Um dia desses, conversando com minha irmã Marta sobre as crianças da família, surgiu uma lembrança bem interessante.
Estava ela tentando fazer dormir o filho recém-nascido, embalando-o na cadeira de balanço no terraço da casa dos nossos pais. Aliás, nessas histórias de recém-nascidos, a casa dos pais está sempre presente. É ali, no ninho antigo, que todos nós vamos buscar auxílio e experiência nos primeiros dias da gratificante tarefa de ser pais e mães.
Uma das irmãs, a caçula Ana Lúcia, tinha ganho um papagaio muito engraçado, metido a falante e assoviador.
Como toda adolescente da época, fã apaixonada do cantor Fábio Jr, Ana Lúcia pôs nele o seu nome.
E Fábio Jr fazia suas gracinhas pela casa, bem à vontade, até por essa época.
Marta cantava, embalando o filho, e Fábio Jr remedava de longe.
Mas Guilherme era (e continua sendo) do "agito". E nada de dormir. E Marta a embalar. E Guilherme a berrar. E Fábio Jr a aprender todos os detalhes do seu choro.
Finalmente, a paz. A mãe, satisfeita, olhando para o filho que agora dormia, sereno.
Silêncio total na casa. Marta, pé ante pé, vai levando o filho para o berço, com todo cuidado para não acordá-lo. Mas, de repente, não mais que de repente, quem chega pela sala, no seu rebolado natural de papagaio?
Ele. Em pessoa e em choro: Fábio Jr. demonstrando toda a sua potência vocal chorava e berrava de uma maneira tal que o próprio Guilherme não conseguiria imitar. Mas tentou e tentou até conseguir. Acordado pelo choro do papagaio, abriu o berreiro novamente e a ladainha recomeçou em dueto.
Tempos depois de muito perturbar, Fábio Jr foi dado de presente a uma tia que gostava muito dele. Um dia fugiu para o apartamento do vizinho. Passou alguns dias por lá, voltou ao apartamento da tia até que dali -de novo- alçou o voo para o estrelato definitivo. Se é verdade que papagaios chegam facilmente ao centenário, deve estar por aí, em algum lugar, aprendendo novas cantigas de ninar e novos berros infantis para desespero de mamães de primeira viagem.
Sensacional. Agora entendo porque Fábio Jr chora até hoje. Quantos "Guilhermes" ele deve ter embalado ao longo de tantos enlaces matrimoniais ? Grande abraço, Denys
ResponderExcluirGrande Denys.. Essas historinhas que a gfente nunca esquece fazem a diferenca, ne? Quem nao conheceu um louro engracado desses pela vida afora? Isso tudo e o tempero pras nossas risadas. Abrs
ExcluirMeu Irmão
ResponderExcluirObrigada pela lembrança por mais esse fato interessante ocorrido na tão querida "283". São essas e tantas outras que não nos deixam esquecer que ali fomos mimados e mimamos nossos queridos hoje anjos de luz.
Um beijo
Marta
Mas menina, essa história de Fábio Jr já me fez rir muito. Por sinal, as fotos que usei são, pela ordem: de um papagaio de Taquaritinga do Norte, que é uma figuraça (tenho muitas fotos e um filme dele desfilando pelo Hotel Fazenda) e a segunda vc mesmo esclareceu que não era Guilherme e sim Jaiminho (como os dois são quase gêmeos embora tão diferentes de profissão e de jeito de ser) o cineasta Guila tá bem representado pelo Dr Procurador.
ExcluirAdorei... A 283 Guarda historias para muitos livros... Só voce meu irmão para nos dar tantas lembranças. Como é bom voltar no tempo. Muitos beijos Leninha
ResponderExcluirE as histórias também são lembradas pelos que as viveram.. Vamos conversando e relembrando essas coisas pros filhos e netos terem a alegria que tivemos ali durante tantos anos.
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