domingo, 17 de junho de 2012

VERSOS A GRANEL - 1

Vou começando por aqui uma série publicando uns versos que venho fazendo sem a menor pretensão. Às vezes me dá essa vontade de poetar e dano-me a comentar coisas em blogs e colunas por aí afora de forma a matar minha vontade de ser poeta cordelista.  Mania que peguei ultimamente, por conta do Jornal da Besta Fubana, onde tenho uma coluna (Mascate das Lembranças).  O JBF é lugar de poeta de primeira linha e é com eles que eu tenho aprendido muito nessa arte tão leve e gostosa de literatura. 

O post de hoje é uma miscelânea de estrofes soltas, a maior parte tendo servido de comentários a textos, crônicas, charges, artigos e outros poemas e cordéis ali publicados.

LATRINAMÉRICA


A Latrina americana
vai se arrepender um dia
quando a Democracia
não for mais a soberana
quando um tirano sacana
pisar no povo indefeso
esmagar todo o seu peso
em cima do pobre povo
sem trazer nada de novo
arrostando o seu desprezo


***

SAUDADE, FLOR TRISTONHA
(à minha maneira e à maneira de Zé Limeira)

A saudade é flor tristonha
Sem perfume, nem beleza
E possui uma natureza
que parece coisa estranha
Uma dor extemporânea
Que em segundos sumiu
E o tempo consumiu
Na mesma celeridade
Você não mede a saudade
Que deixou quando partiu.

A saudade é uma bola
Correndo dentro do peito
Deixando a gente sem jeito
Com cara de graviola
Cutuca essa radiola
Bota um disco de vinil
Daquele que a gente ouviu
Num recanto da cidade
Você não mede a saudade
Que deixou quando partiu

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NOME DE CACHORRO

Eu fico muito pimpão
quando vejo um vira-lata
com nome que sai da mata
do mar ou de um riachão
Mas um absurdo, então
é botar nos animais
nomes de racionais
tem Xôla, Tupi, Piaba
É nome que não se acaba
se não tem a gente faz

Cachorro bom não atende
esses nomes de madame
e não gosta que lhe chame
de Zé, Carlinhos, João
não é um nome pro cão
nome de cão é Traíra,
Fura-Nuvem, Macambira
é Xerife, é Ferrabraz
é Malhado e Capataz
Saci, Cotó, Curupira