sexta-feira, 28 de setembro de 2012

RECIFE DOS MIL CARNAVAIS



Há inúmeros carnavais no Carnaval do Recife.

Se você gosta de frevo, as opções são muitas: frevo de bloco, nas dezenas de blocos carnavalescos com suas fantasias caprichadas e caprichosas, seus corais femininos entoando poesia musicada, vinda direto da fonte mais pura dos nossos compositores.

A emoção à flor da pele, saindo do coração direto para a garganta muitas vezes rouca de tanto cantar. 
Já nas centenas de troças e orquestras de rua, o caminho da emoção é diverso. 

Do coração para os pés e pernas frenéticos, de tanto executar malabarismos coreográficos, movidos ao som dos instrumentos de metal e percussão, num ritmo diabolicamente gostoso de ouvir e de pular, de todas as maneiras possíveis, uma dança única e uma música contagiante.

Há os que prefiram a cadência do bumba-meu-boi, com seus taróis e bombos marcando a dança do boi e dos vaqueiros, das catirinas e dos mateus eternizando o mito e atravessando gerações ao contar a lenda da ressurreição do boi. E até aqui o Recife oferece opção aos brincantes. 

Se você prefere forró às loas ou batuques tradicionais, nada melhor que brincar no Boi da Macuca, que lhe transporta do Carnaval ao São João num arrastar de chinela, num tilintar de triângulo, num roncar de fole ou na melodia dos pifes de taboca.

Dos pifes de taboca ás flautas de metal dos caboclinhos, é um pulo..
Não, um pulo não.. É uma dança cadenciada, de passos firmes e graciosos, marcados pelas marchas e perrés, em meio à evolução de corpos suados misturados às penas multicoloridas, com um fundo musical inédito de flautas, caixas, bombos e arcos e flexas de madeira, as preacas.

Enfim, esse é o nosso tesouro cultural que se perpetua a cada Carnaval nos muitos carnavais do Recife. Vamos curti-los, amá-los e preservá-los, sempre...

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O PALHAÇO DOIS EM UM


O Recife agora tem
Um palhaço "DOIS EM UM"
e você já o conhece
não tem mistério nenhum
vou lhe explicar agora
é uma história comum

dia 31 de Maio
nasceu meu netinho THEO
um menino muito esperto
que faz avô ir pro céu
e que tanto ri comigo
é engraçado pra dedéu !

Quando chego perto dele
desata logo a risada
e eu também já começo
a lhe fazer palhaçada
o THEO ri de soluçar
com essa minha empreitada

Pois agora eu descobri
que a vocação já se mede
pela força do meu nome
que o destino concede
como eu raspo minha cabeça
virei CAREQUINHA e FRED !

sábado, 22 de setembro de 2012

A SOPA DE RIO DOCE (REPOST)


Não era uma sopa qualquer, de legumes ou canja de galinha. Nada disso. Falo de outra "sopa".. um ônibus antigo que fazia a linha Recife - Rio Doce e cuja última viagem, no finalzinho da tarde, por volta das cinco horas, deu margem a esse apelido original.
Chegando no destino ao escurecer, na hora da ceia noturna, isto é, da sopa, era natural que o povo, na sua criatividade, assim a nomeasse.
Nesse pequeno ônibus a gente ia para a praia, nas férias de verão.
Sempre tinha algum tio que alugava casa para a temporada, ou mesmo para um mês (janeiro ou fevereiro) e a gente era convidado pra passar uma ou duas semanas por lá.
As casas de veraneio naquele tempo eram pouco mais do que cabanas de pescador e nisso estava a beleza delas: na sua simplicidade.
De madeira ou de taipa, com cobertura quase sempre de palha de coqueiro, às vezes de telhas sem forro, não tinham água encanada e a gente tinha que bombear água de poço, que ficava invariavelmente nos fundos ou no oitão da casa.

O quintal e a varanda?.. de areia da praia mesmo. Era muito gostoso botar, à noitinha, uma cadeira na frente da casa e ficar com os pés enterrados na areia olhando a lua nascer e ouvindo o marulho das pequenas ondas de uma maré baixa nos acalentando para mais uma noite de sono reparador.
De manhã, a gente ganhava o mundo e passava boa parte do dia dentro d'água, ora pescando, ora mergulhando nas piscinas formadas nos arrecifes para olhar os peixes coloridos e ariscos, como saberés, mariquitas e budiões, cuidando sempre de não pisar nos ouriços que enchiam trechos das "pedras", junto aos escorregadios "beiços de boi", corais lisos e traiçoeiros.
As "pedras", como chamávamos os arrecifes de coral, eram o nosso mundo e de tanto andar sobre elas, quase nunca nos acidentávamos.
Saíamos procurando um bom pesqueiro, ora num pequeno poço, ora numa piscina maior e quase nunca voltávamos pra casa de mãos vazias.. ao menos uns siris e mariscos carregávamos de volta nessas pescarias infantis.

De tarde a ocupação era outra: “pelada”, voleibol ou "pega". Perto das seis da tarde, ainda arranjávamos tempo pra ir comprar o pão do jantar e algum outro complemento, como uma bolacha d'água redonda chamada "bolacha praieira". A da Padaria de Rio Doce era excepcionalmente gostosa.
Depois de uma canja ou um peixe frito, um "bate-papo" na frente de casa onde muitas histórias de assombração faziam tremer os menores, até que o sono chegava e todo mundo se recolhia.

E assim se passavam nossas férias de verão, naquele tempo em que o relógio era mais preguiçoso, os dias eram mais claros, a lua mais prateada e a areia da praia mais fina e branca.

Deixo, ainda, para vocês essas estrofes inspiradas nas paisagens de Rio Doce e Olinda da minha infância.

PEIXE NA PRAIA


Eu que sempre morei no litoral
e conheço o sertão só de passagem
não queria dizer muita bobagem
pois então vou louvar a capital
que tem praia bonita e original
e um mar que é cheio de magia
águas verdes e claras como o dia
onde nadam peixinhos tropicais
que na graça e na cor são maiorais
representam da vida a harmonia

***********
mariquita, olhão, tem mais arraia
budião, xira, gato e agulhinha
tem o galo, também tem a tainha
tem cioba e sargento lá na praia
quando a noite já vem e o sol desmaia
pescador pega logo o seu puçá
e na beira do mar vai fachear
pra pegar a saúna e o camarão
samburá fica cheio de montão
ele vai pra pescar o seu jantar

*************

de manhã bem cedinho sai de novo
a maré já baixou e ele insiste
na jangada com sua vela em riste
pra pescar a lagosta usa seu côvo
pois além do guajá, cutuca o polvo
que se esconde na loca do arenito
no ganchinho de ferro é expedito
e com sorte inda fisga uma moréia
vai feliz prosseguir nesta odisséia
e assim garantir seu peixe frito

terça-feira, 18 de setembro de 2012

DE POESIA E REALIDADE - UMA GOTA DE ORVALHO

Serra da Capivara, Piauí - foto do autor
Enquanto as águas do Rio São Francisco servirem só de pretexto para os falsos profetas iludirem até mesmo os intelectuais "engajados" e crentes nos seus falsos milagres; enquanto efetivamente elas não chegam para aplacar a sede do nordestino; enquanto os velhos e novos "imperadores" não cumprirem suas promessas ilusórias e mentirosas, digo e repito: resta-nos a Poesia para matar a nossa sede, resta-nos o Orvalho (sim, esse abominável orvalho que os cientistas dizem fazer mal à lavoura) para ser objeto da nossa admiração ! Porque, através da pequena lente da sua lágrima - pois a gota de orvalho tão pequenina é, para o poeta,  a lágrima da chuva que não caiu - o sol inclemente é transmutado numa Alquimia mágica, em diamante valioso  que, por fração de segundo, dessedenta uma minúscula formiga e ao mesmo tempo enche de esperança o coração de um sertanejo sofrido.

Escravo da Poesia
carrego a sua bandeira
feito a água na biqueira
nos lava na invernia
levando a melancolia
porque no quente verão
que penaliza o rincão
o orvalho é jóia rara
aplicada na tiara
de um sofrido coração

Mas, se cai chuva no chão
é demais a diferença
e aumenta minha crença
de fartura no Sertão
Pois dá-se a transmutação
do cinza que angustia
no verde que alumia
os olhos do sertanejo
realiza-se o desejo
e a vida é só alegria !




sábado, 15 de setembro de 2012

PERNAMBUCO FALANDO PARA O MUNDO

(Sobre uma dúvida que não deveria ter existido.)

Transmissores da Rádio Jornal, em Casa Forte, 1949

Mantenho uma coluna no Jornal da Besta Fubana, um dos melhores espaços culturais da internet brasileira, que cresce a cada dia, em virtude da liderança do seu mantenedor, o Jornalista e Escritor palmarense Luiz Berto.  Chama-se "Mascate das Lembranças" e lá publico matérias do meu Blog "Sete Instrumentos".

Sala do do prédio dos transmissores, com o famoso "slogan"
Costumo também fazer comentários nas postagens do JBF. Ontem, tendo comentado uma excelente postagem da poetisa cearense Dalinha Catunda, na sua coluna "Eu Acho é Pouco", do mesmo jornal virtual, fui surpeendido com um comentário de um (ou uma.. a gente nunca sabe o que está atrás de codinomes) tal Passiflora que afirmava, entre outras coisas que não tinham muito a ver com o poema ilustrado com uma foto, da Dalinha Catunda, que o slogan "Pernambuco Falando para o Mundo" era criação da Rádio Tamandaré.


Retruquei de pronto, porque tendo conhecido de perto a nossa mais querida emissora, a Rádio Jornal do Commércio (nos anos 60 meu conjunto "Os Tártaros" apresentou-se com frequência no seu magnífico Auditório, no prédio da Rua do Imperador.)

Palco/auditório da RJC, na Rua do Imperador, Recife, 1949














Aos que quiserem mais detalhes da história da Rádio Jornal (como era popularmente conhecida) 
recomendo uma visita à Wikipedia (link abaixo).
(http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A1dio_Jornal#E_Pernambuco_fala_para_o_Mundo... ) 
ou -ainda melhor, ao site da Rádio Jornal, em especial, aqui: 
http://www2.uol.com.br/JC/radio/memoria.htm .

As fotos publicadas no site da RJC foram extraídas de um livreto comemorativo à fundação da emissora. Tenho um exemplar dele, que me foi oferecido pelo amigo cantor do "cast" daquela Rádio e da TV Jornal do Commércio, Canal 2, o Joaquim Gonçalves.  Aliás, àquela época, o meu grupo musical atuava tanto na TV, como na Rádio.

Caminhão de externas da RJC, um luxo único no Brasil da  época
A força deste slogan deve-se à minuciosa (e milionária) montagem da emissora pelo seu proprietário, F. Pessoa de Queiroz, que importou o que havia de mais moderno da Inglaterra, para montá-la, ao nível de uma emissora internacional, mesmo.  Transcorriam os anos 40/50, quando o rádio teve a sua chamada Era de Ouro, em todo o mundo, e a televisão ensaiava ainda seus primeiros passos.

Quem fez a supervisão/manutenção da emissora foi a Dra Janet Swaton que,com seu sotaque britânico falou pela primeira vez "Pernambuco speaking to the world', enquanto apresentava o programa 'Brazil Calling', para um público a milhas de distância." (do site do RJC.)

Aliás, o requinte da Rádio Jornal era surpreendente, tanto nos seus transmissores, no meu querido bairro de Casa Forte, quanto na sede da Rua do Imperador, onde havia até mesmo um Salão na cobertura, onde tocamos várias vezes também  -a Boate Rosa Amarela- frequentada por artistas que se apresentavam na TV Jornal, os mais famosos do Brasil e também de outros países do mundo.

O salão (depois Boate Rosa Amarela) no prédio do RJC
Ainda do site da Rádio Jornal, transcrevo, para ilustrar o nível da sua programação:

"Orquestras de todo o Brasil passaram a disputar espaço para apresentação na emissora. Um convidado ilustre, o maestro Villa-Lobos, mostrou o seu trabalho seguido da orquestra Tommy Dorsey, que executava peças de fox-trote e blues."

Outra lembrança muito querida que eu tenho dessa época em que atuei na Rádio e na TV Jornal, foi ter tocado num espetacular Órgão Hammond que foi trazido para a inauguração da TV e era quase que de uso exclusivo do famoso Sivuca. Quem é do ramo, sabe o valor sonoro desse instrumento.

Por outro lado, e quanto à Rádio Tamandaré, que foi a terceira emissora fundada no Estado, 3 anos depois, em 1951, seu slogan era "Música somente música" depois mudado para  "Tamandaré: maximúsica."

Hoje é uma emissora evangélica, sediada em Olinda,  e tem por slogan: "Rádio Tamandaré: 100% Jesus", com pastores se revezando em pregações evangélicas e música também evangélica (ou gospel, como queiram).
Floriza Rossi, Nelson e Joaquim Gonçalves,
no Programa "Você Faz o Show"
comandado por Fernando Castelão.
O ídolo, Nelson Gonçalves, acompanha o seu  fã 
e seguidor Joaquim Gonçalves, excelente cantor 
pernambucano de Bom Jardim
As fotos aqui apresentadas foram escaneadas do livreto acima falado. Inclui ainda uma foto de uma das muitas apresentações do Joaquim Gonçalves, na TV Canal 2, com o cantor Nelson Gonçalves, pasmem, lhe acompanhando ao violão.

Acho que fica esclarecida aqui a dúvida (que não deveria ter existido, caso o autor/autora do comentário houvesse pesquisado um pouco mais sobre esse famoso slogan.)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

GUERREIROS DO PASSO - UMA APOTEOSE DO FREVO


Quem acompanhou até aqui a série de postagens sobre o aniversário de 7 anos dos "Guerreiros do Passo" não perdeu por esperar.

É que hoje, encerrando esta homenagem, trago para vocês um espetáculo de grande significado para todos nós brasileiros e pernambucanos que valorizamos a nossa cultura  tão rica e diversa.

Contar história através de livros, de filmes, de fotografia até que pode parecer fácil, com toda a tecnologia da comunicação desenvolvida até os nossos dias.

Mas fazer isso utilizando a linguagem corporal, a dança, a vestimenta, o sentimento de viver a história que se conta, é  bem diferente.  E além de tudo cativante.  Para quem atua e para quem interage assistindo e aplaudindo.

É isso que os Guerreiros fazem, e muito bem.  Vendo essa apresentação, lembramo-nos de cada palavra, de cada fato apresentado numa das mais importantes obras sobre o frevo: "Frevo, Capoeira e Passo", do Mestre Valdemar de Oliveira.

E nos encantamos com a evolução conjunta da música e da dança (o frevo e o passo); e nos deslumbramos com o descobrir disso tudo.  De como, desde o final do século 19, início do século 20, os brabos e capoeiras recém-libertos se enfrentavam em lutas sangrentas à frente das bandas miitares, disfarçando suas pelejas renhidas e mortais em "combates" de movimentos cada vez mais complexos.

Tudo isso, veio a se tornar numa verdadeira enciclopédia coreográfica: o "passo" que, sempre aliado à música oriunda da transformação dos compassos binários das marchas militares, amalgamados com outros ritmos das mais diversas origens fez nascer esse nosso patrimônio único chamado "frevo".

Quem viveu intensamnte a organização sistemática de tudo isso, passando aos seus alunos os segredos dessa rica coreografia foi o amazonense "Nascimento do Passo", o mais apaixonado e carismático Mestre que entreviu desde que aqui chegou a beleza plástica da dança aliada à intensidade rítmica da música do frevo.

E surgiu assim um real e valoroso "Método de aprendizado" que ele transmitiu e que vem sendo repassado com toda proficiência pelos nossos Guerreiros.  Eles nos trazem a certeza de que o frevo e o passo terão vida longa. Com a determinação transmitida pelo Mestre Nascimento, levarão pela frente (e os seus seguidores também) a bandeira da nossa dança mais expressiva.




quarta-feira, 12 de setembro de 2012

BODAS DE DIAMANTE - FREDERICO E MARIA, 70 ANOS DE AMOR


Primos, eles começaram a namorar muito novos.  Mas, a vida de Frederico e Maria era somente Amor.  Desde cedo.  Minha mãe tinha apenas 14 para 15 anos quando começou a gostar do primo Frederico.  Quando completou os 18, ele com 25, casaram.  E daí por diante, o Amor somente aumentou.  Rendeu muitos dividendos: 13 filhos, 24 netos e 20 bisnetos.  E hoje, 12 de setembro, completariam 70 anos de um casamento perfeito.  Jamais presenciamos qualquer rusga entre eles. Um casamento mais-que-perfeito. Dois Anjos para quem a única razão de ser era o Lar, mais seus filhos, netos e bisnetos.  Pensei muito antes de postar esta mensagem no Blog hoje. Afinal, o Blog é público e certas coisas podem não interessar a tanta gente que o frequenta., Mas, mesmo sendo já um  final de tarde, quando a saudade deles apertou mais uma vez, resolvi fazer o que devia ter feito desde o início da manhã.  Meus queridos pais: de onde vocês estiverem, abençoem esses filhos que lhe adoram!  Parabéns pelo seu dia.  Amor, Sempre !


Fiz esta canção para eles no aniversário de 60 anos de casados. Eles ainda a cantaram, juntinhos, durante mais 7 anos e alguns meses.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

GUERREIROS DO PASSO – 7 ANOS DE RESISTÊNCIA – PARTE 3

Os Guerreiros e amigos num momento de comemoração e alegria total (Cortesia "Guerreiros do Passo)

Aqui a terceira parte da nossa homenagem aos “Guerreiros do Passo”, com mais imagens da Aula comemorativa ao sétimo aniversário do Grupo.

E, ainda, depoimentos de um dos alunos/passistas, o Otávio Bastos, como também do Professor e passista Ricardo Napoleão.

Na próxima quinta-feira, dia 13 de setembro, encerraremos esta série de homenagens a este importante Movimento Cultural, trazendo em vídeo a encenação da história do frevo, como foi anunciada no primeiro vídeo, pelo Coordenador dos “Guerreiros do Passo”, o caro amigo Eduardo Araújo.

Todo o aplauso e todo o apoio a esses ilustres defensores da nossa cultura !


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

GUERREIROS DO PASSO – FREVO É PARA O ANO TODO

Lucélia incorporando sua personagem de sucesso,
a "doméstica passista" (foto: cortesia Guerreiros do Passo)
Nesta segunda parte da série em homenagem aos sete anos de fundação desse grupo cultural maravilhoso que é “Guerreiros do Passo”, trazemos mais imagens da Aula-Espetáculo realizada no dia 1° de setembro, aniversário dos Guerreiros.

Lucélia Albuquerque, uma das fundadoras do Movimento, Professora e exímia passista, fala-nos sobre essa luta que é hoje de todo o povo, em especial do povo que participa, “fazendo o passo” para manter o alto astral do Carnaval recifense, apesar de todo o lixo musical que é apresentado anualmente nos palcos oficiais, em nome de um falso “multiculturalismo” que nada tem a ver com a beleza das nossas mais puras tradições.

E aí que, em nome desse chamado “carnaval multicultural”, joga-se de maneira desavergonhada a cultura verdadeiramente pernambucana para os palcos minúsculos de arrabaldes distantes, enquanto o lugar de honra dos grandes palcos da festa fica reservado para roqueiros, bregueiros, Djs de toda ordem e outras aberrações que já têm o ano inteiro para devorar verbas gigantescas das burras do governo, em nome de atendimento aos turistas que aqui vêm procurar, justamente, o contrário dessa submúsica despejada diariamente pelas emissoras de rádio e TV, regiamente pagas com “jabás” dos poderosos produtores do consumo fácil (e burro...)

Lucélia já tornou famosa a sua personagem da “doméstica passista”, que se esbalda no frevo, com um pano nos cabelos e uma carteira nas mãos, no meio da “onda” violenta dos passistas, lá pelos anos 40 ou 50.

Essa é a luta em que os “Guerreiros” se empenham. Essa é a luta em que todos nós, pernambucanos ou não, devemos nos empenhar. Preservar cultura é ato de inteligência. É ato de “poupança histórica” que renderá frutos muito mais saborosos, porque têm a cor e o sabor da nossa gente, e o saber dos nossos antepassados! 

Ouçam o que a Lucélia tem a dizer sobre isso tudo, curtam os frequentadores e alunos dos “Guerreiros” na preparação para a próxima batalha carnavalesca e principalmente no aperfeiçoamento da dança que tanto nos orgulha.




domingo, 2 de setembro de 2012

GUERREIROS DO PASSO - 7 ANOS DE RESISTÊNCIA


Uma tarde de alegria, confraternização e muito frevo. Foi o que tivemos ontem, 1° de Setembro, no aniversário de sete anos dos "Guerreiros do Passo" um grupo de abnegados defensores da autêntica cultura pernambucana, em especial do Frevo e do Passo.

Professores da nossa mais representativa dança, todos ex-alunos do Mestre Nascimento do Passo, os Guerreiros são hoje um símbolo da resistência cultural que indiscutivelmente representam com toda eficiência e conhecimento de causa, a mais nobre fatia cultural de pernambuco, o nosso patrimônio imaterial, consagrado oficialmente em inúmeros atos documentais e legais e sobejamente conhecido no mundo inteiro.

Estive presente na arena dos Guerreiros, esse verdadeiro “Coliseu” do frevo em que se transformou a Praça do Hipódromo, naquele simpático e bucólico bairro recifense, lugar de morada do nosso grande poeta Ascenço Ferreira, e trouxe de lá imagens e depoimentos que, a partir de hoje, passo a divulgar aqui no nosso Blog e na minha coluna “Mascate das Lembranças”, no Jornal da Besta Fubana  (http://www.luizberto.com/coluna/mascate-das-lembrancas-fred-monteiro )

O passo, como ensinado pelo Mestre Nascimento, tornou-se para os pernambucanos uma modalidade aeróbica de valor extraordinário, porque além de mera dança, é um conjunto inteiro de exercícios de alongamento, flexibilidade, força e resistência muscular.

Quem acompanha os clubes de frevo e troças pelas ladeiras de Olinda, ou pelas ruas e vielas do Recife Antigo, sabe muito bem do que estou falando.

Ensinado por Mestres que tiveram como Mestre o maior deles, Nascimento do Passo, que já divulgava o seu método de aprendizado como a “Aeróbica do Frevo”, resulta num caminho seguro para a saúde física (e mental, consequentemente) plenamente atingível por pessoas de qualquer idade. Sim, pois como vocês verão pelas imagens, gente dos 7 aos 70 está representada naquela Aula-Espetáculo patrocinada todos os sábados, gratuitamente, pelos “Guerreiros do Passo”, na Praça, que é do Povo, pelo Povo e para o Povo !

Vamos frevar, porque o Carnaval vem aí e daqui pra lá ainda dá tempo de evoluir de um “pulador de frevo” para um passista competente e consciente, bem orientado pelos Mestres Guerreiros. Minha vaga já está garantida e a partir de setembro pretendo fazer esse caminho evolutivo e completar minha paixão pelo Frevo e pelo Passo!