quinta-feira, 5 de maio de 2011

O VALE DO CATIMBAU E O SEU PROFETA "MEU REI"

Estivemos no Vale do Catimbau em 1993, quando ele não era ainda esse Parque Nacional hoje conhecido e difundido pelo Brasil e pelo mundo afora.  Nessa vida de viajantes, desde as primeiras  aventuras  de “camping selvagem", como era conhecido o nosso lazer aventureiro, viajávamos desfrutando ainda de um Brasil meio desconhecido.  Tanto assim é que -em 1988 - a primeira vez que visitamos a Chapada Diamantina, sequer havia um Hotel por lá. Acampamos numa área particular completamente improvisada, que hoje é conhecida como Camping da Lama...  Já em 1990, quando voltamos, além de um esboço de uma Associação de Guias da Chapada, começava a ser construído um pequeno hotel (no qual nos hospedamos) chamado “Pousada Canto das Águas”.  Agora em 2010, terceira viagem à Chapada Diamantina, verificamos que o “Canto das Águas” é um ótimo Resort, muito bem decorado e com a localização fantástica que tem desde o início da sua construção e que lhe justifica o nome.
No Vale do Catimbau também foi assim.. Não havia nada além de um pequeno convento de freiras, que oferecia pouso às pessoas que se aventuravam para  conhecer a região.  Nunca mais estive por lá (pretendo voltar). A beleza agreste do lugar convida à meditação e os seus horizontes recortados por pedras e morretes  dão uma intensa sensação de paz e comunhão com a natureza rústica do lugar. Uma figura humana de grande carisma marca toda a história do Vale do Catimbau.  Tive o prazer de conhecê-lo, de conversar com ele por um dia inteiro, de ouvir suas histórias fantásticas, de admirar a sua tenacidade de levar adiante suas idéias para a construção de um mundo mais justo e pacífico.  


Estou  falando de “Meu Rei”, um místico, um profeta, um ser humano muito digno e admirável. Disse-me, na ocasião, ter 113 anos de idade.  Morreria em 1996, aos presumíveis 116 anos.  Construiu, para a sua Comunidade, uma enorme casa com vários pavimentos, onde armazenava em imensas cisternas recobertas com grossas pranchas de madeira, um verdadeiro tesouro aquático.  Milhões de litros d’água estariam armazenados por ali. Em cada cômodo, dos pavimentos subterrâneos aos térreos e superiores, que visitei guiado por ele, havia cisternas cheias do ouro líquido tão necessário à vida naquela região inóspita.  Seus seguidores, dezenas deles, viviam na Comunidade, observando os preceitos e regras de respeito à Natureza, de amor ao próximo. 

Recomendo, aos interessados, um vídeo em duas partes, postado no YouTube pelo
documentarista Luca Pacheco, com fotografia excelente de Nildo Ferreira  
(primeira parte aqui) :    http://www.youtube.com/watch?v=kJrwHPIufAc  
Vale a pena conhecer a história do Profeta do Vale do Catimbau !