quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

TODO DURO CONTINUA "ESTRAÇAIANDO" E FAZENDO AMIGOS

Luciano "Todo Duro" Torres, um mito do boxe

Quem não conhece essa figura lendária do boxe pernambucano, não conhece o Recife.

Eu tive esse prazer há cerca de 26 anos atrás, no Parque da Jaqueira, onde eu já praticava corrida havia 5 anos. 

Meu filho mais velho queria estudar capoeira e um professor começou a dar aulas no Parque, embaixo de uma frondosa mangueira.

Era um cara simples, comunicativo e de uma energia sem limite. Seu nome de pia, Luciano Torres, mas pouca gente se lembra disso.  Mas se perguntarem por Todo Duro, todo mundo se manifesta. Ele com sua simpatia e com suas luvas e golpes certeiros, ganhou a unanimidade da torcida do Recife e acho que do Brasil inteiro.  

Seu linguajar que não mudou até hoje, é de um cara sofrido criado no trabalho duro e escolado na vida de atleta.  Uma trajetória esportiva que inclui 70 combates, 45 vitórias por nocaute e apenas oito derrotas.  Seu arquirrival, o baiano Hollyfield fez com ele seis lutas, com três vitórias para cada lado, mas o confronto fora dos ringues é que chamou a atenção do país e entrou para o folclore do esporte. 

No seu jeito moleque de desafiar os rivais, Todo Duro tem um bordão, uma frase que faz rir qualquer fã e tremer qualquer desafiante: "Vou estraçaiá!!"  (Pra quem não conhece o dialeto, estraçaiá é "estraçalhar", acabar de vez com o oponente.) 

E assim, de luta em luta, Todo Duro conquistou sua glória.  Ser reconhecido como atleta e como ser humano diferenciado, no Recife e no Brasil.

Domingo passado, encontrei Todo Duro num bloco aqui pelo Poço da Panela.  Ele mora pela redondeza, em Santana, bairro vizinho.  Reconheceu-me logo, quando falei nos treinos na Jaqueira e nas aulas de capoeira que ele dava para o meu filho.  

E até me confessou, depois que perguntou se eu continuava correndo: - Você corria muito pro meu gosto. Eu nunca passei de 10 quilômetros até hoje.  Mas se eu quiser, eu ainda "estraçáio" um até na corrida.  

Demos uma boa risada e logo posamos para as fotos do desafio que lhe fiz para uma luta (de mentira).  
O desafiante e o campeão Todo Duro...(quero ser estraçaiado nada!!!)
Meu filho Enrico, que não foi seu aluno, mas continua seu fã, fez as fotos.  E eu também fiz uma em que Todo Duro desafiava Enrico para um nocaute no ringue.

Todo Duro e Enrico, só na cara de mau

Para encerrar, uma matéria do Globo Esporte sobre o último desafio de Todo Duro: a cadeira do dentista.  A reportagem está simplesmente hilária !  E desta vez quem foi "estraçaiado" foi nosso herói...

copie o link, cole no seu navegador e veja aqui: http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-esporte-pe/v/todo-duro-e-nocauteado-na-cadeira-do-dentista/3172838/


Longa vida a Todo Duro, esse pernambucano ímpar no ringue da vida !

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

MÚSICAS PARA O BLOCO FLOR DA VITÓRIA-RÉGIA (9) UM PRANTO QUE CAI

UM PRANTO QUE CAI
(Getúlio Cavalcanti)

Vitória-Régia está dizendo adeus
A nossa Praça vai silenciar
Tempos de glória foram tantos seus
Onde o passado soube caminhar
Cruzando ruas seduzindo nós
Extasiados pela emoção
Fantasiados de evocadores
Cativando as flores soltas pelo chão

Casa Forte deixou de rir
Um silêncio esvaiu-se em dor
O Recife se despediu
De quem foi seu amor
Nosso "Banjo de Ouro" sai
Da História que aconteceu
E um pranto do rosto cai
Pela dor que doeu

Da esq para a dir: Getúlio, Hamilton, Fred e Tatiana, numa noite de despedida


Foi assim que Getúlio Cavalcanti fez a homenagem final ao nosso Bloco dias após o Carnaval de 2006.

O ponto alto do desfile era quando o Bloco chegava ao Largo do Poço da Panela e nós prestávamos uma homenagem a José Mariano, um dos patronos da Abolição em Pernambuco.
Diante do seu busto em bronze encimando a figura de um escravo com grilhões arrebentados, sempre nos deixávamos tomar pela emoção daquele lugar histórico.

No Largo do Poço, a casa de José Mariano,
seu busto e a estátua do escravo liberto

Os moradores do bairro festejavam demais esse momento com fogos de artifício que pintavam de verde a noite, refletindo nossas cores nas paredes da multicentenária Capela de Nossa Senhora da Saúde.

Nesta noite, em especial, após tocarmos muitos frevos de Bloco, estávamos eu, Getúlio e minha filha Tatiana, a Presidente do Bloco conversando sobre a decisão, que havíamos tomado em família, de recolhermos o Flor da Vitória-Régia por prazo indeterminado. Foi um momento triste; não havia como evitar a despedida. Num abraço final, foi impossível conter a emoção e evitar as lágrimas.

Sem deixar transparecer essa tristeza às centenas de pessoas ali reunidas, retornamos à Praça de Casa Forte, já sabedores de que, pela última vez, o Bloco regressava ao seu ponto de partida.



domingo, 23 de fevereiro de 2014

OS COBRADORES


Anos atrás, não sei se 25 ou 30, por aí,  numa "carrocinha" da época, um fiatezinho de segunda mão, me deslocando pelo já complicado trânsito do Recife, rumo ao trabalho eu era assediado por menores ditos "abandonados", vendendo chiclete em sinal ou simplesmente pedindo ou tentando "lavar" os parabrisas dos carros com água suja recolhida dos canais fétidos do Recífilis,  pensava cá com meus botões: um dia eles não vão mais querer pedir, esmolar, uma condição melhor de vida.  

Eles irão exigir isso pelos seus métodos, um dos quais o mais óbvio:  a brutalidade, o instinto predador que se forma anos a fio de revolta e fome, de frustração e desencanto com o futuro.  

E as "autoridades" a quem compete a direção da cidade, do estado, do país, o que podiam fazer, sob nossa procuração concedida através do voto de confiança dado quando os elegemos, o que faziam por eles?  

Exatamente o que fazem hoje: nada. Nada a não ser piorar o que já era insuportável.  

Não precisava ser profeta para adivinhar que um dia tudo isso viria à tona, nas suas cores mais berrantes, nos seus ruídos mais distorcidos.  O que vivemos hoje é uma era de cobranças. 

Abusamos dos humildes, tripudiamos sobre os eternamente vencidos, desprezamos o grito dos miseráveis.  

Nós, os eleitores, e eles -principalmente eles, os eleitos- estamos recebendo agora essa cobrança. Quanto dinheiro dos nossos impostos, do nosso suor, desperdiçado ao longo dessas décadas! Quanta dor e sofrimento de toda essa massa obscurecida pela torrente invencível do tempo.  

Multiplicaram-se os cobradores. 

A miséria só aumenta, a cada filho indesejado, nascido nas enxergas das favelas.  O instinto de preservação faz, assim, aos miseráveis, aquilo que faz aos ratos. Procriam desesperadamente visando minorar sua miséria. 

Um paradoxo da natureza, esse instinto.  Quanto mais miséria se tem, mais miséria se gera. Poucos desses miseráveis tiveram o adjutório do destino, que lhes concedeu o momento de salvação e os tirou da roda viva da fome, do vício, da vida bandida. 

Estão agora, consciente ou inconscientemente, cobrando da vida o que a vida lhes negou, sempre. E nós, conscientes ou inconscientes, estamos pagando a conta. Enjaulando-nos em prisões de luxo, nossos apartamentos vigiados, trancados, inacessíveis, por enquanto.  Alguns, muitos, já não o são mais.  

As grades em geral separam bons e maus. Bons seriam os livres, maus os prisioneiros. O sinal inverteu, faz muito.  Hoje somos nós os prisioneiros.  A vida assim o decretou.  

Trancafiamos nossos sonhos num espaço minúsculo, enquanto que os "cobradores" vivem livres nas cidades que sonhamos um dia para os nossos descendentes.  

A paz dos campos com que sonhamos metamorfoseou-se nas batalhas campais a que assistimos hoje nos telões de led, aconchegados numa suposta paz dos lares. 
Aonde chegaremos?  Quem sabe?  Com sorte, se dosarmos nossas saídas ao mundo violento extra-muros, conseguiremos escapar ilesos por alguns anos mais.  

Não vejo muitas saídas. Inviabilizamos nossos sonhos, apagamos as luzes do progresso da humanidade, de que tanto nos orgulhamos um dia.

 A Hidra cresceu.  Com sete mil cabeças, não menos. 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

MÚSICAS PARA O BLOCO FVR - 8- PERFUMANDO CASA FORTE

Num desfile pelo Recife Antigo, ladeado pelo Maestro Duda e sua esposa Mida
"Nos meses de janeiro e fevereiro brotam as flores da vitória-régia. Elas são brancas ou rosadas, possuem várias camadas de pétalas, e abrem somente durante a noite, exalando um perfume maravilhoso. Algumas flores atingem trinta centímetros de diâmetro."

Elas -como o Carnaval- têm vida curta. Mesmo assim, tornam-se inesquecíveis, para quem as conhece.

Foi realmente uma vitória para a nossa família trazer para a rua uma alegria pura, ao modo antigo de brincar carnaval.  A nossa intenção, desde o início foi essa: sem patrocinadores, sem verbas públicas, sem apoio de quaisquer associações de bairro ou entidades outras, simplesmente juntávamos os músicos da família e os amigos da Música, desde gente muito importante em Pernambuco, como o Maestro Duda, um ícone dos nossos carnavais, a sobrinhos que começavam a tocar violão ou percussão, a filhos e netos dos amigos ou simplesmente músicos simples que se incorporavam à nossa orquestra pelo prazer de participar e manifestar sua alegria.  

Assim também os desfilantes da familia ou amigos e amigas, que cuidavam de confeccionar as suas fantasias (todas dentro das temáticas estabelecidas para cada ano, mas que podiam ser utilizadas nos anos seguintes, sem restrições de nossa parte).  

O Bloco criou, em seu entorno, uma aura de simpatia e carinho que cativava cada vez mais foliões. Nossa Orquestra chegou a ter mais de 30 músicos, muito bem ensaiados e numa afinação e harmonia invejáveis e com repertório sempre atualizado. Foi esse espírito de participação que procurei mostrar na letra desse frevo-de-bloco, como vocês poderão ver.

PERFUMANDO CASA FORTE
(Fred Monteiro)

O nosso Bloco vai sair vistoso
Cantando um frevo dengoso
P'ro povo se alegrar
E na cadência desse frevinho sincopado
Eu quero estar do teu lado
Na hora de regressar

Vitória-Régia, flor de Casa Forte é a nata
É um turbilhão verde-prata
Que faz nossa gente vibrar
Pastoras formosas que evoluem com graça
Cantando as belezas da Praça
Deixando perfume no ar.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

MÚSICAS PARA O BLOCO FLOR DA VITÓRIA-RÉGIA (7) BRÁULIO DE CASTRO

Minha esposa Edla e a Vitória-Régia, no Parque Emílio Goeldi, em Belém-PA

Continuando a série "Músicas para o Bloco Flor da Vitória-Régia" trago hoje um dolente frevo-de-bloco do campeoníssimo compositor Bráulio de Castro, em dupla com sua esposa Fátima. 

Tricolor inveterado, perturbou muito, em coro com o Véio Mangaba (Valmir Chagas) e o percussionista Xaruto, este blogueiro,  quando da gravação do disco comemorativo aos 90 anos do Santa Cruz F.Clube (O Veneno da Cobra Coral).

Bráulio é um colecionador de títulos os Festivais de Frevo promovidos pela Prefeitura do Recife e nos deu este presente logo depois da fundação do FVR.  Desfilou algumas vezes conosco, junto a Fátima, esta também participando da Orquestra de pau e corda do Bloco e do seu Coral.

Uma honra para nós, ter tido essa colaboração da ilustre dupla, por demais conhecida e competente.  Filhos de Bom Jardim, a terra de Levino Ferreira, Dimas Sedícias, Laurivan Ferreira, Lúcio Sócrates e tantos outros grandes músicos pernambucanos, os dois têm sido presença constante entre os primeiros colocados naquele Festival, há anos.  Abaixo, letra e música do frevo-de-bloco.


QUE FLOR É ESSA ?
(Bráulio de Castro e Fátima de Castro)

Que flor é essa que brotou em Casa Forte?
Cheia de encanto, tão diferente
Foi se abrindo, espargindo alegria
E perfumou o coração da gente

Só quatro dias ela tem de existência
Mas a essência jamais morrerá
Que flor é essa? É a Vitória-Régia
Que nos guizos da folia brotou e vai ficar
Que flor é essa? É a Vitória-Régia
Que nos guizos da folia brotou e vai ficar


sábado, 1 de fevereiro de 2014

COISA DE PARECEIRO



Dedé, minha Madrinha e segunda mãe usava muito certos termos bem nordestinos e os aprendi com prazer. E quando ela queria expressar seu repúdio a gente com atitudes negativas, pessoas mal educadas, meninos grosseiros e desobedientes, usava, de frente a palavra PARECEIRO.
Eu achava interessante esse linguajar e ficava me questionando o por que de "pareceiro". Um dia perguntei a Dedé o que queria realmente dizer "pareceiro".  E ela, na hora, respondeu: -Fedim, pareceiro é gente ruim que parece com o Cão.
Nunca mais esqueci.  E passei desde esse dia a ser vigilante com minhas atitudes, para não me tornar também um "pareceiro".
Então, um dia desses, no Jornal da Besta Fubana, onde tenho coluna, surgiu um mote, dado pelo amigo Marco DiAurélio, botando na berlinda os pareceiros que hoje mandam no Brasil.
Como sempre acontece, assunto não falta para um mote desses e daí começamos uma "peleja" baixando o cacete nos pareceiros atuantes deste Brasil tão grande e tão massacrado por pareceiros de todas as cores partidárias, principalmente os do pastoril encarnado e azul que continuam deslustrando o nosso País.
Segue aí o resultado da peleja, que virou mais um cordel da nossa Cordelaria Monteiro.

COISA DE PARECEIRO 

1. Dom Capeta

Eita país tão escroto
que não me vale um vintém
seu futuro nunca vem
nem vai sair do esgoto
um carro véi sem piloto
descendo pelos aceiros
um jogo de trapaceiros
vivendo de enrabada
eita corjinha safada
que elege seus pareceiros.

2. Fred Monteiro

Dom Capeta bom de guerra
traz um mote arretado
pra gente fazer traçado
esculhambando essa terra
de político que emperra
o progresso brasileiro
e que só pensa em dinheiro
dentro do seu matulão
eita país de ladrão
pra eleger seu pareceiro !

3. Ismael Gaião 

De que o povo reclama,
Eu não consigo entender.
Pois só o vejo eleger
Bandido que muito mama.
Se o país está na lama
É culpa dos brasileiros,
Pois eles são os primeiros
A fazer corrupções
Votando nas eleições
Nos que são seus pareceiros.

4. Dom Capeta

Meu caro Ismael Gaião
você disse e disse bem
em nosso Brasil não tem
quem trace na eleição
um freio de arrumação
pra juntar esse mosqueiro
com gasolina e isqueiro
numa fogueira bonita
pra acabar essa desdita
desse mói de pareceiro.

5.Fred Monteiro

Mas tipo de gente existe
inteligente e letrada
em “finesse” acostumada
e metida a fazer chiste
que não entrega o “alpiste”
é luxo pro ano inteiro
vive fazendo cruzeiro
de um vinho não abre mão
eita país de ladrão
pra eleger seu pareceiro

6. Dom Capeta

Sou Capeta bom de guerra
Fred Monteiro falou
eu puxei a meu avô
um senhor de pouca terra
cabrito que é bom não berra
no meio do espinheiro
eu nunca fui traiçoeiro
e muito menos babão
eita país de ladrão
cheinho de pareceiro.

7. Fred Monteiro 

Quem defende a safadeza
só vê o que lhe interessa
na verdade não tem pressa
acha a vida uma beleza
e esgrima com destreza
desculpas de batoteiro
num balé bem traiçoeiro
como a ponta de um facão
eita país de ladrão
pra eleger seu pariceiro

8. Dom Capeta 

Patriótico poema
poderia ter beleza
sem existir safadeza
nem ladrão medido à trena
se apertar essa pustema
vai sair o talo inteiro
e um verso brasileiro
não teria um só ladrão
estaria na prisão
esse mói de pareceiro.

9. Fred Monteiro

Eu não sei como tem gente
pra defender esse pulha
que as idéias embrulha
numa razão aparente
parecendo inteligente
mas no fundo é um salseiro
defender um quadrilheiro
que inventou o mensalão
eita país de ladrão
pra eleger seu pariceiro

10. Dom Capeta

Meu caro Fred Monteiro
pode se arrepiar
pois o cancão vai piar
bem no meio do terreiro
assanhar o formigueiro
com baba de um sarará
pois ninguém vai escapar
da agenda de Fefé
valete vira melé
dispois que se embaralhar.

11. Fred Monteiro

O Brasil é terra boa
tirando os “cabra safado”
que já roubaram um bocado
e querem fazer mais loa
tem na terra da garoa
e tem no nordeste inteiro
desse Brasil brasileiro
uns cabra ruim que nem cão
eita país de ladrão
pra eleger seu pariceiro

12. Dom Capeta 

A Lígia que foi PT
entrou de sola e baião
falou da corrupção
do que pode acontecer
o fogo que vai crescer
e o fio de meu quicé
sob as vistas de Fefé
eu abano esse braseiro
pois o ladrão brasileiro
é pior do que melé.

13. Fred Monteiro 

Quando eu entro numa dança
danço até “reporteresso”
e nem desculpa eu não peço
vou entrando e meto a lança
pode vir mulé de trança
projeto de guerrilheiro
amigo de quadrilheiro
eu furo com meu ferrão
eita país de ladrão
pra eleger seu pareceiro

14. Dom Capeta

Cardeal Fred Monteiro
dança inté reporteresso
eu lhe arranjei um ingresso
pra entrar em meu terreiro
atravessar o braseiro
sem deixar perder a fé
depois falar com Fefé
pedir a bença e voltar
e adispois se confessar
para voltar o que é.

15. Fred Monteiro 

Eu nunca vou defender
uma cambada nojenta
presidente ou presidenta
do meu pão não vai comer
pois não vou retroceder
Eu tou do lado certeiro
Não gosto de companheiro
do cabra do bigodão
eita país de ladrão
pra eleger seu pareceiro

16. Fred Monteiro 

Quem entrar na roda agora
se não rezar direitinho
vai se queimar bonitinho
Fefé ajeita na hora
Dom Capeta não demora
aprontar seu fogareiro
que tem até um bueiro
lá nas profundas do Cão
eita país de ladrão
pra eleger seu pareceiro

17. Fred Monteiro 

Capeta vêi cá mulixa
tirando fogo das venta
quem num gostá se arrebenta
vá coçá rabo na lixa
vá pedir a bença a bicha
vá lavá os seus cuêro
Dom Capeta  tem berrêro
de derrubá avião
eita país de ladrão
pra eleger seu pareceiro