terça-feira, 24 de dezembro de 2013

LILI MARLENE - UMA CANÇÃO QUE TODOS AMAM

"Tantas Lilis" é o nome de um frevo-de-bloco que escrevi para o Bloco Carnavalesco Nem Sempre Lili Toca Flauta, fundado e mantido pelo meu amigo Gerson Victor e família. 

Esse é um dos Blocos mais queridos do Carnaval recifense, juntando milhares de pessoas todos os anos, no seu desfile sempre incerto de horário e local de saída (justamente para evitar a superlotação nas ruas, à maneira do Galo da Madrugada.)
A turma do Lilly no ensaio..Um sai-não-sai já tradicional...

Querido por todos, "Lili", como é carinhosamente chamado, é uma alegria só.

Querida por todos, no mundo todo, é também a canção alemã, que virou meio francesa, chamada "Lili Marlene", ou Lili Marlènne, Lili Marlen, ou Lili Marleen, no original.

Lili Marleen foi escrita em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, e publicada sob o título "Canção de amor de um jovem Sentinela", em 1937, sendo gravada em 1939 pela cantora alemã Lale Andersen com o título " A garota sob a lanterna".
Tornou-se popular entre as tropas de ambos os lados em combate (ligados ao "Eixo" ou aos "Aliados"), pela intensa divulgação feita pela Rádio Belgrado, durante a invasão da Iugoslávia, em 1941.

Cartaz de época
Além da gravação de Lale Andersen, tornaram-se antológicas as feitas pela grande atriz e cantora Marlene Dietrich e pela Banda Alemã da "Panzergrenadierdivision", além da francesa Suzy Solidor e da americana Connie Francis, dentre muitas outras de outras partes do mundo. 

Trago então, para apreciação de vocês uma versão especial, de Lale Andersen, gravada em três línguas, (inglês, francês e alemão) e a gravação da Banda da divisão Panzer.  Ouçam-nas, em conjunto aqui:


Muito curiosa também, é a gravação feita pelo músico ambulante Jean Marie que corre o mundo com o seu realejo mecânico tocando e cantando canções francesas. Essa gravação que trago dele está num CD que comprei ao mesmo, numa apresentação ao ar livre na Rua das Flores, em Curitiba, em 1996.  Vale a pena ouvir todas as versões, para entrar no clima universal desta canção. Aqui, a de Jean Marie:

Jean Marie et son limonaire
Quanto à minha intervenção carnavalesca, quem tiver a curiosidade de conhecê-la, trago-a também, como se encontra incluida no CD que gravei do Bloco "Nem Sempre Lily toca flauta" há algum tempo atrás, gravada por mim (parte instrumental) e por Tatiana, minha filha, Naara Santos e Eliane Ribeiro, cantoras amigas, que participavam do Coral do nosso Bloco.  Ouçam aqui:


E qual a razão desse "post", perguntariam os curiosos?  Além, muito além, do aspecto histórico e musical, digo a vocês: é que não há nada tão imbecil, desumano ou desnaturado que uma Guerra.  Principalmente quando o conflito atravessa as fronteiras e toma ares de uma insanidade universal.  Exatamente o contrário do que o que ocorreu com essa música (Lily Marlene): universalizou-se pelo seu aspecto de melodia terna, de lembrança melódica que não tem nada a ver com ódio, luta e sangue.



sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

AS MÚSICAS DO BLOCO FLOR DA VITÓRIA-RÉGIA (2)


Com Getúlio e sua filha Alessandra, nos carnavais da vida
Dando sequência à série inciada terça-feira passada, trago hoje uma música que cantamos bastante nos nossos desfiles. É uma parceria minha (letra) com Getúlio Cavalcanti (música).  Foi gravada no CD "O Som dos Blocos", que produzi em conjunto com o Bloco Eu Quero Mais, de Olinda. Um disco que fez muito sucesso na época e que até hoje toca nos programas carnavalescos da Rádio Universitária, de Hugo Martins (O tema é frevo) e Miriam Leite (O Bloco está na rua). Com Orquestra e Coral Vitória Régia, na época formado por Henny, Tatiana, Dalila, Dulce, Adeilda, Edla, Eunice, Fátima, Leone, Mida, Naize e Valdênia. Arranjo do Maestro Duda.

Eis a letra:

Cigarras de Casa Forte
Por que sumistes da Praça?
Já vai tão distante o tempo
Em que cantavas com graça
Nas ruas da minha infância
Relembro teus madrigais
Nos galhos das pitombeiras
Dos cajueiros e trapiás

Cigarras, quanta saudade!
Daquelas tardes dolentes
Das noites de serenata
Luares resplandescentes
Se agora eu choro a mágoa
De ter perdido teus ais
Me consolam as pastorinhas
Que acalentam meus carnavais
(Nas proezas de Flor da Lira
Vitória-Régia e Eu Quero Mais)

A música vai aqui:

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

ESTAMOS DE VOLTA !

Na Rua da Aurora, com o compositor Heleno Ramalho, de branco, à direita

Quase dois meses de férias.  Mas quase três anos no ar.  Valeu a pena parar, para fazer um balanço e descansar vocês.  Estamos de volta, a partir de hoje. E com um assunto que talvez interesse a todos os que acompanharam o nascimento e a trajetória do Bloco Flor da Vitória-Régia.  Em setembro passado, o Bloco completou 15 anos de fundação. E oito de recesso.  Como o Carnaval já se aproxima, talvez valha a pena reviver esses oito anos de atividade, do primeiro desfile, em fevereiro de 1999, ao último, no Carnaval de 2005.  
Ano que vem também completará 15 anos a maior festa dos Blocos líricos do Recife, a "Aurora dos Carnavais", idealizada pelo Poeta Romero Amorim.  O nosso Bloco recebeu um convite da organização para participar, como um dos 3 blocos que inauguraram a festa, no ano 2000.
O Bloco Flor da Vitória Régia foi agraciado pelos compositores carnavalescos do Recife com 16 marchas de bloco (ou frevos-de-bloco, se preferem).  Acho que é um dos campeões, nesse sentido. Prova do quanto foi (e é) querida a nossa agremiação.
Instado por um amigo (e perseguidor do Bloco, também), listei hoje pela manhã todas essas músicas.  E a partir de agora, duas vezes por semana, às terças e sextas-feiras, vou transcreve-las aqui no Blog e no Jornal da Besta Fubana,  Para evitar "protecionismos", seguirei a ordem alfabética das canções.
Assim, vai abaixo a primeira delas: 

A CURVA DO RIO
(Heleno Ramalho)
Interp.:  Orquestra Vitória-Régia e Coral Meus Amores

Chega, vem cantar saudade
Ó pastora amada, 
Que já vai meu dia
Canta, que o tempo é breve
e passa mais leve
Se tem alegria
Quando me abraçar a noite
com aquele açoite 
De adeus final
Lembra da Vitória-Régia
A flor mais vistosa
Do meu carnaval

É bonito ver o Bloco a resplandecer
O luar de Casa Forte e a minha inspiração
Se a curva lá do rio me faz reviver
Mais uma lembrança acorda
Batendo nas portas do meu coração