Em 1994 compus meu primeiro frevo-de-bloco. Chama-se "Saudade de Olinda" e foi escolhido para participar do VI RECIFREVO, o concurso de músicas de carnaval promovido pela Prefeitura de então. Fiquei muito feliz por ter feito essa música. Conto a vocês como ela nasceu.. Era uma quarta-feira de cinzas e chovia fino, garoava, sobre as cidades gêmeas. Ainda ressacado daquele carnaval, que brinquei intensamente, estava na varanda do apartamento aqui em Casa Forte, olhando para Olinda, através do véu da garoa, e sentindo ainda nos ouvidos o som das orquestras de frevo, imaginando-as a tocar as marchas-regresso tão dolentes que nos impregnam a alma nessa hora de despedida da folia. Subitamente, fui até a sala, peguei meu violão sobre o sofá, caneta e papel e, a música fluiu toda, de repente, quase uma psicografia. Pronta e acabada. Satisfeito com o resultado, invadiu-me uma sensação de paz profunda e adormeci ali mesmo no sofá. No final de semana seguinte, cantei esse frevo-de-bloco para os familiares que me incentivaram -no final desse mesmo ano de 2004- a inscreve-lo no Festival. Fiquei com a quarta colocação na categoria, não tendo alcançado o objetivo de incluir a música no disco do Festival (só entravam as 3 primeiras).. Mas, eu gosto muito dessa música e a gravei. Agora, estou fazendo uma releitura dela e de outro frevo de bloco meu chamado "Mascate das Lembranças", numa linguagem clássico-ligeira. Arranjei-as numa pequena suíte para quinteto de cordas e começo ainda esse mês a gravação. A peça vai se chamar "Serenata Pernambucana para Quinteto de Cordas, n.1".. O que significa que já tenho outras escritas e a caminho de gravação. Oportunamente vou trazê-las para este espaço.quarta-feira, 9 de março de 2011
CINZAS SOBRE O RECIFE E OLINDA
Em 1994 compus meu primeiro frevo-de-bloco. Chama-se "Saudade de Olinda" e foi escolhido para participar do VI RECIFREVO, o concurso de músicas de carnaval promovido pela Prefeitura de então. Fiquei muito feliz por ter feito essa música. Conto a vocês como ela nasceu.. Era uma quarta-feira de cinzas e chovia fino, garoava, sobre as cidades gêmeas. Ainda ressacado daquele carnaval, que brinquei intensamente, estava na varanda do apartamento aqui em Casa Forte, olhando para Olinda, através do véu da garoa, e sentindo ainda nos ouvidos o som das orquestras de frevo, imaginando-as a tocar as marchas-regresso tão dolentes que nos impregnam a alma nessa hora de despedida da folia. Subitamente, fui até a sala, peguei meu violão sobre o sofá, caneta e papel e, a música fluiu toda, de repente, quase uma psicografia. Pronta e acabada. Satisfeito com o resultado, invadiu-me uma sensação de paz profunda e adormeci ali mesmo no sofá. No final de semana seguinte, cantei esse frevo-de-bloco para os familiares que me incentivaram -no final desse mesmo ano de 2004- a inscreve-lo no Festival. Fiquei com a quarta colocação na categoria, não tendo alcançado o objetivo de incluir a música no disco do Festival (só entravam as 3 primeiras).. Mas, eu gosto muito dessa música e a gravei. Agora, estou fazendo uma releitura dela e de outro frevo de bloco meu chamado "Mascate das Lembranças", numa linguagem clássico-ligeira. Arranjei-as numa pequena suíte para quinteto de cordas e começo ainda esse mês a gravação. A peça vai se chamar "Serenata Pernambucana para Quinteto de Cordas, n.1".. O que significa que já tenho outras escritas e a caminho de gravação. Oportunamente vou trazê-las para este espaço.NO CHÃO OU NO TELÃO ?
Carnaval é festa do povo, certo? Sei não.. pelo andar da carruagem, aqui no Recife isso em breve será apenas uma frase no inconsciente coletivo dos recifenses. Ser festa popular não basta? Levar o povo às ruas da maneira mais pura e simples não basta ? Deixar o povo se organizar livremente e organizar seus folguedos pobres, baratos, mas que atraem turistas do mundo todo (e sempre atraíram) não basta? Não.. não para os políticos que lidam com vultosas verbas, dizem que a deste ano beirou os 34 milhões de reais se não estou enganado.. Deve até ter passado disso, pois há caminhos e descaminhos nas estradas financeiras do dinheiro público do Brasil. No entanto, toda essa dinheirama na certa não foi destinada às pequenas ”troças”, aos “bois de carnaval”, às “la ursas”, aos blocos que se vestem, como no passado, com o esforço e o suor dos seus participantes..
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