segunda-feira, 27 de agosto de 2012

MEMÓRIAS DO F STUDIO - IVAN FERRAZ




Radialista famoso, com programa de rádio e de TV consagrado há décadas, Ivan Ferraz procurou-me um dia, sabedor dos meus intrometimentos nas áreas de produção de áudio e vídeo.
É que, em 2008, o seu programa televisivo "Forró, Verso e Viola" estava há meses fora do ar, por uma contigência da emissora de TV do governo, que o abrigava e Ivan, pressionado pela audiência dos milhares de fãs não tinha como arcar com os custos de produção inerentes a um programa de TV.
Resolvemos, então, com a ajuda de um apaixonado pela cultura nordestina, Luiz Ceará, proprietário de dois restaurantes na Cidade Universitária, improvisar e mandar o programa ao ar, com os parcos recursos disponíveis.
Num dos restaurantes, o Arriégua, foram gravados, assim, 3 programas completos, contando com inúmeros artistas da terra e de outros Estados, com a apresentação do Ivan Ferraz. Para a maior parte dos números apresentados foi utilizado o esquema de dublagem, com os cantores apresentando-se com trilhas sonoras dos seus Cds gravados, sendo feita posteriormente a edição no Estúdio.
Alguns artistas fizeram questão de apresentar-se com suas próprias Bandas e assim foram gravados. Entre eles, um dos autores de uma das pérolas da música nordestina (que Gilberto Gil tão bem defende até hoje) "Esperando na Janela" : (ao contrário do muitos pensam e do que a internet divulga, essa música é de autoria de Targino Gondim, Manuca e Raimundinho do Acordeon.)
Pois bem: mesmo improvisados, esses programas que gravamos e editamos com apenas duas câmeras amadoras, mas com muita boa vontade e trabalho, foram ao ar por meses, em vários Estados do Nordeste, dando uma sobrevida à edição televisiva do Forró, Verso e Viola da época, segundo me contou posteriormente o amigo Ivan.
Tudo isso aconteceu entre os meses de junho e agosto de 2008, para orgulho do nosso F Studio, como um presente ao Mestre Ivan Ferraz.
Voltarei, posteriormente, com vídeo do programa de Targino Gondim. Fiquem, agora, com a apresentação do cantor e compositor Erasmo de Lima, dono de uma bela voz e e autor de excelentes canções, que se apresenta sempre no hall do Aeroporto dos Guararapes, no Recife.
 



sábado, 25 de agosto de 2012

PRIMEIRO VIOLÃO, O BODE E A CABRA


Em princípios de 1962, um certo grupo musical inglês lançou um estilo que mudou a vida de muito jovem da época: eram os Beatles.

Eles vinham aparecendo nas manchetes desde que lançaram suas primeiras gravações e começaram a arrancar aplausos das platéias do mundo inteiro, quer pela simplicidade e beleza das canções, quer pela sua forma de apresentação, suas roupas e cabelos, seu estilo, enfim.

Estava confirmada, historicamente, a Beatlemania.  Esse modo de cantar, de tocar e de encarar o mundo foi logo adotado pelos milhões de jovens e adultos, que entenderam a sua mensagem de paz, amor e alegria, sem abrir mão do romantismo.

Passar a tocar um instrumento e tentar imitá-los, então, foi uma urgência que tomou conta de todo adolescente que tivesse algum pendor musical.

Entrei nessa onda de cabeça. Os Beatles eram tudo o que eu precisava, no momento, para afirmar a minha musicalidade em desenvolvimento.

Apesar de ouvir bastante os clássicos, a música popular brasileira e regional e mesmo o jazz e música de cinema, me dei conta da modernidade daquele som, que até hoje permanece bem vivo no coração da gente.
O instrumento que era meu objeto de desejo -naquele momento- era a guitarra elétrica.

Como  não tinha dinheiro pra comprar uma, embora sonhasse com isso, comprei um violão "Rei dos Violões" e dei início ao aprendizado.

As horas de folga eram dedicadas a afinar e estudar os primeiros acordes. Pra mim foi fácil.  Já pro resto da família, não garanto...


A primeira música dos Beatles que aprendi foi "I want to hold your hand", ao pé da letra, "Quero segurar sua mão" mas, na versão livre da meninada, que não manjava nada de inglês, foi muito conhecida como "O bode e a cabra"...

Tudo por causa do refrão de uma das canções do grupo, "She loves you" que terminou por dar o nome brasileiro ao movimento dos Beatles: ié-ié-ié.

Daí por diante, o entusiasmo foi crescendo e a coisa chegou a virar profissão paralela.  Tanto que quase empatei os anos de exercício da advocacia (25) com os da música (22, sendo 4 na época de faculdade e 18 no meu estúdio de gravação, a partir de 1994).

O conjunto "Os Tártaros" em 1968
Os Tártaros, numa versão da artista plástica Rayama, em 2011


domingo, 19 de agosto de 2012

MANDIOCA, FARINHA E SEUS SEGREDOS

Guia José Maria (foto: cort. Revista Sabores)

Conforme prometi dias atrás, segue uma matéria em vídeo sobre o fabrico artesanal de farinha de mandioca, na comunidade de Tapuio, zona rural de Barreirinhas, no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. 
Foi gravado em setembro de 2008, quando lá estivemos para conhecer aquela maravilha natural brasileira.

Chegamos lá de barco, pelo Rio Preguiças e um dos seus afluentes e fomos muito bem recebidos pelo Guia José Maria, da Freeway Turismo, que nos explicou o passo-a-passo da fabricação da farinha de mandioca, numa explanação bem didática e uma aula prática sobre o assunto.
O vídeo fala por si.  Assistam e curtam a experiência.




Foto: cortesia Revista Sabores


terça-feira, 14 de agosto de 2012

OO8 EM BUSCA DA BARCA PERDIDA -DEPOIMENTOS

Até nas fotos ele aparece de costas pra não ser reconhecido...
Afinal, é Agente Secreto, não é?


Preparei para os posts de hoje e amanhã duas matérias versando sobre o mesmo assunto: como escrever e filmar uma comédia com "recurso financeiro zero", muito humor, boa vontade e improvisação total.  Estranho, isso, numa era em que todos buscam a perfeição e ao mesmo tempo esquecem a paixão pelo que almejam fazer. 
Mas é que me alinhei com uma equipe de sonhadores empedernidos em fazer o que gostam, sem ligar muito para o sucesso financeiro e profissional dos seus empreendimentos.
Estou falando de um grupo de artistas nordestinos liderado por Hugo Martins, o Paladino do Frevo, mas que também atua em muitas outras áreas, inclusive cinema e teatro.
Na cena escolhida, até que o roteiro foi cumprido, mas depois vou mostrar outras em que a improvisação foi quase total e com resultado até melhor.
Como introdução a essa matéria, que virá amanhã, publico hoje um vídeo com o depoimento do Hugo Martins e o meu, sobre esse projeto que aliás, continua vivo, pois tenho notícia de que em breve teremos pronto mais um filme da série, o quinto, desta vez sem a minha participação.
Sigam com o vídeo abaixo, para terem uma idéia geral da coisa toda.  Amanhã eu volto ao assunto com o trecho do roteiro e o respectivo vídeo.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

LENÇOIS MARANHENSES - ARTESANATO EM BURITI


 Uma viagem aos Lençóis Maranhenses é uma experiência inesquecível.
Parece chavão de agência de turismo, mas é a pura verdade.  Acho que no Brasil inteiro não há lugar que congregue paisagens geográficas e humanas tão diversas.  
Da modernidade das largas avenidas de beira-mar em São Luiz, aos casebres de palha dos arredores e cidades interioranas; das dunas imensas que lembram desertos de outras plagas às lagoas no meio delas, de todas as cores e formas; dos trechos de terra seca, a caminho do Parque aos rios caudalosos e quase amazônicos; da população metropolitana antenada com o moderno ao caboclo e ao quilombola do entorno dos Lençóis, tudo nos dá idéia de grandiosidade, num estado grandioso, embora sofrido com seus acachapantes índices de IDH, objeto de debates de toda ordem que não nos cabe nesse pequeno expaço explorar.  
Aqui o que exploramos é a beleza simples e pura de uma região rica de paisagens, com um céu de azul intenso, que nos faz esquecer a chamada civilização e nos deixa com vontade de ficar por lá, vivendo aquela vida simples e natural do lugar, pontuada por uma gastronomia saborosa e imagens de tirar o fôlego. 

Afora as fotos que aqui vão postadas, montei esse pequeno vídeo, resumindo visita que fizemos à comunidade de Marcelino, mostrando as mulheres ocupadas com seu artesanato em palha de buriti, uma arte colorida e delicada, tudo pontuado por passeios pelos rios da região de Barreirinhas, portal de entrada dos Lençóis Maranhenses. 
Curtam e não percam a primeira oportunidade que tiverem de ir até lá. Garanto que jamais vão esquecer aquele pedaço tão lindo do Brasil !

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

MEMÓRIAS DO F STUDIO 10 - GENARO LUZ

Genaro, no comando.

Nos tempos da Jovem Guarda, cantou no Conjunto The Silver Jets, substituindo Reginaldo Rossi, quando este decidiu partir para a sua exitosa carreira-solo.
Depois, o próprio Genaro também fez sua carreira de cantor do iê-iê-iê, com o nome artístico de Lee Tony,  nos programas da Rádio e TV Jornal.
Possuidor de um tremendo bom humor, Genaro ultimamente dedicou-se a compor frevos-de-bloco para as agremiações do Recife e Olinda e nisso tem tido muito sucesso.



No cotidiano, é competente corretor de imóveis, muito querido pelo tratamento que dispensa aos clientes, tendo amealhado amigos às centenas, no Recife e fora dele.
Gravei todas as músicas desse inspirado compositor, com o seu Coral Meus Amores, composto pela ala feminina da sua família e mais algumas amigas, e que deu um brilho de muita alegria às suas músicas.
Meus Amores, beleza e alegria 

Homenageou em seus discos todos os Blocos líricos do Recife e muitos dos seus compositores.  Suas músicas estão sempre sendo executadas no Programa "O Bloco está na Rua"  transmitido pela Rádio Universitária FM 99,9 do Recife.
Algumas das fotos feitas durante as gravações do seu primeiro CD, "Meus Amores", vão aqui reproduzidas.  No áudio, uma delas misto de ciranda e marcha de bloco, chamada "Ciranda do Amor".
Por isso tudo, meu amigo Genaro Luz está sempre presente nas Memórias do F Studio!