segunda-feira, 25 de julho de 2011

A HISTÓRIA DA MULHER QUE VIROU PÓ

I
Eu vou contar pra vocês
Uma história deprimente
Da mulher que virou pó
Numa vida inconsequente
Procurou felicidade
Em drogas e aguardente
E bebeu de fazer dó
Sem valorizar a voz
Que Deus lhe deu de presente

II

Winehouse, o sobrenome
Da cantora inglesa AMY
Ganhou fama pelo mundo
Fez sucesso, foi reclame
Ganhou montes de dinheiro
Mas torrou tudo ligeiro
No haxixe e na maconha
Heroína e cocaína
Numa vida sem-vergonha

III

Bebia de tudo muito
Pouco pra ela não vale
Cantava cambaleando
E vinha se aguentando
De um ano para cá
Desceu tanto na ladeira
Fazendo tanta besteira
Drogou-se até abusar
E agora virou caveira

IV

Por isso digo a vocês                                              
Não tem drogado sem culpa
Um jovem que se vicia
Não pode inventar desculpa
(Eu não sei, eu não sabia..)
Sabia sim, seu babaca
Porque conselho não ouvia
Buscando só o barato
Daquela falsa euforia

V

Tem barato bem melhor
Pra você achar o rumo
De uma vida bacana
Equilibrada, no prumo
Não vá atrás de "caneiro"
Não fume, pratique esporte
A resposta vem ligeiro
Você se sente mais forte
E estará entre os primeiros

VI

Uma vida sem o vício
Seja lá que vício for
Não é assim tão difícil
Aprenda a se dar amor
A cuidar de você mesmo
Estude, seja decente
Se lhe chamam de "quadrado"
Não ligue, prossiga em frente
Você será premiado !



Recife 25.07.11
Fred Monteiro

O HILLMAN VERDE (para Pedrinho, Renato e Ana Paula)

- UMA HOMENAGEM PÓSTUMA AO MEU QUERIDO IRMÃO PEDRO AUGUSTO -

Pedro Augusto é o segundo no sentido anti-horário, entre
Zé Araújo e eu , todos três de óculos)
Verde claro.. Por baixo da pintura recente, uma cor indeterminada. Talvez houvesse sido branco... ou creme, quem sabe?  Afinal o carrinho tinha seus mais de 20 anos de idade, naqueles distantes dias de 1968. 

Mas fora o que o Pedrão, nosso empresário, também conhecido como "Meu Pezinho" ou "45, Forma Larga", considerou o seu primeiro troféu.  Andava, não andava?  Se bem que ficasse mais tempo paraado, teimosamente bronqueado com essas coisas que costumam dar em carrinhos velhos, de compradores inexperientes:  carburadores vazando ou entupidos; bobinas esquentando ou falhando; bateria descarregada, quase sempre; a lista, vocês sabem, é interminável..

O resultado era o esperado: muitas horas de empurrão, poucas de efetiva locomoção.  Mas, fazer o que?  Foi o primeiro carro próprio de um dos componentes dos Tártaros.  E tinha  até rádio !!  Ah, que rádio !!!!
Pedrão entre Zé Araújo(no contrabaixo) e eu atrás, (no órgão elétrico)
Sem gozação, o rádio valia tanto quanto o carro.  Ou mais.. Aliás, em matéria de som,  pouco deixava a desejar, comparativamente a um rádio ou radiola domésticos.  Agudos perfeitos, graves redondos, chegamos a ouvir nele, inúmeras vezes, pelas ondas sonoras da Rádio Tamandaré, programa "Músicas na Passarela", os dois grandes sucessos dos Tártaros.

O Pedrão se lixava para reclamações quanto ao desempenho do  Hillman, mas ficava furioso se alguém reclamava do som do rádio.  Tanto que considerava um elogio e ria com vontade do alto do seu metro e noventa, quando alguém (e não faltava quem) dizia jocosamente:

- Pedrão, compra um carro pra botar nesse rádio !!!!

(do meu livro de crônicas "Tártaros, os Seis do Recife")