segunda-feira, 30 de julho de 2012

VERSOS A GRANEL 4 (CORDEL VIRTUAL - POESIA E PARCERIA)

No Jornal da Besta Fubana (JBF), comandado pelo Escritor Luiz Berto, autor do premiado Romance da Besta Fubana e de inúmeros sucessos editoriais como "A prisão de São Benedito", "A Serenata", "Nunca houve guerrilha em Palmares", a Poesia corre solta, junto à crítica, à sátira e ao humor político sempre presente.  
Gente famosa da literatura nordestina e brasileira em geral ali pontifica, mantendo colunas e participando ativamente dos comentários às postagens sempre interessantes e atuais.

Dalinha Catunda, poetisa de Ipueiras-CE
Entre estas está a poetisa Dalinha Catunda, membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, entusiasta dessa forma de versejar e que viaja o Brasil de Norte a Sul promovendo esta Arte poética multisecular, que encontrou solo fértil no Nordeste prodigalizado por um número que vai, certamente, aos milhares de poetas populares, que cantam seus versos de repente, acompanhados pelas suas violas, pandeiros ou ganzás, vendendo nas feiras seus cordéis ou promovendo entre si "pelejas" poéticas inolvidáveis, muitas delas antológicas.
O cordel, como movimento literário vem passando atualmente por uma revitalização impressionante e chama a atenção do público interessado nessa forma popular de poesia, a grande quantidade de eventos sobre o tema.  
Nossa seção de hoje tem a finalidade de apresentar a vocês algo do trabalho que Dalinha e eu vimos desenvolvendo nos comentários e "pelejas" virtuais nessa importante arena literária, que é o JBF.  Aliás, em breve, um projeto da Dalinha Catunda estará saindo às ruas: um cordel enfeixando uma dessas "pelejas virtuais", bastante interessante. Aguardem. Enquanto isso, curtam essas estrofes que, de ontem para hoje, escrevemos no Blog Cantinho da Dalinha e no JBF.
Trata-se de um conjunto de estrofes rimadas (na parte de Dalinha) em versos de sete sílabas, nas modalidades quadra, sextilha, septilha, oitava e décima (estrofes com 4,6,7, 8 e 10 versos, respectivamente).
Na minha parte, eu inverti a ordem das estrofes, começando pela décima e terminado pela quadra, mas com versos decassílabos (de dez sílabas), também conhecidos como heróicos.

Fred Monteiro, visto pelo crayon de Dalinha Catunda


MEU CANTO CRESCENTE
(Dalinha Catunda)
*
Sou lua nova crescendo
Do Jeitinho que eu queria
Assim vou resplandecendo
Nos braços da poesia.
*
Minha cantiga de amor
Eu canto na lua cheia
Porque tenho meu barqueiro
Que me chama de sereia
Com ele cato conchinhas
Que o mar sacode na areia.
*
Em noite de plenilúnio
Eu dispenso meu colchão.
No alpendre, numa rede,
Eu me deito em meu sertão
Pra ver a lua surgindo
De prata à noite tingindo
Com seu mágico clarão.
*
Eu sou uma retirante
E da minha terra amante.
Foi numa lua minguante
Que deixei o meu rincão.
Caminhei léguas a fio
Senti sede senti frio
Mas venci o desafio,
E voltei pro meu sertão.
*
A lua é sua madrinha
Me disse mamãe um dia
Confirmou a minha tia
E acreditar me convinha,
Pois quem se chama Dalinha,
E foi no sertão parida,
É pra lua prometida
Reza a lenda do lugar.
Eu que não vou contestar!
Gosto de ser iludida.
*

DECRESCENDO
(Fred Monteiro)
*
A Dalinha, poeta consagrada
aportou pelas praias do cordel
aumentando o valor do menestrel
sugerindo um estilo na jornada
e eu aqui vou topar essa parada
começando nas décimas tão boas
pra cantar todas essas minhas loas
à poesia e à cultura sertaneja
pois, então, doravante que assim seja
para a oitava eu remo essa canoa
*
Oito versos e também outras idéias
vou buscar entre terras galiléias
tal inseto vagando entre as colméias
busco o mel pr 'uma rima num floral
nordestinos terrenos parecidos
feito a terra de Cristo são feridos
pela seca e o calor tão repetidos
mas com tanta beleza visual
*
Pois agora no meio do percurso
da poesia ordenada como quis
minha amiga e parceira de cantar
a Dalinha do verso Imperatriz
Poesia ela guarda na su'alma
e transborda de forma leve e calma
cristalina qual canto do concríz
*
Em seu blog bebi sabedoria
pura fonte de rimas bem traçadas
conduzidas na pena da magia
uma arte por Deus presenteada
Academicamente ela porfia
dos cordéis pela vida consagrada
*
Finalmente chegando a porto firme
decassílabos em quadra eu confirmo
para que a parceira me confirme
se está certa a chegada que afirmo !

sábado, 28 de julho de 2012

TEST--DRIVE DA CICLOVIA NORTE

A novidade estava no ar, desde a semana passada.  E eu gosto das novidades, principalmente quando me interessam de perto. Como no caso dessa falada ciclofaixa Norte. Faz parte do Binário Encanamento/Arraial que eu esperava que acontecesse há muito mais tempo.
Fui lá conferir, hoje de manhã, logo depois do café.
Montei na bicicleta e pedalei rumo à Estrada do Encanamento, altura da Praça de Casa Forte.  Entrei logo na ciclofaixa projetada, com placas mas sem o principal, a faixa pintada no asfalto. Tudo bem.. tiveram todo o tempo do mundo, mas não pintaram. Fazer o que?Na esquina da Praça do Parnamirim alguém chama meu nome.. era a minha amiga Jornalista Alessandra Cavalcanti, da CBN/JC.  Pediu-me para falar sobre a ciclofaixa.  Falei, conversamos um pouco e prossegui.
Na Av. Ruy Barbosa, giro à esquerda, no sinal da Bremen Veiculos, e prossigo no sentido da Av. Rosa e Silva. Depois do retorno, pego a faixa, já pintada a partir daqui, rumo à Estrada do Arraial. No caminho, vários sustos e muitas irregularidades gravadas. Fui trancado várias vezes, ônibus ocuparam parte da faixa, ciclistas andavam pela contramão da Avenida, e UM CARRO DIRIGIDO POR UMA "DAMA" veio em minha direção pela contramão da Avenida e ainda por cima da ciclofaixa !  UM ABSURDO !  Daqui para a frente, cadê a faixa? Sumiu... nada pintado, ainda...
Mais adiante, na Estrada do Arraial, um carrinho de mão cheio de coco, conduzido por um distraído senhor, uma carroça recolhendo papel, um carro particular estacionado... tudo sobre a ciclofaixa, claro.
Tudo bem.. o povo é mal educado mesmo... primeiro dia, etc.. Vá lá.. dou um desconto.. há dezenas de anos estou pedalando sem ciclofaixa e sou vacinado contra esses malucos.
Ou então tenho muita sorte por estar vivo, ainda !
Lá pelo Monteiro,  entrevistei um Agente da CTTU. Um bom depoimento o dele, dizendo o que salta realmente à vista: metade dos acidentes de trânsito é provocado pela completa falta de educação de pedestres e condutores.  É um fato indiscutível !
Prossigo, com a minha sorte habitual, até chegar à praça de Casa Forte e entrar na rua Oliveira Góes, rumo ao Poço da Panela. E logo na esquina, O MAIOR DOS ABSURDOS: UMA BORRACHARIA E VÁRIOS BARES NO LEITO DA RUA !!!  EM PLENA CASA FORTE !!!
Vejam o vídeo aí e comprovem.  Este é o Recife de hoje.  Projetos, sonhos, acertos e erros. Muitos erros. E só depende de nós consertá-los.  Mãos à obra.  


segunda-feira, 23 de julho de 2012

MEMÓRIAS DO F STUDIO 9 - MARIA DAPAZ

Maria DaPaz (foto: divulgação)
Uma voz doce como mel, um sorriso cativante e uma personalidade inesquecível.
Assim é Maria DaPaz, pernambucana de Afogados da Ingazeira e Cidadã do Mundo.
Canta desde pequenininha, ganhando também prêmios em concursos infantis de interpretação. Depois, adolescente, engajou-se de vez na Música, cantou e encantou as platéias de Pernambuco, como "crooner" da Orquestra Marajoara. Até que um dia, tal uma Asa Branca, bateu asas e ganhou o mundo. E noutro dia voltou, para fixar-se em São Paulo e continuar sua brilhante carreira musical.
Sorte minha, que conheci Maria Dapaz, nos idos de 2000, 2001, quando gravava entrevistas de um programa radiofônico do caro amigo Xico Bizerra. Fiquei fascinado pela voz de cristal dessa moça e pelo seu jeito simples e sorriso largo. Ficamos amigos e sempre que vinha ao Recife, ela dava uma passadinha no estúdio para um cafezinho, um bate-papo e conversas sobre música. Ela tinha ouvido minha "Ciranda do Mar da Vida" e gostou, pedindo-me autorização para incluí-la num CD cujo projeto estava em andamento. Foi quando gravei o vídeo que ilustra esssas "Memórias".





E realmente ela gravou minha ciranda, em pot-pourri com a toada do grande Dorival Caymmi "Morena do Mar". Uma honra e um prestígio imenso, fazer parte daquele disco (Da Cor Morena) justamente na sua primeira faixa e ao lado de um dos grandes mitos da Música Brasileira.
Tenho um carinho muito grande por Pazinha e a considero uma das maiores cantoras da nossa música. Sem dúvida nenhuma, Maria Dapaz (a querida Pazinha) é uma das minhas melhores "Memórias do F Studio" !



sábado, 21 de julho de 2012

FLORES, SORRISOS DE DEUS 8





Um tema recorrente e de que nunca me canso: fotografar e admirar essas maravilhas da Criação.

De todas as cores, de todos os cheiros, ou sem eles, de todos os cantos....

Por onde passo, sua beleza me contagia.

E fiz para elas uns versos que mostro aqui para vocês.


Se flores há é porque Deus sorriu
e a cada uma deu Amor e Luz.
Se vestem o brilho a que fizeram jus,
é que o Eterno assim o decidiu.
Por ser eterno, Ele lhes garantiu
que os demais seres as louvassem, então.
Pois Rei nenhum, nem mesmo Salomão
teve em suas vestes a beleza delas!
E seguem assim quais doces sentinelas
mostrando o Pai sua eterna gratidão


















terça-feira, 17 de julho de 2012

VERSOS A GRANEL - 3

Acabo de escrever essas sétimas, que dedico a duas pessoas maravilhosas no mundo do Cordel: Dalinha Catunda e Rosário Pinto, que mantêm os Blogs "Cordel de Saia" e "Cantinho da Dalinha", para divulgar essa poesia que cultivamos no Nordeste, com tanto ardor.





Três folhetos de cordel
não podem faltar na estante
de quem ama a poesia
na sua força estuante
Poema bem nordestino
e que já serviu de ensino
pra tanto vate brilhante

"O Pavão Misterioso"
e "As  proezas de João Grilo"
são folhetos importantes
esbanjam rimas de quilo
E "Lampião no Inferno"
faz parte desse caderno
foi escrito com estilo

A poesia matuta
no cordel representada
é de muita utilidade
no sertão é comparada
à cartilha do ABC
pois matuto aprende a ler
ouvindo história contada

Então, aprendendo a rima
vai o matuto seguindo
e pela vida rimando
o seu mundo descobrindo
E assim ele é feliz
pode não ter o que quis
mas sua alma está rindo

E aqui eu agradeço
a essas moças prendadas
em beleza e poesia
ambas são muito dotadas
de Dalinha e de Rosário
eu digo no meu sumário
são duas predestinadas !

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O TEMPO... AH, O TEMPO, ESSE CARA COMPLICADO !


Eu digo e muita gente não acredita. Eu nasci pra viver noutro tempo, juro...

No tempo em que a gente tinha tempo de fazer o próprio pão, plantar o próprio milho,  cultivar o próprio alimento.
Mas não posso mudar o rumo do tempo.

Sou um saudosista? Nem sei, tenho certeza de que aproveito o máximo da vida de agora e me interesso por tudo quanto o presente e o futuro me trazem de bom.

Escrevo minhas memórias não porque queira obstinadamente retornar ao passado, fugindo de um presente hostil, às vezes, ou de um futuro mais do que incerto, como sempre foram todos os futuros de ontem e anteontem.

O futuro só é agradável e só não mete medo quando ele já aconteceu, virou passado.
Até mesmo enquanto ele está acontecendo, no presente, nos traz, ou pode nos trazer, na sua fração de futuro imediatamente antecedente, um risco, uma decepção, uma dor.

Agradável, então, é viver o presente imediatamente posterior ao que está sendo vivido, ora porque já está passando, ora por conta do prazer daquele exato instante.
No duro, no duro, o tempo é um só.  É o tempo vivido, passado, atual, presente, ou vindouro e incerto, futuro.  E nós no meio desse turbilhão temporal, sentindo:  saudade, prazer, angústia.

O último filme de Woody Allen, "Meia noite em Paris" que ainda ontem assisti, e que assistirei muitas vezes mais, fala exatamente sobre esses sentimentos. Tal qual a serpente "Ouroboros", dos ocultistas, mordendo a própria cauda, Woody, na sua perspicácia de emérito observador dos tempos, mata a charada com imagens belíssimas da Cidade-Luz.

E o seu autobiográfico personagem chega, ao final da estória consciente do valor do seu tempo. Enveredou tanto pelos meandros do "dejà-vu" que resolveu por si mesmo a equação da vida.
E vocês talvez me perguntem, agora: o que tem essas fotos a ver com o tempo?



Tem sim, eu insisto.  Quem sabe, com uma espiga de milho idêntica a essa quantos ancestrais nossos fabricaram o seu pão rústico, ou mataram sua fome com frutos nascidos da sua primitiva horta?



Em tempo: como é de hábito afirmar em letreiros de final de filme, as espigas, compradas na feira de Casa Amarela, não sofreram qualquer dano, injúria ou mau-trato. Foram degustadas cozidas, em forma de pamonha e também de canjica, no último dia de São João.  Os tomates-cereja fazem parte do nosso pequeno jardim de apartamento e são doces e deliciosos.  Os pãezinhos foram a base do lanche da tarde e da ceia do mesmo dia. Estavam uma delícia e também deixaram saudade...

terça-feira, 10 de julho de 2012

VERSOS A GRANEL - 2

Ilustração: Dalinha Catunda

Dalinha Catunda é uma poeta cordelista de primeira. Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e muito atuante nos seus Blogs e no Jornal da Besta Fubana, onde temos colunas.

Sempre estamos trocando idéias através do nosso versejar e gosto muito dessa parceria com Dalinha, que só me enriquece.

Um dia desses, comentando uma idéia dela em sua coluna, para homenagear o Centenário de Luiz Gonzaga, escrevi essas duas décimas. Dalinha de pronto interagiu, respondendo, e as publicou no seu Blog " Cantinho da Dalinha".  A ilustração também é arte dela, que desenha as capas dos seus folhetos de cordel e o faz com muita competência.

As décimas foram parar, também, num jornal e blog "Gazeta de Notícias" . de Juazeiro do Norte-CE.
veja aqui:
http://cantinhodadalinha.blogspot.com.br/2012/07/fred-e-dalinha-no-gazeta-de-noticias.html

Aproveitem os links e façam uma visita completa ao Blog da Dalinha. É cordel e tradição pura !

LUIZ GONZAGA NOS VERSOS DE: FRED MONTEIRO E DALINHA CATUNDA

*Fred Monteiro

Eu nasci, cresci e vivo
ouvindo o rei do baião
o nosso bom Gonzagão
e dele fiquei cativo
do seu humor positivo
do seu carisma e sua voz
é o que fala por nós
e entende a fala da terra
e num forró pé-de-serra
é nascente, rio e foz !

*Dalinha Catunda

Desde os tempos de menina
Eu gostava de escutar
Luiz Gonzaga cantar
A música nordestina
Lembro-me de Carolina,
Na voz do rei Gonzagão,
E do pássaro carão
Que não me sai da memória
O nosso rei fez história
Encantando esta nação.
                                          
*FM

Gonzaga é uma jóia pura
dessas que por ser tão raras
nos são cada vez mais caras
seu valor não se apura
e não há arquitetura
de valor que lhe compreenda
pois Gonzaga é nossa prenda
nossa ungüento e nossa cura
nosso ouro de fartura
nosso sol e nossa tenda

*DC

O Gonzaga é diamante
É nosso maior tesouro
É muito mais do que ouro
O nosso astro brilhante
Seu nome segue adiante
Disso ninguém duvida
Seu canto e sanfona em vida
Fez nosso povo vibrar
E o rei caboclo aclamar
Antes e após a partida.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

GRAFITE É ARTE - MINHO 2C, UM ARTISTA DO GRAFITE


Na minha mania de blogueiro, vivo procurando motivo e assunto para publicar.

Quando o assunto é arte, então, não perco tempo.
Sou até meio "cara de pau" para abordar  qualquer assunto, personagem ou situação que me chame a atenção e valha a pena ser publicado no Blog.

Como esse de hoje.  Eu vinha caminhando pela Estrada do Arraial, na Tamarineira, quando deparei-me com um artista de rua, grafiteiro, executando o seu trabalho no portão de um Centro Cultural.

Não titubeei e aproximei-me dele, perguntando se topava gravar uma pequena matéria para o nosso blog.

Ele aceitou de pronto e depois de algumas fotos do seu trabalho, gravei seu depoimento, que trago aqui, no vídeo abaixo.  A qualidade não está lá essas coisas porque, na falta de uma das minhas câmeras, gravei com um celular cuja imagem não é lá uma "brastemp".

É uma história de vida bem interessante.

Minho 2C é um rapaz com muito gosto pela pintura e pelo desenho, mas que começou pichando muros e portões alheios.  Conscientizado de que essa ação não iria lhe levar a lugar nenhum, pelo contrário, o marcaria socialmente como uma pessoa inconveniente, antisocial, tratou de canalizar o seu talento para o que eu considero a "pichação do bem".

Hoje reconhecido mundialmente como Arte Popular, o Graffiti artístico é meio de vida que tem sido o sustento de Minho 2C e de milhares de moços talentosos e trabalhadores como ele, que fazem da sua  carreira artística motivo de muito orgulho, trazendo belas e coloridas imagens para a cidade e para o nosso deleite, embelezando com suas cores alegres e vistosas, muros, fachadas, cartazes, camisetas, painéis e tudo quanto sirva de base para sua pintura.

No vídeo, Minho 2C deixa seus contatos telefônicos, para todos que precisarem com o seu auxílio, colorir melhor esse mundo.









42.195 - (SOBRE BLOGS E MARATONAS)


O Blog completou hoje 42.195 acessos.
Eu tenho uma fixação por esse número.  Sabem por que?
É o mesmo número de metros que o atleta tem que percorrer numa Maratona.
Sou, com muito orgulho, um Maratonista.  Já sofri e tive muito prazer, simultaneamente, em milhares de quilômetros corridos nestes 29 anos de prática do atletismo, em especial a corrida de rua e o triathlon.  Completei, oficialmente, 3 Maratonas, embora haja corrido a série completa de 8  treinamentos para a distância, ao todo.  Cada série dessas soma entre 200 e 350 quilômetros mensais, corridos em quatro meses.  Sempre fechava o ciclo de cada um dos períodos correndo até 32 ou 35 quilômetros, no último "estirão" ou "longão" das séries.
É um esforço plenamente recompensado pela alegria de terminar a prova.  E isso, como diz o comercial do cartão de crédito, "não tem preço"!




Assim também, manter um Blog em atividade é uma maratona cibernética.  Diante de tantas opções que o internauta de hoje tem, da pesquisa ao lazer, dos vídeos à música e aos espetáculos, das piadas às fofocas, do noticiário político ao econômico, fica realmente meio difícil manter aceso o interesse num Blog pessoal ou cultural.
E é por isso que eu agradeço, agora, a vocês todos, meus queridos seguidores e leitores, comentaristas, parentes e amigos, o prestígio que cada um de vocês me dá, acessando diariamente este humilde espaço, construído com muito carinho... para vocês mesmo !
Muito obrigado de coração, por estes mais de 40 mil acessos.


O Blog está catalogado pelo "Blogger", serviço de que faço parte, tendo obtido o "page rank" 2 e tive hoje, por sinal, uma indicação para participar do Prêmio Top Blog Brasil 2012, promovido por um site dedicado à divulgação e incentivo dos melhores Blogs brasileiros.

Muita honra também, para esse blogueiro iniciante. Mais outro motivo para agradecer a vocês por estas pequenas conquistas.
A única coisa que posso fazer, em reconhecimento, é continuar deixando por aqui minhas crônicas, poemas, músicas, versos, fotos, vídeos, compartilhando com vocês minhas vivências, experiências e viagens. Tudo isso com muito entusiasmo.  Porque a Vida merece !  Porque Vocês merecem !

quarta-feira, 4 de julho de 2012

MEMÓRIAS DO F STUDIO - 8 - SERVOS DE MARIA

Nesses 18 anos de estúdio gravei música regional, erudita, pop, rock, gospel, enfim todo e qualquer trabalho que aparecia e que me agradava fazer.  Sim, porque também recusei muitas propostas de gravações que não me agradavam fazer. Entre elas pagode, funk, brega, por exemplo.

Sempre arranjava uma maneira delicada de afastar a possibilidade de ter que aturar música de alguma vertente que (embora sabendo ser do gosto popular) realmente não me interessava ouvir, muito menos gravar.

Quando comecei com o Estúdio, meu primeiro trabalho foi a trilha sonora da Procissão de Nossa Senhora da Saúde, como parte da tradicionalíssima Festa do Poço da Panela, dedicada à mesma.



Foi em 1994 e a minha sogra era a "festeira" daquele ano (a patrocinadora responsável pela organização da procissão da "bandeira" da Santa).



Coincidentemente, meu último trabalho, 18 anos depois, foi a gravação de um CD de músicas religiosas pela Congregação dos Servos de Maria. 18 faixas tocadas e cantadas  pelas freiras e demais membros da Comunidade que, por sinal, foi fundada por uma prima.



Antes de cada sessão de gravação, as religiosas faziam uma prece e uma bela vocalização seguida de um cântico do seu ritual.  Um momento para reflexão e concentração no trabalho que se iniciava.

Curiosamente, descia sobre todos um sentimento de muita paz, após esses cânticos. Com a licença delas, gravei de forma bem simples estas vocalizações e as passo para vocês neste arquivo de áudio.

Que todos se sintam, também, envolvidos pela paz desses cânticos.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

MEU IRMÃO PEDRO AUGUSTO E OS PATRULHEIROS TODDY


Surgiu um dia, na programação do Canal 6, TV Rádio Clube do Recife, um programa patrocinado por um chocolate em pó : Os Patrulheiros Toddy.
Na verdade, o seriado que dava nome ao programa versava sobre as aventuras e desventuras de um pelotão de Rangers do Texas, modernos cowboys com seus chapelões característicos, revólveres à cinta e muita valentia, para entusiasmar as crianças e adolescentes que os assistiam.

(Foto extraída do Blog Anos Dourados)
Como toda criança da época, fomos mais ou menos colonizados por estórias desse tipo, que não eram de todo desprezíveis, porquanto incutiam nos jovens valores morais como a coragem, o amor à lei e à ordem e a vontade de ajudar o seu semelhante.
Pedro Augusto, nosso irmão, era o quinto na ordem de idade e o terceiro dos cinco filhos homens da casa.
Maior fã dos Patrulheiros, entre nós, não perdia um episódio do seriado por nada neste mundo e sabia de cor o hino e as gesticulações próprias dos cowboys que formavam o pelotão de “rangers”.
Um belo dia, o apresentador local do programa, devidamente uniformizado, anunciou que haveria o sorteio de um traje completo por semana, para formar uma turma de patrulheiros-mirins.

Pedro entusiasmou-se e pediu a Mãezinha pra guardar todos os rótulos de Toddy daí por diante... aliás, pediu o mesmo aos tios e tias mais próximos e até mesmo à vizinhança.
Tanto mobilizou o pessoal que conseguiu, de imediato, vários rótulos do produto os quais, devidamente envelopados com seus dados escritos no verso, foram enviados pelo correio para a emissora, a fim de concorrer ao cobiçado prêmio.
Nos sorteios, éramos todos um só coração a torcer por Pedro. E a coisa terminou por funcionar... certa vez, após o capítulo do seriado, o apresentador trouxe para o meio do palco a urna cheia de cartas e sorteou o ganhador que não foi outro, senão nosso mano: alegria e gritaria geral, muitos abraços, beijos e tapinhas nas costas do nosso herói.
Pedro Augusto, com nossos pais
Na semana seguinte, lá estava, no Estúdio da Televisão, nosso Pedrão, vestido a caráter, de calças compridas e camisa também de mangas compridas caqui, chapéu de feltro de na cabeça, estrela de xerife no peito, um belo cinto de couro largo, recheado de balas prateadas, um revólver colt no seu coldre de couro lavrado e um belo par de botas marrons e bem lustrosas.
Junto a outros meninos que já haviam ganhado uniformes e liderados pelo apresentador, cantaram o hino dos Patrulheiros e levaram ao delírio a platéia caseira: “Nós somos os Patrulheiros Toddy, a Lei juramos defender...”
Daí por diante, sempre que brincávamos de “cowboy” Pedrão era o líder... quem discutiria a autenticidade da sua autoridade de xerife texano, diante de um uniforme daquele ?!... Quem desafiaria um revólver tão real e que, por cima, disparava tiros de espoleta de papel, é verdade, mas que soavam como tiros de verdade e ainda deixavam no ar um cheirinho de pólvora como nunca sentimos ?...


(do meu livro de crônicas "Caçador de Lagartixas)