segunda-feira, 5 de setembro de 2011

VOLTEI, RECIFE..

Vovô Carequinha  fotografado por Diogo Cruz
A saudade me trouxe por um braço e está me segurando pelo outro.. Saudade dos que ficaram por lá, num Paralelo frio e distante do nosso tropical e desmantelado reduto.. E saudade também dos que estão por aqui, da vidinha provinciana de que tanto gostamos, das rotinas de que reclamamos, mas que nos fazem falta, no fundo, do clima morno e úmido do nosso Recife, da água verde-azulada e da areia branca das nossas praias, de uma lista interminável de coisas, pessoas e lugares... É nisso que dá ter filho que mora fora do Brasil.. Depois de um dia inteiro entre aviões e aeroportos, cheguei à velha Vila dos Arrecifes dos Pescadores, na Capitania de Paranambuco.  Estropiado e sem dormir há 24 horas, cansado de 4 embarques e desembarques (Seattle, Dallas, Miami, Salvador), com intervalos mínimos e aquele medo de perder o vôo, voando baixo pelos corredores e esteiras dos monstruosos aeroportos americanos, estou dominando o sono e a diferença de cinco fusos horários somente para dar uma satisfação aos meus amigos do Blog.  Pausa para uma reflexão: quantos aeroportos de São Paulo (Guarulhos), apenas para citar o nosso principal e maior Aeroporto, cabem apenas num terminal de qualquer um desses ? Somente num dos muitos terminais desses labirintos modernos, com trens elétricos, esteiras rolantes imensas e corredores entupidos de gente de toda parte do mundo, num dia comum de semana ou de feriado, a gente tem que ficar muito atento para descobrir em que Portão, dos seus 4, 5 ou 6 terminais cada qual com 40, 50, 60 "fingers", vai embarcar.  Aí vem a dúvida e a quase certeza que nos aflige como brasileiros: como é que um país sem estradas decentes, sem aeroportos dignos desse nome, sem trens de passageiros (bala, cartucho vazio ou "traque de velha" que seja), sem mão de obra qualificada para receber milhões de viajantes e milhares de esportistas durante um exíguo mês de Copa do Mundo ou Olimpíada, se atreve a aceitar um desafio desse porte, apenas para "fazer bonito" perante o mundo ? ou seria "fazer de conta" que finalmente estamos nos afirmando como nação desenvolvida, educada, culta e responsável ao mesmo tempo que que a miséria degradante, a violência desbragada, a falta de educação e saúde, a roubalheira e corrupção sem freios dos políticos arrasa-quarteirões, o "estilo brasileiro" irresponsável e "demodée" de ser nos avassala ?  Respostas e sugestões para o Centro de Decisões instalado no Palácio do Planalto, Brasília-DF.. Perguntar não ofende !

Crédito da foto: Diogo, 6 anos, um neto de ouro! (Eu só fiz enquadrar e entregar a câmera para ele)