Quando estive no Chile, em 1997, tive a oportunidade de jantar no Bali-Hai, único restaurante polinésio das Américas (pelo menos naquela época, é o que se dizia.. hoje não sei se há outros..) Assitimos,então, a um belo show de um grupo folclórico de Santiago, que nos apresentou ao rico folclore chileno, desde as "diabladas" do deserto de Atacama, às "cuecas" e outras danças da região central do país. Para o final do show, estava reservada a grande atração: o grupo Tahiti Muroroa, trazendo as danças tradicionais da Ilha de Páscoa, possessão chilena isolada no imenso Pacífico Sul e que a todos fascina, pela misteriosa civilização dos chamados "homens-pássaros", com uma singular escrita e milenares tradições. Eu filmava e fotografava tudo (mas, chamo a atenção de que este trecho de vídeo faz parte de uma fita que estava à venda no local) e no decorrer do show, minha câmera travou. Provavelmente pelo frio excessivo a que foi exposta pela manhã, quando eu visitava as estações de esqui de Farellones, Eldorado e Valle Nevado, no alto dos Andes, a mais de 3 mil metros de altitude e na época do inverno. E de repente, ouço uma música mais que familiar.. ou por outra, um trecho dela. Levei um tremendo susto e passei o resto da noite a me perguntar: o que diabos Luiz Gonzaga tem a ver com isso?.. Aí chegou a vez de vocês me perguntarem: - Luiz Gonzaga?... Pois é.. ouçam o vídeo e me digam se os tahitianos e pascoenses aí não estão cantando e dançando "Cintura Fina" (vem cá cintura fina, cintura de pilão, vem cá minha menina, vem cá meu coração...) sucesso de Lua nos anos 50 ! Em 2000, 2001 eu mantive numa Rádio FM do Recife, dois programas chamados "Pernambuco Musical" e "Pop 60", que tiveram uma boa audiência. Trouxe esse assunto a público e despertei uma polêmica bem interessante entre o pessoal ligado ao forró... Realmente, fica até hoje a pergunta: isso aí foi mera coincidência ou o Rei do Baião e seu parceiro Zé Dantas andaram ouvindo melodias de soldados e marinheiros vindos dos Mares do Sul e de passagem pelo Rio de Janeiro, onde estavam nessa época?..Quem sabe?
Meu caro Fred, muito interessante esse vídeo.
ResponderExcluir"Cintura Fina" sucesso do velho Gonzagão só pode ter sido ouvida por esse grupo, que adaptou a música para o show.
Eles(o grupo do show) ter descoberto a música antes de Luiz Gonzaga é uma possibilidade que penso esteja fora de cogitação, até em face da idade dos integrantes.
abçs
;*))
Olá Fred!
ResponderExcluirEssa versão ficou muito curiosa e é com disse a Myrinha. Luiz Gonzaga chegou até eles. O baião fez sucesso pelo mundo! Com certeza foi uma adaptação. Aquilo é baião
Alô, minha gente ! Esse é que é o pon to central da polêmica.. Pesquisei sobre isso antes de levantar o assunto.. Acontece que essa é uma das músicas mais antigas do limitado cancioneiro da ilha..E ela não é conhecida só na ilha de Páscoa, mas pelo Pacífico Sul, em todos aqueles arquipélagos..Na verdade somente o refrão faz lembrar "Cintura Fina", todo o resto é completamente diferente, como vocês notaram.. Segundo sei, são músicas muito mais que centenárias por lá e se prestam aos festivais em que os ilhéus comemoram ritos de fertilidade, entre outros.. Como aquelas "hulas" que os americanos tornaram conhecidas nos idos da Segunda Guerra, essas músicas viajaram pelo mundo através das memórias de soldados, aventureiros e marinheiros. A idade dos dançarinos ou músicos pra mim é irrelevante Myrinha, porque tradição se passa pelas gerações, não é mesmo?.. Como agora acontece com o nosso baião, que já tem quase 100 anos de divulgação. Pronto ! está levcantada novamente a polêmica, hehehe.. vamos pesquisar até achar a resposta, hehehe
ResponderExcluirMEU AMIGO E CONTADOR DE "CAUSOS", FRED...
ResponderExcluirEstou me divertindo com essa polêmica! Está bem claro que o grupo de "nativos" que toca no vídeo, está mais para "Made in Paraguai", que “Made in Polinésia”, ou “Made in Páscoa”. Tem a cara da brancura dos ovos de páscoa Nestlé, sem os traços típicos dos verdadeiros polinésios. Os bailarinos e músicos fizeram um estágio na Argentina e doutorado no Caribe! Talvez tenham a cara de Miami (EUA) ou Cancun (México)!
Se não me engano, entre os instrumentos do grupo musical que toca “La Cintura Fina”, consta um “charango”, tipo exportação de “La Bolívia” (eita portunhol porreta! Danado de ruim! De lascar o cano!)... Vem cá menina linda... Seu Gonzaga tá matutando lá de cima!
Mas vamos lá: hoje virei um crítico internacional... (rsrs)
A bailarina (do vídeo) dança igual ao tcham! Pra lá e pra cá e nada de xote ou baião! É um bailão ou balão de ensaio... Oxente Fred! Menino levado! Levado pelas doses de jurubeba Leão do Norte... Você tomou muita Tequila? Onde já se viu confundir “Gonzagão” com “Pastelão Paraguaio”. Oxente Menino! Se oriente! Sem perder “La ternura”! Tche Gaúcho? Che Guevara! Talvez Fidel responda! “La cintura”?
Falando sério... Olhando e ouvindo (o vídeo) com mais cuidado: parece mesmo! Uai sô! Tem cara de Luiz Gonzaga! Já sei o que aconteceu: foi a globalização! Adaptações do folclore brasileiro... Ou do folclore polinésio, ou talvez ainda do folclore chileno! Boa polêmica! Isso dá frevo... Frevo de bloco! O bloco de “La Cintura fina”. Saudade das mulheres tipo molduras! Onde estão os universitários? Ou críticos de plantão? Estão em um cruzeiro na patagônia?
Uai sô! Que “bobeira”, amigo Fred! É só um “vem pra cá e outro vem pra lá”. A menina já não tem cintura de pilão! Ficou homogênea! Toma leite “Molico”! É da Nesttlé? Talvez Roberto Carlos (o rei) responda! Lembra da música “Um Millón de Amigos”? Deu polêmica também.
Fui... Falei muita besteira! (rsrs)
Continue postando esses “causos” interessantes! São divertidos!
Grande abraço!
Lailton Araújo
hehehe.. a coisa tá esquentando e a intenção era essa mesmo, meu caro amigo lailton.. eu não acho que seja tão pacífico assim (eita trocadilho infame, já que a onda é lá dos mares do sul..) eu tenho muitas outras músicas desse e de outros grupos do tahiti e de páscoa.. as canções deles são todas bem semelhantes, de harmonia muito simples, melodia idem.. quanto às letras, não sei (ainda não estudei aquele dialeto, hehe).. a única semelhança, veja bem que eu não falo em plágio, falo em influência)é no pequeno trecho que eu citei e cuja letra também lembra, é semelhante, ao se ouvir, a letra de "cintura fina".. no mais, tomara que eu esteja completamente equivocado e que luiz gonzaga e zé dantas (confundi com humberto teixeira) estejam felizes com o sucesso ce "cintura fina" nos mares do sul, hehehe
ResponderExcluirCompletamente chocada!!!
ResponderExcluirhuahuahuahua
1. O grupo que está se apresentando no vídeo tem como objetivo divulgar a cultura e dança da Ilha de Páscoa, e por isso é caricato, já que turistas, em sua grande maioria, são criaturas desinformadas por natureza, e adoram ver esses tipos de show (ou alguém aqui que foi a Buenos Aires deixou de ir em alguma espelunca que apresentava um show de tango de péssimo gosto?).
ResponderExcluir2. A colonização da Polinésia tem mais de mil anos...só pernambucanos mesmo pra acharem que eles "roubaram" um baião de Luiz Gonzaga. Mais fácil ter sido o contrário...
Tatiana, pernambucana de nascimento. Terráquea e amante do mundo, sem bairrismos...
Erilson Oliveira
ResponderExcluirÉ por conta de escorregões como este de Luiz Gonzaga, que devemos desmistificar os mitos. Está evidente que o refrão ( letra e música ) foi aproveitado pelos compositores Zé Dantas e Luiz Gonzaga. Se formos pesquisar a fundo, encontraremos muitos outros exemplos com medalhões da música popular brasileira. Parabéns Fred pelo achado.
grande erilson, clarinete de ouro! pois é, rapaz, a gente que é da música sabe que nem sempre as coisas são o que aparentam ser.. mas considerando que só temos doze notas (contando os acidentes) pra fazer uma sinfonia, influências são inevitáveis.. como diz o povo, acontece com as melhores famílias, hehehe ! grande abraço e apareça pelo blog e pelo estúdio, também !
ResponderExcluirGrande Fred Pai! :)
ResponderExcluirGostei da polêmica e do português! :D É sempre bom para mim, que já estou esquecendo, ler textos com um bom português. (Meus erros estão ficando cada vez mais comum por estar aqui na terra de tio Sam).
Bem, quanto a polêmica, concordo com o seu último ponto de vista. É impossível no meio da música não se deixar influenciar por melodias ou partes de melodias que escutamos. Gostei também da teoria dos Marinheiros cantarolando essa melodia e ter influenciado nosso Rei do Baião. Quem sabe não foi uma Chilena que ele conheceu que dançou essa música pra ele :)
Grande Abraço,
Angelo Ribeiro.