sábado, 24 de setembro de 2011

MOTES E GLOSAS

Aceitando o convite do romancista e poeta Luiz Berto, palmarense da gema e grande figura humana, autonomeado Papa da sua inventada Igreja Católica Apostólica Sertaneja (ICAS), passei a colaborar com uma coluna chamada “Mascate das Lembranças”, no seu blog “Jornal da Besta Fubana” (http://www.luizberto.com/)

O JBF desponta, no meio virtual como um dos blogs que mais cresce no Brasil e conta entre seus colunistas e colaboradores com gente famosa e também milhares de comentaristas  do Brasil inteiro, sendo motivo de muita alegria para este blogueiro participar deste movimento fubânico.
Hoje de tarde, lendo matéria sobre poesia de cordel, deparei-me com um mote muito especial oferecido pelo poeta de São José do Egito, Jorge Filó.  Um belo tema e um mote excelente:  

“Baixa a face, o pranto desce,
ao som da Ave Maria”

De bate pronto, remeti uma glosa no contexto, assim:

“Meu tempo de curumim
Uma lembrança um açoite
Sempre ao cair da noite
o sol explode em carmim
um sino dizendo assim
chorando sua latomia
Com seu badalar que cresce
baixa a face e o prato desce
Ao som da Ave Maria”

Só que na glosa seguinte, o pessoal da coluna começou a brincar com o tema, no estilo do “poeta do absurdo”, José Limeira, personagem do livro do grande poeta  e escritor paraibano Orlando Tejo..  Apareceram, então duas glosas muito legais.. Não me fiz de rogado e mandei estas, também:


Um capeta que me atenta,
uma dô lá no vazio 
um soco no pau da venta 
uma cachorra no cio 

o sargento entrou na dança
rapariga se oferece
começou a imboança 
lá na casa de Sofia
BAIXA A FACE, O PRANTO DESCE 
AO SOM DA AVE MARIA.


Se é pra limeiriar
Tô aí limeiriando 
se é pra filosofar
eu chego filosofando 
Num injeito verso e rima 
Nem o calô da porfia 
Quem aprende num si esquece 
Bom macaco num assubia, 
baixa a face o pranto desce 
ao som da ave maria