Grafite de Derlon Almeida foto Fred Monteiro |
Hélio Crisanto, poeta de Santa Cruz-RN propôs um mote no Jornal da Besta Fubana, logo glosado por alguns dos muitos poetas que ali pontificam. Como sempre, participo desses "desafios" e deixei lá a minha glosa, também. Essa interação da poesia de cordel é sempre estimulante e como venho me dedicando bastante ao tema, ultimamente, vou abrir aqui mais uma seção para que os aficionados possam ir direto ao assunto, sempre que quiserem conhecer essa tradição tão nordestina, que recebemos de heranças ibéricas e vimos mantendo por anos a fio. O mote proposto pelo Hélio foi: Duas semanas de amor, dez anos de sofrimento".
HÉLIO CRISANTO:
Quem viu a felicidade
Estampada no meu rosto
Não pôde ver o desgosto
Que hoje em dia me invade
Um rosário de saudade
Eu rezo a todo momento
Não tem amor, nem alento
Que me supere essa dor
Duas semanas de amor
Dez anos de sofrimento
FRED MONTEIRO:
O amor é doce fruta
que dá prazer mas vicia
faz você saber um dia
que enfrentará a luta
vigie a sua conduta
estude bem seu momento
não despeje sentimento
numa paixão sem valor
duas semanas de amor
dez anos de sofrimento
Ótimo, Fred! Passarei sempre por aqui, a fim de conferir essas belezas. Parabéns!
ResponderExcluirOlá, Fred!
ResponderExcluirAcho que a ilustração acima é de um artista plástico pernambucano chamado Derlon Almeida. Ele é um dos grandes artistas do grafite (spray) brasileiro.
Grande abraço!
Meca Moreno
Gostei do desenvolvimento do mote, mas não dele. Duas semanas de amor e dez anos de sofrimento?! Em que mundo vivem vocês, mesmo sendo o mundo paralelo dos poetas? Com duas semanas nem chega a desenvolver-se o amor; pode ser, no máximo, uma emoção passageira, uma paixonite que não deixa rastro, nem mágoa. Dez anos de sofrimento seria dose para mamute.Quem mereceria esse estrago? Quem chutou o balde? Nunquinhas, meu amigo.
ResponderExcluirabraço
maria-maria
Obrigado amigos, pela visita e pelos comentários. Meca, eu gosto demais desses grafites desse artista. Aliás, um dia desses fotografava vários deles no muro da Estação Central do MEtrô (ex-RFN, na Floriano Peixoto) e perguntei a vários comerciantes do local se sabiam quem era o grafiteiro. Não obtive resposta alguma. Agora, com sua informação, vou creditar a imagem ao Derlon, de imediato. Muito obrigado e um abraço fraterno.
ResponderExcluirMuito legal, seja bem-vinda esta seção.
ResponderExcluirAbração
Olá Fred,
ResponderExcluirComo você, adoro desenvolver um mote.
Também participei desta rodada. Segue minha interação.
*
Chegou feito tempestade
O vendaval da paixão
Grudou no meu coração
Trazendo felicidade,
Mas hoje a realidade
Só me traz abatimento
É grande meu desalento
Não consigo me compor
DUAS SEMANAS DE AMOR
DEZ ANOS DE SOFRIMENTO
UM AMOR TÃO PASSAGEIRO
ResponderExcluirFEITO CHUVA DE VERÃO
ME DEU UM GOLPE RASTEIRO
QUASE ME DEIXOU NO CHÃO
HOJE ESTOU MAIS ATENTO
ÀS COISAS DO CORAÇÃO
ATÉ PENSO EM CASAMENTO
PRA TENTAR ME RECOMPOR
DUAS SEMANAS DE AMOR
DEZ ANOS DE SOFRIMENTO.
Muito bom, Anônimo da 8:35.. Vamos desenvolver esse mote do Hélio !
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ResponderExcluirCaro Fred, aprovadissima essa nova seção do site Sete Instrumentos.
Eu tambem participei com a minha despretensiosa glosa:
Esse amante tao verdadeiro
Ao chegar se iluminava inteiro
A porta batia e eu delirava
Nos lençóis a gente se esbaldava
O amor se fazia, ai, logo acabava
A madrugada o levava, que tormento
Noite seguinte, tudo recomeçava
E os amantes queimavam em ardor
DUAS SEMANAS DE AMOR
DEZ ANOS DE SOFRIMENTO
Abraco fraterno
Ligia.
Lígia e Dalinha: obrigado pelos comentários poéticos. Caro MaJor, Zulma e Maria-Maria: Vcs sempre generosos nas opiniões e na participação. Abraços!
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