Num desfile pelo Recife Antigo, ladeado pelo Maestro Duda e sua esposa Mida |
Elas -como o Carnaval- têm vida curta. Mesmo assim, tornam-se inesquecíveis, para quem as conhece.
Foi realmente uma vitória para a nossa família trazer para a rua uma alegria pura, ao modo antigo de brincar carnaval. A nossa intenção, desde o início foi essa: sem patrocinadores, sem verbas públicas, sem apoio de quaisquer associações de bairro ou entidades outras, simplesmente juntávamos os músicos da família e os amigos da Música, desde gente muito importante em Pernambuco, como o Maestro Duda, um ícone dos nossos carnavais, a sobrinhos que começavam a tocar violão ou percussão, a filhos e netos dos amigos ou simplesmente músicos simples que se incorporavam à nossa orquestra pelo prazer de participar e manifestar sua alegria.
Assim também os desfilantes da familia ou amigos e amigas, que cuidavam de confeccionar as suas fantasias (todas dentro das temáticas estabelecidas para cada ano, mas que podiam ser utilizadas nos anos seguintes, sem restrições de nossa parte).
O Bloco criou, em seu entorno, uma aura de simpatia e carinho que cativava cada vez mais foliões. Nossa Orquestra chegou a ter mais de 30 músicos, muito bem ensaiados e numa afinação e harmonia invejáveis e com repertório sempre atualizado. Foi esse espírito de participação que procurei mostrar na letra desse frevo-de-bloco, como vocês poderão ver.
PERFUMANDO CASA FORTE
(Fred Monteiro)
O nosso Bloco vai sair vistoso
Cantando um frevo dengoso
P'ro povo se alegrar
E na cadência desse frevinho sincopado
Eu quero estar do teu lado
Na hora de regressar
Vitória-Régia, flor de Casa Forte é a nata
É um turbilhão verde-prata
Que faz nossa gente vibrar
Pastoras formosas que evoluem com graça
Cantando as belezas da Praça
Deixando perfume no ar.