terça-feira, 29 de março de 2011
sábado, 26 de março de 2011
DIAMANTINA, A MAIS BELA DAS CHAPADAS
Canion do Buracão |
Pousada de pedra, em Igatu |
Naquele ano, de passagem para Brasília e Minas, acampamos em Lençóis e conhecemos os principais pontos abertos à visitação: o Serrano, o Salão das Areias, Cachoeirinha, tudo pertinho da cidade e de fácil acesso. Afinal, meu filho caçula tinha apenas 8 anos e ainda não tinha condições de enfrentar uma trilha. Dois anos depois, em 1990, ficamos por mais tempo.
Deu para conhecer outros lugares fantásticos como a Cachoeira do Sossego, a Gruta da Pratinha, a Lapa Doce, subir o Morro do Pai Inácio (naquele tempo quase uma escalada). Mas, em 2008, agora sem as “crianças”, casadas e independentes, voltamos para conhecer todo o Parque. Começamos por Mucugê, e subimos por Ibicoara, Andaraí, Igatu, Palmeiras, Nova Redenção, Iraquara até chegarmos novamente a Lençóis, hoje um dos maiores e mais bem estruturados polos de ecoturismo do Brasil.
Apesar de outras Chapadas brasileiras (dos Veadeiros, dos Guimarães, da Borborema), terem atrações de beleza sem par, a Diamantina é para mim a rainha delas. Suas cachoeiras são ainda selvagens, grutas e cavernas bem preservadas, trilhas espetaculares, enfim, há muita coisa por explorar na Região. Até mesmo um sítio arqueológico muito importante, como a Serra das Paridas, descoberto por acaso, após um incêndio que devastou uma grande área de vegetação nativa, fazendo surgir paredões de arenito recobertos por milhares de inscrições rupestres de grande interesse histórico e arqueológico.
Vista de cima do Morro do Pai Inácio |
Voltarei outras vezes por aqui para mostrar mais vídeos e fotos da Chapada. É inesquecível !
Vegetação da Chapada |
Rio Paraguassu, Toca do Morcego |
Por de sol, na Serra das Paridas |
sexta-feira, 25 de março de 2011
CINTURA FINA NA ILHA DE PÁSCOA?
Quando estive no Chile, em 1997, tive a oportunidade de jantar no Bali-Hai, único restaurante polinésio das Américas (pelo menos naquela época, é o que se dizia.. hoje não sei se há outros..) Assitimos,então, a um belo show de um grupo folclórico de Santiago, que nos apresentou ao rico folclore chileno, desde as "diabladas" do deserto de Atacama, às "cuecas" e outras danças da região central do país. Para o final do show, estava reservada a grande atração: o grupo Tahiti Muroroa, trazendo as danças tradicionais da Ilha de Páscoa, possessão chilena isolada no imenso Pacífico Sul e que a todos fascina, pela misteriosa civilização dos chamados "homens-pássaros", com uma singular escrita e milenares tradições. Eu filmava e fotografava tudo (mas, chamo a atenção de que este trecho de vídeo faz parte de uma fita que estava à venda no local) e no decorrer do show, minha câmera travou. Provavelmente pelo frio excessivo a que foi exposta pela manhã, quando eu visitava as estações de esqui de Farellones, Eldorado e Valle Nevado, no alto dos Andes, a mais de 3 mil metros de altitude e na época do inverno. E de repente, ouço uma música mais que familiar.. ou por outra, um trecho dela. Levei um tremendo susto e passei o resto da noite a me perguntar: o que diabos Luiz Gonzaga tem a ver com isso?.. Aí chegou a vez de vocês me perguntarem: - Luiz Gonzaga?... Pois é.. ouçam o vídeo e me digam se os tahitianos e pascoenses aí não estão cantando e dançando "Cintura Fina" (vem cá cintura fina, cintura de pilão, vem cá minha menina, vem cá meu coração...) sucesso de Lua nos anos 50 ! Em 2000, 2001 eu mantive numa Rádio FM do Recife, dois programas chamados "Pernambuco Musical" e "Pop 60", que tiveram uma boa audiência. Trouxe esse assunto a público e despertei uma polêmica bem interessante entre o pessoal ligado ao forró... Realmente, fica até hoje a pergunta: isso aí foi mera coincidência ou o Rei do Baião e seu parceiro Zé Dantas andaram ouvindo melodias de soldados e marinheiros vindos dos Mares do Sul e de passagem pelo Rio de Janeiro, onde estavam nessa época?..Quem sabe?
segunda-feira, 21 de março de 2011
UM POUCO MAIS DO MESTRE SOUSA
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John Philip Sousa |
A admiração e o respeito que tenho pela obra de John Philip Sousa é intrigante. Sempre que estou sem energia, chateado com alguma coisa, costumo ouvir música. E não tem coisa mais revigorante do que uma marcha de Sousa. Engraçado... Tem gente que sente o mesmo com pagode, rumba, mambo ou axé (que significa energia em idioma nagô/baiano/bantu/ou sei lá qual mais). Mas experimentem a caminho do trabalho, andando, ou parado dentro de um congestionamento tipo "paulistano na hora do rush", botar no som do carro ou no mp3 player, uma das dezenas marchas de Sousa que ouvimos vida afora, sem ao menos sabermos que eram da sua autoria. Tiro e queda. O ponteiro da energia vai aos 100%.. se o reservatório estiver pertinho do zero, chega no mínimo a uns 90.. podem tentar..dá certo mesmo. Eu tentei um dia fazer uma homenagem a esse Mestre e não sei se consegui.. .mostro pra vocês aqui. Chama-se "Sousa, o Rei da Marcha". O arranjo é do maestro Duda. Tive a honra de ter sido esse dobrado escolhido como fundo musical no programa "Evocação-Bandas de Música", que o Hugo Martins apresenta na Rádio Universitária aos domingos a partir das 7 da manhã.
domingo, 20 de março de 2011
CURITIBA, ONDE A MÚSICA E A BELEZA FIZERAM MORADA
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Jean Marie et sa limonaire |
Deu uma saudade repentina de Curitiba, agorinha mesmo. Mas, assim, de repente?.. Pois é..músico não tem hora pra ter saudade. Em Curitiba, ouvir música e admirar a beleza são coisas como a ar que se respira. Certa tarde, passeando pela tranquilidade da Rua das Flores, deparei-me com um cantor francês que se encontrava em tournée por Curitiba. Parei para ouvi-lo cantar aquelas cançonetas francesas que apaixonam qualquer ser vivente e só saí de lá quando ele terminou o show. Não sem antes comprar o seu CD, gravado ao vivo com essas pérolas, uma das quais divido com vocês. Jean Marie,é o nome do cantor. Nome bem comum para um cara incomum, que encarna da melhor maneira o espírito de um francês: sua simplicidade, gentileza e sensibilidade musical rimavam a cada nota com a sua antiga (eu diria até histórica) "limonaire", uma pequena harmônica de manivela, bem antiga, com um som inesquecível, que nos faz sentir em Paris, num Café com mesinhas e cadeiras espalhadas pela calçada de algum Boulevard sombreado por árvores seculares.. Em resumo: uma tarde de prazer puro, de enlevo poético e musical. Aliás, acho que esse será o primeiro de outros posts que pretendo trazer aqui sobre Curitiba, um dos lugares mais maravilhosos que conheci pelo imenso Brasil, cidade em que moraria para sempre, com muita alegria !
Rua das Flores |
sábado, 19 de março de 2011
quarta-feira, 16 de março de 2011
sábado, 12 de março de 2011
E POR FALAR EM CINZAS
ETERNO CARNAVAL

Eis aqui o poema original:
Meio cinzenta vem chegando a quarta-feira
Sua tristeza apertando os corações
Anunciando que acabou-se a brincadeira
e a vida nem sempre é formada de ilusões
Mas, resistimos agarrados nas lembranças
Feito crianças recusamos despertar
E um belo sonho de amor, tão colorido
pelas ruas do Recife insistimos em sonhar
Virá um dia de alegria sem igual
e um grande sol dourando as pontes da cidade
Vai nos dizer que eternamente é Carnaval
e o nosso bloco não precisa ser saudade..
quarta-feira, 9 de março de 2011
NO CHÃO OU NO TELÃO ?
Carnaval é festa do povo, certo? Sei não.. pelo andar da carruagem, aqui no Recife isso em breve será apenas uma frase no inconsciente coletivo dos recifenses. Ser festa popular não basta? Levar o povo às ruas da maneira mais pura e simples não basta ? Deixar o povo se organizar livremente e organizar seus folguedos pobres, baratos, mas que atraem turistas do mundo todo (e sempre atraíram) não basta? Não.. não para os políticos que lidam com vultosas verbas, dizem que a deste ano beirou os 34 milhões de reais se não estou enganado.. Deve até ter passado disso, pois há caminhos e descaminhos nas estradas financeiras do dinheiro público do Brasil. No entanto, toda essa dinheirama na certa não foi destinada às pequenas ”troças”, aos “bois de carnaval”, às “la ursas”, aos blocos que se vestem, como no passado, com o esforço e o suor dos seus participantes..
domingo, 6 de março de 2011
CARNAVAL DE PERNAMBUCO É ASSIM
Carnaval, carnaval..de tantas lembranças, de tanta alegria que mal cabe numa vida só.
Desde criança vejo no carnaval a forma mais pura de manifestação desse estado de alegria que deveria permear a vida de todos. Essa maneira quase infantil de ver o mundo, quando a gente pouco se interessa por horários (a não ser o da saída da troça, do bloco, da laursa preferida), nem por comida (a não ser quando o estômago quase colado nas costelas implora por um "sanduba", um "churrasco de gato" feito numa grelha de marrom indeterminado, ou ainda um "cachorro quente" de porta de clube, daqueles em que o recheio pode conter papelão ensopado em colorau, com uns pedaços de tomate verde e cebola ardida)...
Depois? não tem depois.. tem saudade..
Saudade por mais 360 dias (se a gente computar somente os cinco dias 'oficiais' de folia, do sábado de zé-pereira à quarta de cinzas).. Sim, porque tem gente que gostaria também aqui de reverter a conta: 360 dias de carnaval pra 5 de trabalho.. Mas aí também já é demais, também, como dizem os "feras" !
E vamos pra rua que ninguém é de ferro. No áudio aí em cima, um frevo de rua de minha autoria chamado "SEU BITA MAIS ELISA", em homenagem ao Mestre Beethoven e sua musa Elise: eu os imaginei nas ladeiras de Olinda, atrás de uma "mutreta" daquelas em que a tuba ronca e o trombone desafina, mas que o surdo e a caixa, a 160 batimentos por minuto, rasgam o frevo mais gostoso que Deus já botou no mundo ! É Pernambuco de verdade !!
quinta-feira, 3 de março de 2011
O SERTÃO NO CARNAVAL
Tempo de carnaval, mas também tempo de banda de pífanos ?
Num certo carnaval – acho que foi em 2003 ou 2004 – encontrei, no Recife Antigo, uma bandinha de pífanos tocando frevo. Um frevinho buliçoso, animado, quase um forrozinho desse que a gente chama de arrasta-pé, ou rastapé. Pífano, zabumba, bombo, caixa e pratos.
Soube depois que eles eram, quase todos, de uma mesma família. Pai, irmão, filho, primo.
Coisas da tradição nordestina. Música, no Nordeste se faz muito em família (tenho exemplo vivo disso na minha ..) Pois bem.. Fiquei na roda formada por turistas de todos os recantos do Brasil escutando aquela beleza de som. Mas não me contive e pedi ao “pifeiro” emprestado um triângulo que estava sobrando por alí, em cima de um chapéu de palha, aos seus pés. Toquei com a bandinha por cerca de uns 15 minutos.. A roda de curiosos aumentava, a animação também.. Aí o líder comentou com os outros: “ Tá na hora de passar o chapéu...”
Mas notei que nenhum deles se animava a fazer isso.. Tomei a iniciativa e perguntei se podia “passar o chapéu”.. Ele, aliviado, consentiu.. Eu imediatamente botei umas duas notas de 5 e 2 reais, mais umas moedas que eu tinha no bolso, dentro do chapéu e comecei a estender o chapéu para a turistada da “roda”.. Hehehe.. Correu quase todo mundo.. Afora meus caraminguás, e mais uma ou duas cédulas e umas moedinhas, voltei pro “pifeiro” e entreguei a magra coleta. Mas o papo continuou e eu os convidei pra gravar no meu estúdio.. Quase morreram de susto com a idéia. O resultado foi um disco muito legal.. Chama-se Flor de Taquari, que é o nome dessa bandinha, do interior de Pernambuco (Lajedo). Aproveitei e inclui no disco um pequeno vídeo de uma performance deles no estúdio, tocando “Asa Branca”, o Hino do Nordeste como também um frevinho para banda de pífanos chamado “frevança na chuva”... Estão aí, pra vocês curtirem, a foto da capa do CD (fotografia que fiz num terreiro de fazenda em Taquaritinga-PE. Divirtam-se !
quarta-feira, 2 de março de 2011
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