Lagoa do Mundaú-AL |
Um dia desses publiquei aqui um post que é um dos mais lidos do Blog, onde eu conto a história de minha música "Travesseiro de Macela".Só que eu não contei a história completa. Por que? Para não falar sobre uma parceria que morreu no nascedouro. Eu explico.
Tatiana, minha filha, que é uma poetisa de primeira, cantora, compositora, advogada, e mãe do meu querido neto Theo, tinha feito um poema
falando sobre a casa que ela gostaria de ter numa praia imaginária.
Achei que o texto tinha um ritmo pra lá de gostoso que me lembrou desde logo um xote.
E, depois da primeira leitura, já comecei a reler o poema cantando e e batucando com os dedos o ritmo.
Para fazer surpresa, gravei de maneira bem simples o "nosso" xote e à noite, em casa, botei pra tocar.
Tati realmente tomou um susto, ficou meio sem jeito mas, sincera como sempre foi me disse que não era bem num xote que ela tinha pensado e que fez o poema na brincadeira, sem a menor intenção de divulgá-lo.
Eu entendi e disse a ela que também tinha feito a gravação somente para agradá-la, sem intenção de divulgar.
Mas, passados mais de 12 anos, acho que ela não se importará se eu mostrar a vocês a sua "casinha na praia".
E aqui pra nós: eu bem que forcei a barra, porque xote e praia não têm mesmo nada a ver, um com o outro.
É como surfar lá na Praia da Joaquina, (Joáca, para os íntimos) , em Santa Catarina, vestido de vaqueiro...
CASA NA PRAIA
(Tatiana Monteiro)
Quatro quartos, um banheiro, uma cozinha
Meu amor, duas salinhas: a do som e a do café
Um terracinho, a varanda com a rede
Encostado na parede um distinto canapé
Pelo chão, meu violão e mil tapetes
e um quadro de bilhetes, de cortiça, feito à mão
Na minha casa, lá na praia, que sossego
vou contar-te meus segredos,
ver minha constelação
Ter as estrelas e o mar como vizinhos
Acordar com os passarinhos,
se não despertar te chamo
E no meu quadro, branco e verde, de bilhetes
vou pregar com alfinetes
um recado, que te amo.
Quatro quartos, um banheiro, uma cozinha
Meu amor, duas salinhas: a do som e a do café
Um terracinho, a varanda com a rede
Encostado na parede um distinto canapé
Pelo chão, meu violão e mil tapetes
e um quadro de bilhetes, de cortiça, feito à mão
Na minha casa, lá na praia, que sossego
vou contar-te meus segredos,
ver minha constelação
Ter as estrelas e o mar como vizinhos
Acordar com os passarinhos,
se não despertar te chamo
E no meu quadro, branco e verde, de bilhetes
vou pregar com alfinetes
um recado, que te amo.
Lindo!
ResponderExcluirOpa!:)
ResponderExcluirA praia não era imaginária: era Touros (RN)!:)
Não tinha pensado num xote, mas agora re-escutando, não é que tem ares de xote??:)
:***
Tati
Que coisa delicada e emocionante (de pai para filha)! E se não devia ser, passou perfeitamente a ser (xote).Vou ficar "unknown" para não desviar a atenção destes versos musicados.
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