quarta-feira, 15 de maio de 2013

O SERTÃO SE DESMANCHA EM POESIA

A Lua, nos Cariris paraibanos, abençoando a Poesia - foto: Fred Monteiro
"Quando o sol, de manhã, rasga a cortina
O sertão se desmancha em poesia"


Com esse mote, o Poeta Hélio Crisanto trouxe para o Jornal da Besta Fubana, ontem, um momento de paz e poesia experimentado por todos os que amam essa arte tão cultivada nos nossos interiores nordestinos. Momentos como esse, de reflexão sobre a beleza da Vida, que continua bela, apesar do sofrimento causado pelas intempéries naturais na nossa Região, não são raros, pelo contrário, são muitos, são constantes, naquele Jornal virtual.  Reuni, então, algumas glosas e aqui as divulgo, com a licença dos poetas envolvidos.

Quando ouço o cantar da seriema
Se coçando na trave da cancela
Um sanhaço voando perto dela
Parecendo uma tela de cinema.
Uma cobra no ninho bebe a gema,
A cigarra completa a melodia,
Uma cabra deitada dando cria,
Um cavalo pastando joga a crina;
Quando o sol, de manhã, rasga a cortina
O sertão se desmancha em poesia
(HÉLIO CRISANTO, autor do mote)


Canta a Luz na campina avermelhada
Dança o Sol alegrando o amanhecer
vai a Lua nas serras se esconder
Já cansada em cumprir sua jornada
E tão logo se acorda a passarada
Sanhaçus vão trinando uma sinfonia
Um canário improvisa com alegria
desafios aos Galos de Campina
“Quando o sol, de manhã, rasga a cortina
O sertão se desmancha em poesia”
(FRED MONTEIRO)


Já cedinho o cabra tá de pé
No curral bem sentado tira leite
A ‘muié’ preparando seu banquete
De cuscuz, tapioca, e um bom café
No terreiro já cisca uma guiné
O anu lá de longe assobia
Dois cabritos pulando na folia
O cantar do concriz é coisa fina
“Quando o sol, de manhã, rasga a cortina
O sertão se desmancha em poesia”   
(JEFFERSON SOUZA)


Poesia, aqui, amigo Hélio
é artigo comum e corriqueiro
porque todo poeta brasileiro
tem paixão pelo nosso Sertão velho
esse amor que não cabe num “Aurélio”
é que explica essa imensa simpatia,
é motivo pra tanta cantoria,
que os poetas jamais esgotam a mina
“Quando o sol, de manhã, rasga a cortina
e o sertão se desmancha em poesia”
(FRED MONTEIRO)