Vou começando por aqui uma série publicando uns versos que venho fazendo sem a menor pretensão. Às vezes me dá essa vontade de poetar e dano-me a comentar coisas em blogs e colunas por aí afora de forma a matar minha vontade de ser poeta cordelista. Mania que peguei ultimamente, por conta do Jornal da Besta Fubana, onde tenho uma coluna (Mascate das Lembranças). O JBF é lugar de poeta de primeira linha e é com eles que eu tenho aprendido muito nessa arte tão leve e gostosa de literatura.
O post de hoje é uma miscelânea de estrofes soltas, a maior parte tendo servido de comentários a textos, crônicas, charges, artigos e outros poemas e cordéis ali publicados.
LATRINAMÉRICA
A Latrina americana
vai se arrepender um dia
quando a Democracia
não for mais a soberana
quando um tirano sacana
pisar no povo indefeso
esmagar todo o seu peso
em cima do pobre povo
sem trazer nada de novo
sem trazer nada de novo
arrostando o seu desprezo
***
SAUDADE, FLOR TRISTONHA
(à minha maneira e à maneira de Zé Limeira)
A saudade é flor tristonha
Sem perfume, nem beleza
E possui uma natureza
que parece coisa estranha
Uma dor extemporânea
Que em segundos sumiu
E o tempo consumiu
Na mesma celeridade
Você não mede a saudade
Que deixou quando partiu.
A saudade é uma bola
Correndo dentro do peito
Deixando a gente sem jeito
Com cara de graviola
Cutuca essa radiola
Bota um disco de vinil
Daquele que a gente ouviu
Num recanto da cidade
Você não mede a saudade
Que deixou quando partiu
Eu fico muito pimpão
quando vejo um vira-lata
com nome que sai da mata
do mar ou de um riachão
Mas um absurdo, então
é botar nos animais
nomes de racionais
tem Xôla, Tupi, Piaba
É nome que não se acaba
se não tem a gente faz
Cachorro bom não atende
esses nomes de madame
e não gosta que lhe chame
de Zé, Carlinhos, João
não é um nome pro cão
nome de cão é Traíra,
Fura-Nuvem, Macambira
é Xerife, é Ferrabraz
é Malhado e Capataz
Saci, Cotó, Curupira
Gostei foi é muito!
ResponderExcluirApois se achegue, meu caro!
ResponderExcluirpoesia é coisa boa
Quando a gente tá à toa
e o pensamento tá claro
o poeta sente o faro
de uma rima bem rimada
feito rês emparelhada
feito gêmeo vitelino
poeta vira menino
quando a estrofe é rimada
Seja bem vindo, amigo Cícero. Apareça sempre. Vou agorinha dar uma passada no seu Blog. E volte sempre que tiver vontade... a casa é sua!
Oi Fred,
ResponderExcluirsó você para observar esses detalhes.... rsrsrssssssssssssssss
Gostei
Beijocas...
Nada contra botar nome de gente em cachorro, minha cara.. Mas um dia, andando na Praça de Casa Forte, ouvi um garoto chamando: "Fred, Fred, vem cá.." Olhei pra trás e vi que não era comigo.. era com o seu scotch-terrier que o guri queria falar.. Quando é com o nome dos outros ninguém nota, né? hehehe
ResponderExcluirFoi embora o meu amor
ResponderExcluirme deixando a solidão
Ficou no meu coração
pulsando esse amargor
Sinto no peito uma dor
de espada passando o fio
Não sei se alguém já sentiu
com tamanha intensidade
VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE
QUE DEIXOU QUANDO PARTIU
Meus dias são de desgosto
desde a sua despedida
O tamanho da ferida
no meu lamento é exposto
O pranto banha meu rosto
e vai descendo sutil
desaguando como um rio
num mar de infelicidade
VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE
QUE DEIXOU QUANDO PARTIU
A saudade quando aflora
seu travor dentro de mim
é como aquele cupim
que a madeira devora
e quando ele vai embora
por dentro deixa vazio
Faz sentir um calafrio
sem haver necessidade
VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE
QUE DEIXOU QUANDO PARTIU
No meu peito a amargura
de não ter você comigo
é para mim um castigo
Ferida que não sutura
Essa dor que me tortura
multiplicada por mil
é um estado febril
sem prazo de validade
VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE
QUE DEIXOU QUANDO PARTIU
Saudade devia ser
ligeira recordação
Ocupar o coração
pra não fazê-lo esquecer
Mas quando nos faz sofrer
é um sentimento hostil
que eu não diferencio
de uma grande ansiedade
VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE
QUE DEIXOU QUANDO PARTIU