sábado, 25 de agosto de 2012

PRIMEIRO VIOLÃO, O BODE E A CABRA


Em princípios de 1962, um certo grupo musical inglês lançou um estilo que mudou a vida de muito jovem da época: eram os Beatles.

Eles vinham aparecendo nas manchetes desde que lançaram suas primeiras gravações e começaram a arrancar aplausos das platéias do mundo inteiro, quer pela simplicidade e beleza das canções, quer pela sua forma de apresentação, suas roupas e cabelos, seu estilo, enfim.

Estava confirmada, historicamente, a Beatlemania.  Esse modo de cantar, de tocar e de encarar o mundo foi logo adotado pelos milhões de jovens e adultos, que entenderam a sua mensagem de paz, amor e alegria, sem abrir mão do romantismo.

Passar a tocar um instrumento e tentar imitá-los, então, foi uma urgência que tomou conta de todo adolescente que tivesse algum pendor musical.

Entrei nessa onda de cabeça. Os Beatles eram tudo o que eu precisava, no momento, para afirmar a minha musicalidade em desenvolvimento.

Apesar de ouvir bastante os clássicos, a música popular brasileira e regional e mesmo o jazz e música de cinema, me dei conta da modernidade daquele som, que até hoje permanece bem vivo no coração da gente.
O instrumento que era meu objeto de desejo -naquele momento- era a guitarra elétrica.

Como  não tinha dinheiro pra comprar uma, embora sonhasse com isso, comprei um violão "Rei dos Violões" e dei início ao aprendizado.

As horas de folga eram dedicadas a afinar e estudar os primeiros acordes. Pra mim foi fácil.  Já pro resto da família, não garanto...


A primeira música dos Beatles que aprendi foi "I want to hold your hand", ao pé da letra, "Quero segurar sua mão" mas, na versão livre da meninada, que não manjava nada de inglês, foi muito conhecida como "O bode e a cabra"...

Tudo por causa do refrão de uma das canções do grupo, "She loves you" que terminou por dar o nome brasileiro ao movimento dos Beatles: ié-ié-ié.

Daí por diante, o entusiasmo foi crescendo e a coisa chegou a virar profissão paralela.  Tanto que quase empatei os anos de exercício da advocacia (25) com os da música (22, sendo 4 na época de faculdade e 18 no meu estúdio de gravação, a partir de 1994).

O conjunto "Os Tártaros" em 1968
Os Tártaros, numa versão da artista plástica Rayama, em 2011


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