terça-feira, 29 de março de 2011

DE PAI PRA FILHO




Falei  um pouco de cada filho aqui, em outros posts.  Sempre com a música a permear nossa conversa.  E vou continuar fazendo assim, porque a música sempre cimentou nossa relação de pais e filhos.  Claro, as viagens e acampamentos que fizemos durante toda uma vida, também.. as leituras também, a poesia também, acima de tudo o amor que temos uns pelos outros, também.  Por essas e outras, fiz para Fred, quando ele deixou o Brasil para ir viver nos Estados Unidos, um chorinho bem significativo para nós: “De pai pra filho”.  Essa música resume tudo quanto um pai tem a dizer num momento assim, em que a separação é inevitável.  Uma oferta de emprego irrecusável, na Microsoft, e lá se foi nosso Engenheiro de Software praticar sua profissão por lá.  Embaixo das mangueiras de Aldeia tocamos e nos divertimos muito..  
Esses registros ficaram indeléveis nas nossas memórias e o chorinho que eu fiz pra Fred só faz realçar as cores da lembrança.  Ele existe só por isso.  Gostamos de ouvi-lo e recordar, com a sua mensagem, todos os anos bons que temos vivido.  Graças à Internet, hoje é mais fácil, muito mais fácil, para aqueles que se amam, suportar a ausência física.  Falamo-nos todos os dias pelo telefone: ele no celular, deslocando-se pelas “highways” de lá até chegar ao seu posto de trabalho, na imensa sede da Microsoft, em Redmond, eu aqui, geralmente na hora do almoço ou pouco depois (são 5 fusos horários a nos separar).  Mas é como se estivéssemos –como sempre estivemos, naquele encontro sempre esperado pela família, à mesa do almoço, falando sobre as coisas do dia, contando piadas, e logo retomando cada um suas rotinas.  Um papo gostoso, que sempre existiu e sempre vai continuar existindo. Daqui pra lá e de lá pra cá..

Aqui, a letra do chorinho, cantado por mim, com o acompanhamento fantástico do "Arabiando", com Rafael no bandolim..

Descendo a Rua da Matriz, solfejo um choro de Jacob
"Doce de coco" é muito bom, "Simplicidade é bem melhor
Me lembra um tempo em que havia umas mangueiras no quintal
Eu tão feliz e não sabia, achava tudo natural

A vida passa sem saber que a gente chora no final
Se a saudade aperta o peito, não tem jeito, isso é fatal
Mas é tão bom saber que o meu chorinho vai continuar
parmanecendo na memória popular

Um bandolim trinando notas de um canoro sabiá
Um cavaquinho delirando, acordes soltos pelo ar
Um violão de sete cordas tão dolente a acompanhar
e um pandeiro ritmando, platinelas ao luar

E o meu chorinho vai tomando a forma de uma canção
que se esvai correndo as veias rumo ao teu coração
Alegre mas plangente, vai tingindo o amanhecer
com as cores rubras da minha emoção...

8 comentários:

  1. Você é o homem dos 7 instrumentos e mais, é o maratonista cibernético do frevo.
    Um abraço em Fred Gênio.
    Inaldo

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  2. Fred, muito bonita a sua declaração de amor pelo seu filho, lógico que todos pais adoram seus filhos mas se expressar poucos fazem. Parabéns.

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  3. Inaldo, o cara pinta o sete com os 7 instrumentos, em plena maratona, e o frevo cibernetiza em enormicíssimos blocos, em poéticas e esverdeadas cores da Vitória Régia, de pai para filho.
    Fred é muito mais que demais.
    Abraços em Inaldo e no Gênio.
    Samuel

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  4. meus amigos, meus irmãos, só tenho a agradecer o carinho dos seus comentários.. e vamos "chorando" pela vida afora, com todo sentimento que fôr possível !

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  5. Meu Deus ! Vc é "O CARA" !!!!
    Que chorinho lindo !
    Adorei a letra. O arranjo musical está também muito bom.
    Continuo insistindo, precisamos comprar o CD.
    PARABÉNS pra Vc e para os seu filho sortudo que ganhou essa música linda.

    abçs ;*))

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  6. Grande Fred! Confesso que fiquei emocionado com a dedicatória ao filho!
    Muito boa a composição e execução da música!

    Dou um abraço nele aqui por você!

    Abração,

    Angelo Ribeiro.

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  7. Que emocionante Tio, lindo demais! bj grande nos dois, Poly.

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