sábado, 23 de junho de 2012

A INCRÍVEL ODISSEIA DE FÁBIO JR

Um dia desses, conversando com minha irmã Marta sobre as crianças da família, surgiu uma lembrança bem interessante.
Estava ela tentando fazer dormir o filho recém-nascido, embalando-o na cadeira de balanço no terraço da casa dos nossos pais.  Aliás, nessas histórias de recém-nascidos, a casa dos pais está sempre presente.  É ali, no ninho antigo, que todos nós vamos buscar auxílio e experiência nos primeiros dias da gratificante tarefa de ser pais e mães.
Uma das irmãs, a caçula Ana Lúcia, tinha ganho um papagaio muito engraçado, metido a falante e assoviador.
Como toda adolescente da época, fã apaixonada do cantor Fábio Jr, Ana Lúcia pôs nele o seu nome.


E Fábio Jr fazia suas gracinhas pela casa, bem à vontade, até por essa época.
Marta cantava, embalando o filho, e Fábio Jr remedava de longe.
Mas Guilherme era (e continua sendo) do "agito".  E nada de dormir.  E Marta a embalar.  E Guilherme a berrar.  E Fábio Jr a aprender todos os detalhes do seu choro.
Finalmente, a paz.  A mãe, satisfeita, olhando para o filho que agora dormia, sereno.


Silêncio total na casa.  Marta, pé ante pé, vai levando o filho para o berço, com todo cuidado para não acordá-lo.  Mas, de repente, não mais que de repente, quem chega pela sala, no seu rebolado natural de papagaio?
Ele. Em pessoa e em choro: Fábio Jr. demonstrando toda a sua potência vocal chorava e berrava de uma maneira tal que o próprio Guilherme não conseguiria imitar.  Mas tentou e tentou até conseguir. Acordado pelo choro do papagaio, abriu o berreiro novamente e a ladainha recomeçou em dueto.
Tempos depois de muito perturbar, Fábio Jr foi dado de presente a uma tia que gostava muito dele. Um dia fugiu para o apartamento do vizinho.  Passou alguns dias por lá, voltou ao apartamento da tia até que dali -de novo- alçou o voo para o estrelato definitivo. Se é verdade que papagaios chegam facilmente ao centenário, deve estar por aí, em algum lugar, aprendendo novas cantigas de ninar e novos berros infantis para desespero de mamães de primeira viagem.

6 comentários:

  1. Sensacional. Agora entendo porque Fábio Jr chora até hoje. Quantos "Guilhermes" ele deve ter embalado ao longo de tantos enlaces matrimoniais ? Grande abraço, Denys

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    1. Grande Denys.. Essas historinhas que a gfente nunca esquece fazem a diferenca, ne? Quem nao conheceu um louro engracado desses pela vida afora? Isso tudo e o tempero pras nossas risadas. Abrs

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  2. Meu Irmão
    Obrigada pela lembrança por mais esse fato interessante ocorrido na tão querida "283". São essas e tantas outras que não nos deixam esquecer que ali fomos mimados e mimamos nossos queridos hoje anjos de luz.
    Um beijo
    Marta

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    1. Mas menina, essa história de Fábio Jr já me fez rir muito. Por sinal, as fotos que usei são, pela ordem: de um papagaio de Taquaritinga do Norte, que é uma figuraça (tenho muitas fotos e um filme dele desfilando pelo Hotel Fazenda) e a segunda vc mesmo esclareceu que não era Guilherme e sim Jaiminho (como os dois são quase gêmeos embora tão diferentes de profissão e de jeito de ser) o cineasta Guila tá bem representado pelo Dr Procurador.

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  3. Adorei... A 283 Guarda historias para muitos livros... Só voce meu irmão para nos dar tantas lembranças. Como é bom voltar no tempo. Muitos beijos Leninha

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  4. E as histórias também são lembradas pelos que as viveram.. Vamos conversando e relembrando essas coisas pros filhos e netos terem a alegria que tivemos ali durante tantos anos.

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