sexta-feira, 25 de abril de 2014

A CORDELARIA MONTEIRO HOMENAGEIA OS POETAS DA BESTA FUBANA


Nessa mania de fazer cordel, surgida há uns dois anos, já produzi algumas centenas de estrofes de toda ordem (quadras, sextilhas, setilhas, décimas, martelos) em comentários e pelejas virtuais no Jornal da Besta Fubana, onde assino coluna. 

Motivos os mais diversos podem resultar em pelejas animadas em que os poetas se digladiam por horas e até dias, pela WEB, resultando disso folhetos muito interessantes, alguns dos quais já publiquei aqui.

Parte deste, cuja capa encima esta matéria, vou trazer hoje para vocês, por um motivo especial: quero aqui fazer uma homenagem aos meus amigos poetas daquele Blog, sem os quais eu não teria entrado nessa vertente artístico/literária que é a poesia de cordel.

Como vocês vêem a capa não tem a ver com a homenagem que acabo de mencionar. E tem...
Pois foram os versos de uma animada peleja, começada para glosar um mote do Escritor e Editor do JBF, Luiz Berto, que me fizeram ser escolhido como um dos cinco colocados num concurso interno de glosas, o que nos divertiu bastante. O mote também se prestava a muita chacota: "Tua mãe morre e não acha/ outro macho que nem eu" !  A ilustração também é da minha autoria, pois meto-me a imitador de desenhista e assim vou matando a vontade de ser artista.

Através da minha fictícia (mas eficiente) Cordelaria Monteiro, que já editou 32 títulos e tem muitos outros na fila de edição, tenho registrado essas brincadeiras para distribui-las com amigos e admiradores da poesia de cordel.  Divirtam-se com o texto:

Apresentação:

AOS MEUS AMIGOS POETAS DO JBF

Faço aqui uma homenagem aos colegas de Jornal que sempre estão postando poemas, folhetos, comentários em verso, como também provocando, com seus ricos motes, diversas e boas pelejas entre a poetada que frequenta o Jornal da Besta Fubana, esta fronteira da boa poesia nordestina e brasileira.   Fred Monteiro


1.
Ismael, Filó, Dalinha
Jessier e Dom Capeta
Xico Bizerra é porreta
Itaerço anda na linha
Claude Bloc é a rainha
Do Crato tão festejado
Nesse blog consagrado
Que tem Gregório e Crisanto
E Alamir, lá no seu canto
Fazendo verso rimado

2.
Hélio, Jefferson, Nonato
Hardy Guedes e Aristeu
Tem gente que apareceu
E depois sumiu, no ato
Com medo que o carrapato
do poema de cordel
grudasse no seu chapéu
Pois eu não faço questão
Cutuco meu violão
E aí é sopa no mel

3.
Só uma coisa desafina
Nesse papo de poeta
é quando vira uma meta
é quando vira uma sina
brigar por coisa mofina
apelar pra grosseria
insistir na hipocrisia
de defender aloprado
falando papo furado
pra defender utopia

4.
Tem poeta que sumiu
por conta dessa pendenga
de toda essa lenga-lenga
que a política pariu
e a solução não viu
Pois eu digo com certeza
que as cartas estão na mesa
Pra quem quiser arengar
eu nunca mais vou entrar
nesse rio de correnteza

5.
E agora peço desculpa
se ofendi a alguém
intenção nunca se tem
não precisa sentir culpa
pois não há gênio que esculpa
a estátua da verdade
com mil faces sem maldade
e mais mil tão tenebrosas
Pois nem tudo são só rosas
Nesta nossa humanidade

FIM

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