Em 1998 fundamos (eu e minha família) o Bloco Flor da Vitória-Régia, em Casa Forte, para animar o bairro e brincarmos em família e com os amigos. Como antigamente, segundo os nossos melhores historiadores do Carnaval recifense.
Estimulado pelo sucesso do Vitória-Régia e curioso por saber as origens de um instrumento de cordas não muito comum no Brasil, o Banjo, verifiquei que as Orquestras que tocavam nos cinemas da cidade, nos anos 1920 em diante, tinham o formato típico das Orquestras americanas de Jazz que executavam música nas salas de cinema do início do Século 20, dando mais vida e romantismo (ou humor e suspense) às imagens em preto e branco que eram projetadas no espaço mágico das telas.
Assim, imperavam os rag-times e blue-grass nas comédias de Chaplin e dos Irmãos Marx, temas clássicos e românticos em filmes que retratavam a Guerra, as histórias de Amor e intrigas; música e efeitos mais densos nos filmes de suspense, etc..
Das salas de cinema, terminada a sessão, essas Orquestras, que no Recife estiveram sob a batuta de excelentes maestros e pianistas (Capiba e Nelson Ferreira são dois exemplos clássicos), tocavam em bailes, em cabarés (na época não tinham o significado de hoje), em salões de dança e, por que não?- na época do Carnaval, nos Bailes e Blocos que nasciam, naqueles “anos dourados”. Daí os banjos, que executavam suas típicas músicas dos cowboys passarem a se incorporar aos naipes de cordas como bandolins, cavaquinhos e violões, dos nascentes blocos carnavalescos mistos (das Flores Brancas, das Apachinettes, Flor da Lira, Diversional da Torre e muitos outros).
O banjo nas orquestras dos Blocos têm um timbre e um ritmo todo especial e se prestam a fazer uma marcação bem típica e alegre, que dá colorido inigualável às cordas, principalmente quando o banjista, nos breques do frevo, trina os acordes de maneira vigorosa, com sua palheta.
Voltarei ao assunto aqui no Blog, em breve, falando a respeito de um dos mais conhecidos banjistas de Pernambuco: Narciso Do Banjo.
Essa música que vocês podem ouvir no “player” abaixo chama-se “Cinema Mudo” e eu a compus justamente quando idealizei o Bloco com o mesmo nome. Foi executada pela nossa Orquestra Vitória-Régia e intrpretada por Hamilton Florentino e Coral Vitória-Régia.
O “Cinema Mudo” desfilou apenas duas vezes, no Recife Antigo (2003 e 2004) e também no Encontro dos Blocos da Rua da Aurora, em 2004. As fotos dão bem uma idéia do clima do Bloco que em seu primeiro desfile arrastou uma verdadeira multidão pelas ruas do velho bairro do Recife. As moças vestidas de melindrosas e os homens com roupas da época também, deram um toque especial, com destaque para o Carlitos (Beto do Bandolim) e o Gordo e o Magro (eu e meu filho Fred, ambos com nossos banjos).
Relembrem, conheçam e divirtam-se !
Foi muito legal!!!
ResponderExcluirO Bloco Cinema Mudo, saiu pouco, mas fez bonito e foi muito bom participar dele.
Saudades daquele tempo, tio Fred!!
Beijos, Dalila.
Esse bloco foi sensacional!
ResponderExcluirE Tio Dadá, com a letra da música, era a legenda do Cinema Mudo!
Beto Carlitos, Fred Hardy e Papai Laurel!
Muito bom!!!:D
Éramos todos loucos!:)
Fred que maravilha! Boas lembranças meu amigo. Abraços,
ResponderExcluirNaara
Também brincamos no Cinema Mudo, a turma do Cordas e Retalhos. Foi bom demais. O Cd também é uma beleza. VAleu, Fred!
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