terça-feira, 17 de janeiro de 2012

OBRIGADO, DONA TECNOLOGIA !

Internet é uma coisa boa demais, pra tudo nesse mundo. Ou melhor, pra quase tudo.  Tem muita besteira por aqui.  Mas, a gente sabendo o que fazer, pode dar bom uso.
Pra mim Internet significa entre outras coisas, ter  filho, nora e neto juntinhos  da gente, sempre que dá tempo.  Feito ontem à tarde.  Eles lá, em Duvall, neve caindo, frio lá fora de 3 graus negativos e a gente cá, num calor, lá fora, de 32 positivos.
35 graus centígrados nos separariam; quinze horas de vôo contínuo dentro de um jato, ou quase um dia inteiro, se contarmos o tempo gasto em aeroportos e imigração, também nos deixariam saudosos.
Mas, o milagre acontece na hora em que o telefone toca e a gente liga os computadores. Eles de lá, nós de cá.  E a vida em família renasce, nem que seja para uma família separada por um monitor de LCD e umas caixas de som.
É o prazer que nos permitimos, nós e Dona Tecnologia.
Papo vai, papo vem, Diogo resolve ir buscar seu violino.  Quer me mostrar a última música que aprendeu na Escola Suzuki, onde estuda o instrumento, em Redmond.
Eu e meu neto começamos praticamente na mesma época: ele, no violino, eu no violoncello.
Ele novinho, aquecendo os neurônios; eu, madurão não deixando os meus esfriarem e juntando mais um instrumento à minha coleção de instrumentos de cordas.
Ele toca, de lá, a cançoneta folclórica Song of the Wind (Canção do vento).  Nós, do lado de cá da tela, o aplaudimos: eu, minha mulher e a minha sogra, que estava de visita para ver neto e bisneto.
Corro até o quarto e apanho meu violoncello.  Toco para ele a mesma canção.  Diogo, bem atento,  violino embaixo do braço, ouve o avô tocar seu violinão, como ele chama. Me aplaude também. Com entusiasmo. Com a devoção dos netos.
Momentos de puro êxtase, estes.  Pra nós e pra eles.  Um pouco de saudade a menos, em seis anos de tanta distância.