sexta-feira, 27 de setembro de 2013

CORAÇÕES DE MELÕES E DE BATATAS

No tempo do iê-iê-iê, do twist e do hully-gully, todo mundo dançava "La Bamba". E um dos ídolos daquela época, que fez sucesso cantando "La Bamba", foi Trini Lopez, cantor texano, nascido em Dallas, de ascendência mexicana.  
Outro grande sucesso de Trini Lopez, foi uma música de ritmo bem latino, bem marcado e que ele cantava como ninguèm: "Corazón de Melón".

Lembrei-me ontem dele e de sua " Coração de Melão ", num prosaico lugar e exercitando uma tarefa bem prosaica, também: comprar frutas e verduras num supermercado.

Estava escolhendo minhas hortaliças quando, na gôndola das batatas fiquei surpreso com um exemplar de formato especial. Um coração, em forma de batata inglesa.


A primeira coisa que me ocorreu foi fotografá-la. Ah, bendita tecnologia dos smartphones que nos permite filmar e fotografar em alta definição o que vier pela frente!

E assim o fiz.  Fotografei aquele espécime para mim raro. Uma batata-coração. Perfeita, com todas as curvas que formam o famoso símbolo do amor, da paixão..

Coloquei-a em cima do carrinho, junto a couves e tomates, coentros e cebolinhas, e ainda na gôndola, recostada a uma bela abóbora (que prefiro chamar de jerimum, em nordestinês legítimo).  

Aí, ocorreu-me uma segunda e importante ação.  Já tinha colocado a batata-coração dentro do saquinho, junto com suas irmãs tão comuns, mas resolvi que isso não era justo.


Afinal, ela era uma batata especial, estava ali para ser mostrada e apreciada por todos. Por que negar aos outros o prazer e a surpresa de ver, de tocar, uma filha especial da natureza?   

Sem o mínimo arrependimento, e com o senso de cumprir o meu dever para com os demais, devolvi a "batata-coração" à sua gôndola, mas não sem antes avisar ao encarregado da Seção que havia ali uma batata nascida para ser estrela, para ser sucesso.  

E assim foi.  Espero que a tenham deixado por lá, bem à vista dos frequentadores daquela Supermercado.  Quem sabe alguns corações humanos não se tenham também tocado para a necessidade do Amor nesses dias tão carentes dele...

E, de presente para vocês, as fotos da fugaz e amorosa estrela, ao som de Trini Lopez cantando "Corazón de Melón".


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

GALOPANDO NO REPENTE



Trago hoje mais um folheto de cordel, em parceria com a poeta amiga Claude Bloc, do Crato_CE, escritora, pintora, fotógrafa e sobretudo uma pessoa sensível às coisas do sertão, do seu Cariri.  Já falei aqui da Claude, e para os que ainda não conhecem a sua poesia, renovo o convite agora .
E dentro do estilo "martelo agalopado", fizemos essa parceria em torno de temas mais subjetivos, falando de música, poesia e sentimento.
O mote "E assim vou vivendo de improviso, para um dia não morrer de repente", assim foi glosado:

Fred Monteiro (FM)
 1.
Desisti e guardei minha viola
bem guardada, pra não me arrepender
Pois confesso, cansado de sofrer,
nesse afã a saudade deita e rola
Quase nada hoje em dia me consola
Mais do que escrever diariamente
Eu agora estou sendo coerente
no caminho escolhido com juízo
"E assim vou vivendo de improviso
para um dia não morrer de repente"

Claude Bloc (CB)
 2.
Na sacola guardei a minha lida,
No silêncio, guardei meu coração
Num poema secreto a emoção
De viver a saudade sem guarida
Sonhos tolos bordados pela vida
Nos retalhos de luz bem transparente
Alegria que passa tão silente,
Vai embora sem dar nenhum aviso
"E assim vou vivendo de improviso
para um dia não morrer de repente"

FM
 3.
Minha lira calou, emudeceu
E Euterpe então me abandonou
A Estrela da Tarde se apagou
Foi chegando a noitinha e fez-se o breu
Um silêncio profundo aconteceu
quando a lua surgiu incandescente
um torpor foi nublando a minha mente
e ao calar-me, fiquei tão indeciso
"E assim vou vivendo de improviso
para um dia não morrer de repente"
  
CB
4.
A saudade sentida se escondeu
Numa concha de estrelas, ao luar
No silêncio a aurora foi cantar
Exaltando um amor que já foi seu
E o poeta cansado adormeceu
Dedilhando uma música plangente
Que revira essa tristeza da gente
E acende o amor se for preciso
"E assim vou vivendo de improviso
para um dia não morrer de repente"
  
FM
5.
Nesta vida o cansaço fez seu preço
e a resposta ao esforço diário
sem apreço ao suor do operário
que na luta relembra o seu começo
Atitudes banais que não mereço
são desprezo por tal esforço ingente
Não se pode quedar indiferente
apagou-se o motivo do sorriso
"E assim vou vivendo de improviso
para um dia não morrer de repente"
  
CB
6.
O sorriso é sempre o brilho primeiro
No olhar e na vida do operário
Se a chama se apaga do cenário
O esforço esmorece bem ligeiro
E as horas desandam do ponteiro
De um relógio calado, displicente
Que só atrasa e sai pela tangente
Mas sorrir é o destino que eu viso
"E assim vou vivendo de improviso
para um dia não morrer de repente"
  
FM
7.
Se o sorrir faz a vida mais feliz
Eu esqueço minhas adversidades
vou passando a borracha nas saudades
retomando aquilo que eu mais quis
e pra tudo que é bom eu peço bis
da tristeza  não vou ser dependente
volto a ser um sujeito paciente
me livrando de qualquer prejuízo
"E assim vou vivendo de improviso
para um dia não morrer de repente"
  
CB
8.
A saudade é a força dos remidos
Faz fogueira no nosso coração
E transforma a nossa emoção
Num balão que remexe os sentidos
Relembrar o que houve em tempos idos
É sofrer outra vez  impunemente
É morrer um pouquinho,  tão somente
E jurar que amar não é preciso
"E assim vou vivendo de improviso
para um dia não morrer de repente"

FM
9.
Sendo a vida, afinal, grande mistério
Só me resta vivê-la com coragem
Enfrentar seus meandros na viagem
Aprendendo ao sabor do seu império
Respeitando o sublime Magistério
A lição vai-se tornando patente:
Ou me torno um aluno obediente
Ou assumo essa falta de juízo
"E assim vou vivendo de improviso
para um dia não morrer de repente"

CB
10.
Esta vida é feita de engrenagens
Que nos ligam a outros elementos
E nos somam milhões de sentimentos
Que transbordam e parecem até miragens
Desenhando os sonhos com as imagens
De projetos que vêm à nossa mente
Cada passo se torna diferente
Quando um gosto se mantém impreciso
"E assim vou vivendo de improviso
para um dia não morrer de repente"

FM
11.
Eu tentei ser leal às teorias
Mas na escola da vida eu aprendi
que no simples trinar de bem-te-vi
o que existe é mais que melodias
eles cantam assim todos os dias
e eu fico feliz por tão somente
escutar esse canto e de repente
eu esqueço a razão pois não preciso
"e assim vou vivendo de improviso
para um dia não morrer de repente"

CB
12.
Eu me rejo por essa sinfonia 
Que em silêncio, absorvo em plena paz
E num sopro, a saudade já me traz
O solfejo embalado em melodia
Numa pauta desenho a harmonia,
Esses ecos da nota mais dolente
Que me tocam como a brasa mais quente
No calor de um poema interciso
"e assim vou vivendo de improviso
para um dia não morrer de repente"
  
FM
13..
É a Música a mais mimosa Musa
que encontrei nesta vida peregrina
Musicar sua estrada é minha sina
e quem come esse mel não se lambuza
Mas se alguém deste doce não abusa
Viverá um sorriso eternamente
Ao cantar pela vida, simplesmente
Antecipa na Terra o Paraíso
E assim vou vivendo de improviso
Para um dia não morrer de repente

CB
14.
Só a música embala a alegria
De viver tal e qual manda o destino
E liberta o teu sonho de menino
Como o sol pontilhando a sinfonia
Nessas claves de pura melodia
Que a alma carrega docemente
Tudo isso germina da semente
Que desdobra esse verso tão conciso
E assim vou vivendo de improviso
Para um dia não morrer de repente








quarta-feira, 11 de setembro de 2013

MARATONAS, BURACOS E CALÇADAS

Corrida da Fogueira-Chegada
Faz quase 31 anos (a serem completados em 1° de abril, o meu "dia da verdade"), comecei a correr e nunca mais parei.
Sempre corri sozinho e pela rua. Hoje tenho corrido também em esteira, em ambiente climatizado, no conforto do meu Condomínio.
Gostar, não gosto muito, não...  Mas fazer o que, quando o calor está insuportável, a segurança das cidades grandes em níveis abaixo da crítica, as ruas esburacadas, lesionando qualquer tatu, quanto mais um corredor ou andarilho? 
Conheço  esta cidade como a planta dos meus pés.  
Esta e muitas outras em que constumava ir com uma frequência obsessiva, como João Pessoa, por exemplo.
Mas o Recife nunca teve tão poucos metros quadrados por buraco.  Sim, é isso mesmo...O Recife de hoje, tem ruas de buracos alternadas por algum asfalto.  As calçadas...calçadas ??, o que é isto mesmo?  
Ah.. sim.. aquele lugar onde os camelôs, pequenos comerciantes, mendigos e lixo de toda natureza, têm prioridade e cuja "manutenção", dizem os códigos municipais, é da competência dos donos de imóveis, uma lenda urbana que as Prefeituras teimam em conservar e manter acesa, mesmo que seja muito simples fazer o serviço e cobrar, com multa generosa, no carnê do IPTU do indigitado e relaxado proprietário de um bem que, paradoxalmente, é sinônimo de "passeio público"...   Durma-se com um buraco desses !!!
Em João Pessoa corri, muitas e muitas centenas de quilômetros, em treinamento. Lá também corri os meus primeiros 25 quilômetros, experimentando, fazendo uma pré-estreía, nas Maratonas de 42,2 km.  
Falei a distância para especificar o que hoje anda muito confuso.  
Maratona é Maratona, corrida rústica, ou corrida de rua, é corrida de rua, de qualquer distância.
Corrida da Fogueira-Chegada
Maratona é aquela distância que ficou famosa com a corrida de 40 quilômetros feita pelo soldado Fidípedes, da planície grega de Maratona até a cidade de Atenas.  
Distância essa que foi aumentada em quase 200 metros (mais precisamente em 195 metros) para que a corrida das Olimpíadas realizadas em Londres em 1908,  terminasse no balcão do Palácio Real.
Ah, o colonialismo britânico mudando a História !
Hoje, o pomposo e temido nome da prova mais extensa e desgastante do Atletismo é que está desgastado pelo uso excessivo e equivocado, francamente utilizado para corridas com a distância de alguns metros a alguns quilômetros.  
Esta desinformação é também incentivada por fabricantes de todas as bugingangas passíveis de serem criadas por "gênios do esporte": bebidas energéticas milagrosas, meias para pressurização das pernas, sapatos turbinados, "saltadores e voadores", que aumentam suas passadas sem o menor esforço,  luvas para os pés, a serem utilizadas pelos que acham que correr "descalço" traz algum benefício na performance.  Descalço ?  mas.... e as tais meias-luvas ?!!
I Maratona da Jaqueira- km.27
Enfim.. tudo é motivo para "iniciar" mais "corredores", mesmo que a mania dure alguns dias apenas, no máximo uns poucos meses e raramente, uns poucos anos, em que correrão a passos de cágado alguma "Maratona de Revezamento" com algumas equipes de 8 "maratonistas" se revezando em distâncias (cômodas como prestações) de 5 km, o último deles correndo a "fenomenal" marca de 7.195 metros.  A Glória, enfim, para o mais vagaroso dos corredores de rua dos novos tempos. Todos serão, logicamente "emedalhados" e fotografados para a posteridade e ganharão uma camiseta alusiva à prova máxima do Atletismo. 
E Fidípedes, esquecido,  estará rindo com todos os seus ossos...

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

MINI-TRIATHLON, POR QUE NÃO?

Na linha de chegada, em primeiro lugar
na categoria "Veteranos-acima de 35 anos"
Eu tinha 42.
Vocês devem ter notado que eu passo muito tempo sem postar nada sobre exercício e esporte.  Às vezes tenho até vontade de suprimir esse marcador. Mas, como sempre tem alguém interessado, vou mantendo.

E para os interessados, surgiu-me agora a vontade de falar sobre um esporte pouco praticado e muito menos disputado, ainda: Triatlhon.   Essa reunião de três esportes que se combinam de forma extraordinária tem tudo o que uma pessoa precisa para movimentar todos os músculos do corpo, mesmo, senão vejamos.

Na natação usamos muito mais os membros superiores do corpo, ficando as pernas -num trabalho de mais resistência que velocidade- encarregadas de manter o equilíbrio e direção do nadador; em seguida, no ciclismo, os membros superiores são menos utilizados, e o trabalho das pernas fica mais evidente, embora facilitado pelos mecanismos da bicicleta (principalmente se têm câmbio ajustável); finalmente, na corrida, usam-se indistintamente pernas e braços, claro que com muito mais esforço para os membros inferiores. 

É, portanto, atingido um grau de uso máximo dos nossos membros e -ainda assim- com uma dinâmica particular para cada um deles.

Antes de mais nada, por que acontece essa espécie de "medo" de correr o triathlon?  Creio que a modalidade amedronta até os mais destemidos maratonistas.  E sem a mínima razão. 

Ocorre que convencionou-se que o IRONMAN (que na verdade é uma prova de -podemos chamar assim- Super-Triathlon e tem doses cavalares para qualquer atleta de excelência.  São 3.800 metros de natação no mar, 180 quilômetros de bicicleta e 42,2 de corrida, ou seja, uma Maratona (o que por si mesmo é uma prova massacrante.)

As distâncias do Triathlon Olímpico não são assim tão impossíveis, para quem está em boas condições físicas.  Compreendem 1.500 metros de natação, 40 quilometros de bicicleta e 10 de corrida. 

Observem que a proporção entre as provas é de 1,5 / 40 /10.  Se quisermos correr essa prova com toda segurança nos nossos treinamentos iniciais para o triathlon olímpico, podemos atribuir qualquer distância observando essa proporção.  Foi assim que eu sempre treinei, quando me preparei para o único triathlon da minha "carreira" de desportista. 
Um diploma conquistado a duras penas. Não havia medalhas
para veteranos (a partir dos 35 anos) porque imaginaram
que nós não terminássemos a prova.
Como já publiquei, aqui mesmo no blog, participei de uma prova promovida pelo Exército Brasileiro, em Olinda, 1988, cujas distâncias foram simplificadas, justamente para tentar popularizar o esporte.  Corremos então 750 metros de natação, 15km de bicicleta e 7 de corrida, ou seja um meio-triathlon.

E por que não começarmos com 15, 20 ou 30 % de um triathlon olímpico ? Somente para testar e passar a gostar (ou não) do esporte?

Por isso tudo, resolvi que, pelo menos um dia na semana, vou praticar novamente essa modalidade tão divertida. Comecei, neste feriado de 7 de setembro, com pouco mais de 15% das distâncias, isto é,  225 metros de natação (9 voltas numa piscina de 25 mts), 8.200 de ciclismo e 2.550 de corrida.  Simples demais. Qualquer atleta que faça os três esportes em separado conseguirá uni-los num bloco só.

Pretendo aumentar os percentuais (mas não tenho mais pretensões de voltar a competir mesmo) e cumprir até 30% ou 40 % da prova.  Até lá, vou nadando, pedalando e correndo.  

A logomarca que criei em 1988 para a "equipe do eu sozinho"

sábado, 7 de setembro de 2013

OU FICAR A PÁTRIA LIVRE, OU MORRER PELO BRASIL


Hoje, Dia da Independência, mais do que nunca o Grito do Ypiranga ressoará nos ouvidos, no coração e na mente dos verdadeiros brasileiros.

Não dos que apenas nasceram nessa Pátria-Mãe, tão adorada por uns e tão menosprezada por tantos que desejam subjugá-la aos seus mesquinhos interesses político-ideológicos, a ponto de querer entregar a terceiras espúrias nações em decadência patriótico/econômico/ideológica em que chafurdam, desde a exportação de mão-de-obra escrava a drogas e armamentos pesados.

São essas as republiquetas bolivarianas, cujos arautos incrustados no poder do Governo Brasileiro tanto mal fazem aos seus habitantes hoje mudos, oprimidos e incomunicáveis, confinados nas suas fronteiras em pleno processo de decadência, com o nivelamento por baixo de todas as elucubrações dos seus enganosos e corruptos líderes.

Nós brasileiros temos a obrigação de refletir se queremos, para esta grande Nação, o tipo de regime que tentam nos impingir. Por isso abri este post de hoje, que dedico a todos os que amam verdadeiramente o Brasil.

Fiz questão de gravar, toscamente, ao piano, o trecho que considero mais bonito e emocionantes do Hino da Independência, composto pelo Imperador Pedro I, sobre poema de Evaristo da Veiga.

OUÇA AQUI: