A Natureza sempre me surpreende.. Ultimamente temos tido muitas razões para acreditar que o planeta é realmente um ser vivo, como apregoam os ecologistas. Como um organismo doente, a Terra reage, contorcendo-se em terremotos, tsunamis, tempestades, furacões e erupções vulcànicas numa frequência pra lá de incomum. É lógico que seja assim, pois estamos cada dia mais provocando esses acontecimentos. Sempre existiram, é certo, mas creio que nós, como hóspedes recentes nessa casa espacial, estamos perturbando o seu equilíbrio de todas as formas. Porém, como uma mãe que apenas repreende os filhos e nunca deixa de amá-los e de prover o seu sustento, a Natureza se recompõe dos maus tratos que lhe infligimos e continua a nos matar a fome e a sede.
Dia 13 passado, atravessava a Ponte Velha quando, já próximo ao Cais José Mariano, deparei-me com um pescador que lançava sua tarrafa ao rio. Diminui o passo e tive o prazer de vê-lo puxar a rede e abrir um sorriso de alegria ao tirar dela um belo camurim (robalo, para os sulistas) de cerca de 3 kgs. Imediatamente procurei conversar com ele. Chama-se João Batista, e eu já o tinha visto pescando naquele local. Convenci-o a dizer alguma coisa sobre a pescaria no que ele, mesmo meio envergonhado, consentiu. Por uma incrível coincidência , estava com minha câmera portátil e ali mesmo gravei tudo.. Tive muita sorte, porque tão logo ele terminou seu depoimento, um transeunte comprou o peixe e o levou. Eu tinha gravado fazia uns dias algumas cenas nas Ruas da Imperatriz e Sete de Setembro, bem como "takes" do caótico trânsito recifense.