esta foto foi feita uma semana antes de uma queda fatal em que meu pai fraturou a coluna e iniciou um calvário de mais de seis anos que o levou aos 93.  Para minha Mãe (e também para meu Pai, sua razão de ser) um terno beijo de eterno agradecimento.

....
Ela é a palavra mais linda
Que um dia o poeta escreveu
Ela é o tesouro que o pobre
Das mãos do Senhor recebeu

Mamãe, mamãe, mamãe
Tu és a razão dos meus dias
Tu és feita de amor e de esperança
Ai, ai, ai, mamãe
Eu cresci, o caminho perdi
Volto a ti e me sinto criança

(MAMÃE (João Dias)


MARIA (Fred Monteiro)

Maria, a mais linda menina
sorriso traquina nos olhos de mel
Um anjo de amor transformando 
A vida difícil em pedaço do céu

Das noites insones recordo
suas mãos, seus afagos
Me trazendo a paz
E as suas cantigas singelas 
Abriam janelas 
Em ondas de Luz

.......

quinta-feira, 9 de maio de 2013

GUERREIRO DE LANÇA

Guerreiro de lança de maracatu rural
Tradição que se cultiva desde a infancia

Em Nazaré da Mata, no carnaval de 2005, num encontro regional de Maracatus Rurais, registrei a nobreza do olhar e da expressão deste menino-brincante, orgulhoso das suas vestes de guerreiro de lança de um grupo de maracatu rural. Uma das mais legítimas expressões do Carnaval de Pernambuco, o maracatu rural tem origem na Zona da Mata, em meio aos canaviais dos engenhos de cana-de-açucar. Consiste num cortejo formado por rei e rainha, damas do paço, guerreiros de lança e outras figuras folclóricas oriundas de folguedos como o bumba-meu-boi (mateus e catirina, burrinha e caçador). A orquestra do folguedo é predominantemente percussiva (caixas de guerra, tambores, cuícas e ganzás) mas caracteriza-se pelo uso do trombone (por isso é também chamado "maracatu de trombone").  Tudo isso é comandado por um "mestre" que canta loas de improviso, repetidas pelo contra-mestre e coro das baianas, com suas características vozes esganiçadas pouco inteligíveis no calor das sambadas e dos desfiles.