Praia dos Carneiros-PE - foto do autor |
PEGA O PEIXE, PESCADOR !
Eu que sempre morei no litoral
e conheço o sertão só de passagem
não queria dizer muita bobagem
pois então vou louvar a capital
que tem praia bonita e original
e um mar que é cheio de magia
águas verdes e claras como o dia
onde nadam peixinhos tropicais
que na graça e na cor são maiorais
representam da vida a harmonia
Mariquita, Olhão, tem mais Arraia
Budião, Xira, Gato e Agulhinha
tem o Galo, também tem a Tainha
tem Cioba e Sargento lá na praia
quando a noite já vem e o sol desmaia
pescador pega logo o seu puçá
e na beira do mar vai fachear
pra pegar a Saúna e o Camarão
samburá fica cheio de montão
e ele já garantiu o seu jantar
De manhã bem cedinho sai de novo
a maré já baixou e ele insiste
na jangada com sua vela em riste
pra pescar a Lagosta usa seu covo
pois além do Guajá, cutuca o Polvo
que se esconde na loca do arenito
no ganchinho de ferro é expedito
e com sorte inda fisga uma Moréia
vai feliz prosseguir nesta odisséia
e assim garantir seu peixe frito
Caro Fred, que beleza de pescaria, heim?
ResponderExcluirDeu ate pra sentir ate o cheiro da maresia, o vai- e-vem das ondas, o vento salino e o Sol aquecendo a pele crestada do pescador!
Que beleza, deu agua na boca...
Parabens, poeta!
Um abraço fraterno
Ligia
Obrigado amiga Lígia... vc sempre presente por aqui !
ResponderExcluirFred: encontro-me no Sertão e vejo a crueldade da seca; você está no litoral e conta com a "molhação" danada da água; somos cidadãos do mundo e vamos de peixes do mar e dos rios (adoro uma Cioba e as agulhas fritas)e você põe tudo nos seus versos e nós de cá nos deleitamos.
ResponderExcluirMuito obrigada e um grande abraço.
Em tempo: comentei sobre OS TÁRTAROS.
Mar e peixe é tudo de bom, viu ZUlma? Eu gosto de pescar desde pequeno, mas infelizmente hoje tenho que me contentar em pescar em pesque-pague (coisa mais sem graça) ou mergulhar pelo BRasil afora. Só snorkel mesmo. Mas vc quer coisa mais linda do que fazer flutuação nos rios de Bonito ou mergulhar em Fernando de Noronha, na Costa dos Corais, nas Alagoas? Bopm demais, é muita paz !
ExcluirAlém de deliciar-me com teus poemas ainda servem de enciclopédia da vida à beira-mar. Fui apresentada aos habitantes do marzão de águas verdes e claras, de que nunca ouvira falar, exceção feita, entre os peixes, à tainha
ResponderExcluirmaria-maria
Oi Maria-Maria, amiga dos Pampas, gaúcha,guria. Obrigado pela presença constante e pelos comentários que curto de muitas e boas participações na coluna do Augusto, no tempo em que eu era o Zé Mané do Recife, lembra? Somente um adendo à descrição e nomeação dos peixinhos.. O "sargento" você deve conhecer por esse nome, mas a gente aqui no Nordeste também chama de "Saberé".. Sargento, porque que tem listras pretas verticais, alternadas num fundo amarelo e cinza claro. Pra mim um dos peixinhos mais lindos do nosso litoral. Abração, minha amiga !
ExcluirIr ao mar, enfrentar as ondas nem sempre calmas e pegar o peixe. É um exercício difícil, onde o pescador, coitado, via de regra nem come do próprio. Peixe bom, é o peixe pescado e comido. Pescado e vendido, enriquece apenas o atravessador que, não pesca, não produz nem compra gelo, não põe ração para o peixe do mar, mas é o que fica com todo lucro. Coisas de Brasil. José Ramos.
ResponderExcluirPois é isso, Mestre Ramos. A sina do pescador já foi mais leve. É desse tempo que eu lembro nos versos. De um tempo em que o mar era sinônimo de fartura e o pescador ainda não passava fome, nem dependia de ninguém. Só do vento, de uma jangada de cinco paus e um pedaço de vela surrada. Mas vivia feliz no seu pedaço de praia e não pensava em ver novela da Globo. Depois, veio a "civilização" e acabou com o seu sossego. Civilização ? e com ela o consumismo, a necessidade da riqueza, o Deus Mercado. E acabou-se o romantismo...
ExcluirMaestro Fred: tudo isso, essa "civilização" (na realidade, a briga por ter sempre mais, ter, ter, ter e sempre ter, é a briga instalada pelo capitalismo, profeticamente difundido por Karl Max, no O Capital), quem leu e viveu com senso se captação e entendimento a partir de 1964, já sabia que íamos chegar aonde estamos. José Ramos.
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