terça-feira, 11 de janeiro de 2011

TRÊS EM UM (PRIMEIRA PARTE)


3 em 1 aqui não é eletrodoméstico, não... É um esporte fantástico chamado Triathlon.
Só quem já o praticou e competiu pode avaliar como é legal a gente se superar para concluir uma prova dessas, por menor que seja.

O grande problema de correr um triathlon, qualquer que seja a distância para a qual a gente treina e se condiciona é, ao meu ver, a mudança de atividade em sequência. Essa mudança implica em você usar, para a natação -primeira das provas- o grupo muscular superior com mais intensidade, isto é, o seu esforço maior estará concentrado principalmente nos músculos dos braços. Como no triathlon a natação é desenvolvida no mar, a coisa fica pior, pois você tem que vencer também alguma correnteza. Saindo do mar, já meio tonto por causa da respiração forçada pela boca, você corre para, rapidamente vestir uma bermuda e camiseta de ciclismo, calçar os sapatos, montar na bicicleta e iniciar outro tipo de esforço. No ciclismo você descansa a musculatura superior e passa a forçar os membros inferiores, com ênfase na musculatura das coxas e articulações de joelhos e tornozelos. Depois de ter atingido aquele estado de equilíbrio, após alguns minutos pedalando forte e até terminar a distância é que vai começar a pior parte: a corrida final. No Triathlon olímpico as provas são assim divididas: 1 km de natação, 40 kms. de bicicleta e finalmente 10 kms. de corrida.

Eu treinava sempre nessas distâncias. Mas, por volta de 1988, quando corri minha única prova oficial não existia em Pernambuco o menor interesse pelo Triathlon. Até que, em 22 de maio daquele ano, foi incluído o esporte como parte da Semana da Infantaria promovida pelo Comando Militar do Nordeste. Não sei se a prova ainda existe até hoje, mas não tenho tido notícias disso.

Assim, naquela manhã ensolarada, na beira-mar de Casa Caiada, Olinda, vi-me em meio aos cerca de 150 triatletas mirando o mar e imaginando como seria disputar aquela prova em meio a tanta gente nova, já que, veteranos ali seriam todos os indivíduos com mais de 30 anos... e eu já tinha completado os meus 41...Na verdade, acima dos 30 éramos talvez uns 15 triatletas, a maior parte completamente iniciantes nesse esporte.

Assim que foi dada a largada (uma salva de tiros) o mar transformou-se numa espuma branca pontilhada com centenas de pernas e braços movendo-se furiosamente em direção à primeira bóia, a cem metros da linha de arrebentação.
Deixei a moçada se afastar e somente quando a confusão da largada terminou, entrei na água e comecei a nadar. Havia, lembro-me bem, uma equipe de jovens nadadores, uns caras que costumo chamar de "armários" (1,80m de altura por 1 metro de largura) que largaram desesperadamente rápido. Antes da primeira bóia os alcancei e logo saí ganhando posições, sempre com medo de levar uma pernada na cabeça ou nos braços, pois os pelotões ainda estavam muito próximos. Resumindo, passei pela segunda e terceira bóias com muita tranquilidade e, 16 m e 34 segs depois, na 41a. posição, venci os 700 metros da etapa e corri pela areia rumo à minha bicicleta.
E, como nos velhos seriados de cinema da minha época de garoto, deixo a continuação desta narrativa para o próximo post sobre esportes. Dou a vocês, meus pacientes leitores, um tempo para respirar. Até a próxima !

A NOSSA PRÉ-HISTÓRIA

Quando se fala em Pré-História, em cavernas, tumbas e inscrições rupestres, logo nos transportamos mentalmente à Velha Europa, ao Oriente Médio, Próximo ou Extremo, à África, enfim aos Velhos Continentes. Só que esquecemos que o planeta é um grão de areia no Universo e abriga possibilidades impensadas.

A nossa Indiana Jones de saias, uma mulher extraordinária chamada Niède Guidon, embrenhou-se a fundo no sertão e na arqueologia brasileira para, em plena caatinga piauiense, comprovar a sua teoria do surgimento do homem nas Américas. Não vou aqui tratar de toda a base científica da tese de Nìede Guidon, porque me foge competência para tanto.


Mas, garanto que vocês jamais verão tão de perto as nossas origens, se não fizerem o que eu fiz: uma viagem à Serra da Capivara é uma viagem ao nosso passado mais remoto, às nossas raizes ancestrais.
A beleza rude do lugar, o clima seco e quente, a natureza exuberante, tudo nos deu tanto prazer , que consideramos a Serra da Capivara um dos nossos melhores destinos ecoturísticos.
Sem o charme de hotéis de luxo, sem o conforto total ao turista, sem tecnologia de lazer, estar naquele Parque Nacional é, no entanto, puro prazer mental, cultural e artístico.


Sim.. a Arte mais pura brota naquela Serra em cada inscrição rupestre, em cada objeto metodicamente catalogado no seu Museu, em cada explicação dos guias bem treinados, todos estudantes de Arqueologia e de Ciências da Natureza, da extensão local da Universidade do Vale do São Francisco, em São Raimundo Nonato - PI, sede do Parque Nacional.


Conselho de um velho viajante que há mais de quarenta anos roda pelo Brasil descobrindo a cada dia suas belezas infinitas: conheçam nossa pré-história na Serra da Capivara, surpreendam-se com nossos ancestrais puramente nordestinos, brasileiros como nós e orgulhem-se dos seus feitos, da sua arte e do seu amor pelo Brasil !