sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

QUANDO CRESCER EU QUERO SER LIMEIRA

Cego cantador de feira

Eu sou fã declarado de Zé Limeira/Orlando Tejo e atualmente, depois de umas conversas com o Papa Berto, Primeiro e Único, da Santa Igreja Fubânica, tenho minhas dúvidas da existência física, real, do “Poeta do Absurdo”.

O que tenho achado (apesar do próprio Orlando Tejo, desde a primeira edição do seu livro jurar de pés juntos que o violeiro dava asas à sua louca poesia nos sertões da Paraíba), é que Zé Limeira deve ter tido origem, mesmo, na fertilíssima imaginação e na veia poética do Tejo.

Numa proporção, julgo eu, de 95% de criação para 5% de realidade, os mitos nordestinos surgem assim mesmo, como Limeira surgiu.  Assim como surgiram a “perna cabeluda”, a  “loura do portão do cemitério”, o “pavão misterioso” e a “besta fubana”, por exemplo.

Mas, esse surrealismo limeiriano é mesmo muito atraente para quem escreve poesia e, nesse meu “achismo”, eu vou é aproveitar a onda (que ainda não morreu e não morrerá jamais, pois a figura de Limeira é, hoje, antológica), e passar para vocês essas mal-traçadas rimas, que fazem parte do meu atual treinamento “cordelístico”.

Triste sina de retirante
RIMANDO À TOA

Nunca vi papagaio falar fino
Nem comer munguzá de milho grosso
Ou salada de couve com tremoço
Como fosse um quitute feminino
O rabicho da cobra bate o sino
Patuá fica bem lá na Bahia
Quando ele pensou que eu vinha, eu ia
Eu pegava água doce e dava um nó
Nas quebradas do velho quiprocó 
Arpejando os cabelos de Maria